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A música conecta

Minha Primeira Gig | Kaká Franco

Não vamos negar, temos um carinho especial pelo trabalho de Kaká Franco. Muito disso por conta de sua maestria preenchendo as pistas Brasil afora com uma seleção precisa e refinada de House Music, levando diversão e arrancando sorrisos de todos a sua frente. Seja no momento de warm up ou mesmo em um ending set, ele tem sempre no seu case as músicas certas que fazem a galera explodir, agradando até mesmo os públicos mais exigentes.

Kaká Franco é acima de tudo amante da boa música e pra ser feliz coleciona discos e os mixa com dedicação e paixão, trazendo em seus sets traços de Jazz, Soul, Clássico, Funky e Disco. Frequentemente está escalado para nos principais clubs e festivais do Brasil, inclusive, com o LK, seu projeto mais recente junto a Leo Janeiro, está confirmado para o D-EDGE Tour, dia 04 de abril, em Foz do Iguaçu, além do Warung Day Festival e o aniversário de 20 anos do D-EDGE, ambos dia 25 de abril.

+++ Leo Janeiro e Kaká Franco somam forças num resgate a cultura do vinil. Ouça playlist com 50 faixas selecionadas pela dupla

Mas nem tudo são flores, pelo menos não no começo da sua trajetória. Kaká resgatou na memória e compartilhou com a gente como foi sua primeira gig como DJ, uma história que começou com um convite inesperado de um amigo e terminou com a polícia encerrando a festa pelo volume alto. Curioso? Então segue:

Kaká Franco

Com 15 anos de idade a intenção era azarar as meninas, mas foi música a eletrônica que cativou o coração, especialmente o House tocado na época. Com o passar do tempo percebi que gostava de chegar cedo na balada, para aproveitar o som dos DJs que faziam o warm up, esses sim eram os mais cativantes, pois além de tocarem algo de maior personalidade e ousadia, os sons eram mais leves e musicais.

A cada balada que ia, marcava na cabeça uma três ou quatro músicas tocadas que me impressionavam. Aí a pesquisa começava, sem internet na época, o único jeito de consegui-las era em vinil, especialmente porque nessa mídia havia as versões estendidas e exclusivas. Portanto antes de saber tocar, já começava minha coleção de House Music. Os amigos baladeiros, tinham-me como fonte de conseguir as músicas ou gravá-las em CDs. Aí então surgiu a ideia de montar sets, o trabalho era pesado, pois precisava comprar os discos.

Antes mesmo de toda técnica ou ter feito algum curso na área, eu já possuía uma boa lista de músicas que gostava de ouvir, aí então resolvi gravar um set mixado com essas músicas. Recorri ao software Atomix (Pai do Virtual DJ) e consegui montar o primeiro CD que se chamava Kakamix, o sucesso foi grande entre os amigos, o que acabou emplacando mais quatro edições. Foi assim que recebi o convite de um amigo que ouvia meus CDs, ele iria fazer uma festa de aniversário e afirmou que eu iria ser o DJ, na hora respondi que eu não sabia tocar, mas ele insistiu dizendo, ‘se vira!’.

Interface do Atomix

Com essa responsabilidade na mão eu frequentava muito a casa de um outro amigo, a família dele tinha uma empresa nos fundos da casa, uma oficina de equipamentos eletrônicos onde também construíam amplificadores. Chegavam muitos mixers e CD players para manutenção, aí recorri a ele se poderia conhecer como funcionava os equipamentos pra poder aprender o básico e fazer o menos feio possível na festa que estava por vir.

Lembro que treinei muito, quase todo dia batia na porta desse meu amigo pedindo por mais um tempinho de treino. Esse meu amigo também não sabia tocar, mas deixava lá eu fuçando pra que quando chegasse a hora eu soubesse pelo menos ligar o som [risos]. Assim me apresentei na festa e foi muito legal, entre amigos e música que gostamos, a técnica era o de menos, porém para minha sorte, quando estava acabando minhas músicas, a polícia chegou para encerrar por causa do volume.

A música conecta.

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