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A música conecta

Kachas e Electric Dreams somam forças em novo EP pela Fluxo

Por Marllon Eduardo Gauche em Notícias 24.07.2025

Alguns artistas entendem muito bem o poder da música como linguagem que atravessa culturas, conecta pessoas e espalha mensagens que vão muito além da pista de dança. O novo trabalho entre o equatoriano Kachas e brasileiro Electric Dreams pela Fluxo é um ótimo exemplo disso. O EP Colorful / In Lak’ech chegou às plataformas na última quarta (23) com duas faixas de Progressive House que equilibram aspectos técnicos sem deixar a emoção e a espiritualidade de lado. Com vocais de Lili An em uma das tracks, o release propõe uma escuta profunda e sensível, ao mesmo tempo em que convida ao movimento e à entrega.

Para chegar neste resultado, o que ajudou muito foi o entrosamento de anos entre Kachas e Electric Dreams. Desde 2021, os dois artistas vêm desenvolvendo uma trajetória conjunta marcada por mais de 20 faixas lançadas em collab e uma identidade que vem se lapidando com o tempo. Nesta nova colaboração, Electric Dreams assumiu o papel da base rítmica, adicionando elegância e movimento, enquanto Kachas contribuiu com as melodias e texturas sensoriais, resultando numa linguagem própria, sincera e bastante assertiva.

Colorful é a faixa que abre o EP, apresentando uma atmosfera mais leve e contemplativa, guiada por synths atmosféricos e vocais sutis que criam uma sensação de expansão. O break é particularmente emotivo, e o drop entrega uma energia que funciona bem tanto para os olhos fechados na pista quanto para uma audição em casa.

Mas o destaque principal do disco é mesmo In Lak’ech, tanto pela construção musical quanto pelo peso da mensagem. Inspirada na filosofia ancestral maia, o título carrega o significado de “eu sou o outro você”, ideia que brilha ainda mais na letra escrita e interpretada por Lili An. Palavras como Munay (amor, em quechua), Arandu (sabedoria, em guarani) e Yurushi (perdão, em japonês), reforçam a intenção de universalidade e humanidade por trás da música. 

Para os artistas, em tempos de tanta música descartável, fazer arte com mensagem, que toque, inspire e desperte é fundamental. As duas faixas são um convite à escuta atenta, à presença e à lembrança de que dançar também pode ser um ato de reconexão com o que nos torna humanos. Confira o resultado:

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