Com uma tradução sonora sólida dos sentimentos inerentes à condição humana na terra para as linhas do Progressive House, o DJ e produtor gaúcho Togni tem lançado suas produções que resultam em uma conexão genuína com o público. Luiz Togni entende como poucos a influência mágica que a música exerce em nosso estado de espírito e mental, algo que resulta em faixas transformadoras em nível pessoal e, claro, como referência de perspectiva sonora dentro da esfera do Progressive House e outras vertentes.
Batidas robustas, construção e evolução carregadas de progressões que fazem com que a plateia anseie por mais na pista — este é o som de Togni. Quando se fala em referência no estilo do artista, é impossível não mencionar a atuação de nomes como Nicolás Rada, Ezequiel Arias e Soundexile, que além de influenciar toda uma geração apaixonada pelo estilo, também já mostraram ao mundo o talento de Togni tocando suas músicas em eventos de prestígio.
Com lançamentos que integram o catálogo de gravadoras como Balkan Connection South America, Polyptych Ltd e Mind Connector, o artista acaba de agregar o selo Clubsonica Records ao seu catálogo com o lançamento de Veda, seu EP de estreia pelo selo colombiano. Groove, ambiência celestial e um ticket de ida ao mundo do subconsciente através de uma pitada psicodélica definem a essência de Veda, uma junção de elementos que trazem um clima de reflexão com acordes criativos que mantém as emoções fluindo e os ouvidos antenados na faixa. Confira mais detalhes mergulhando com a gente:
A ideia
Compus a Veda no final de 2022. Estava começando a puxar meu som mais para o lado do Progressive, buscando combinar uma atmosfera etérea, meditativa, voadora e viajante com um groove bem dançante, mas mantendo o sentimento bem aflorado. Iniciei, como geralmente faço em minhas produções, compondo e groove com kick, linhas de baixo e alguns pratos e percussões. Após, encontrei um timbre que gostei e fiz uns acordes que achei lindos demais, e escolhi um timbre de piano mais agudo para respondê-los. Depois disso, encontrei um arpejo que combinasse com a emoção que eles passavam. Ao chegar no break, fiquei um pouco travado, e aí busquei inspiração em elementos mais inusitados. Encontrei um sample de grilos estridulando (aquele “cri cri”), e me veio a imagem na cabeça de uma noite em uma floresta. Aí, compus o break com esse ambiente em mente, com atmosferas, efeitos, a vibe no geral. O vocal em indiano que coloquei ali (daí o nome Veda) transmite uma ideia de serenidade, contemplação e meditação, e com uma dose certa de reverb e delay, encaixou perfeitamente nos elementos do break.
A escolha da gravadora
A Clubsonica sempre foi uma gravadora referência para mim. Tanto pelas músicas que lançam, invariavelmente de grande qualidade, como pelos artistas que trabalham com eles, como D-Nox, Antrim, Kamilo Sanclemente… é uma gravadora por onde grandes nomes já passaram. Então, naturalmente, lançar minhas músicas lá era objetivo que aflorou quando iniciei minhas pesquisas dentro do Progressive.
Para mim foi uma coisa bem louca, pois os tive como referência máxima por muito tempo antes de criar coragem de mandar meu próprio EP. Uma curiosidade é que no momento em que recebi o “sim” da gravadora, eu estava em Medellín, cidade-sede da gravadora. Foi um timing bem legal para receber essa notícia.
A grande influência
Eu acredito que tudo que a gente vive e experiencia nos inspira a criar, seja qual for o nosso estilo de criação. Para mim particularmente, o contato com a natureza me inspira muito, os sons dos animais, do vento batendo nas árvores. Acho que daí se pode desprender muitas ideias. Falando de música, além do Progressive House, gosto muito de músicas emotivas. Minha banda favorita é o Arctic Monkeys, mas escuto muitas outras coisas, como The Growlers, Fresno, Oasis, Bob Marley, Rosalía, Feid, Bad Bunny. E dentro da música eletrônica, tenho como raízes o Psytrance, de onde tiro muitas ideias também, principalmente na parte da síntese sonora.
a parte melódica, principalmente para compor a Veda, me inspiro bastante em Kamilo Sanclemente, um dos nomes proeminentes do Progressive House atual. Para o groove da Veda, me inspirei bastante no artista Khen. Para além destes, me inspiro em artistas como Ezequiel Arias, Maze 28, Rockka, e o próprio Kebin Van Reeken, que remixou uma das faixas do EP. Para o sound design de minhas faixas, trago muitas influências de artistas de sonoridades psicodélicas, como Protonica, Yestermorrow, Liquid Soul.
O significado
Os Vedas são uma coleção de textos antigos que formam a base da tradição religiosa e filosófica da Índia. Eles abordam vários aspectos da vida, desde a cosmologia e a ética até práticas ritualísticas e mantras. No break da música há um mantra que diz “Om Sarvesham Svastir Bhavatu”, cuja tradução é “que haja bem-estar para todos, que haja paz para todos, que haja plenitude para todos, que haja prosperidade para todos”. Essa mensagem combina muito, ao meu ver, com a ideia que a música passa. Daí vem o nome. É a origem, a raiz do mantra que se encontra na mensagem vocal da composição.
Pista dos sonhos
Para mim, o pista ideal para a Veda seria uma pista ao ar livre, à noite. É a atmosfera que idealizei quando construí a paisagem sonora. Porém, nada impede que funcione em um clube noturno também, ou em alguma festa ao ar livre de dia, desde que o público esteja conectado com o som e a faixa faça sentido na construção do set.
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A música conecta.