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A música conecta

Alataj entrevista Fideles

Parece que o Techno Melódico tem sido uma luz guia para muitos artistas italianos. O mais novo duo que vem alcançando reconhecimento na cena underground atende pelo nome de Fideles. Daniele Aprile e Mario Roberti formam o projeto desde 2010 e nesta década acumularam um catálogo bastante expressivo e um som maduro e contemporâneo que já foi abraçado por Bedrock, Poker Flat, Stil vor Talent, Innervisions e, claro, Afterlife.

No ano de 2017, quando estrearam pelo selo do Tale Of Us com o EP Impressum, realmente viram seu nome alcançando novos horizontes. Combinando uma mistura inebriante de camadas hipnotizantes e percussão com ondas eufóricas, suas faixas impressionaram e apareceram em DJ sets de Laurent Garnier, Solomun e outros gigantes, sem contar sua gravação pelo Cercle na metade de 2019, que já ultrapassou um milhão de views.

Mais detalhes sobre essa dupla promissora você confere agora, na primeira entrevista deles para um portal brasileiro, exclusiva para o Alataj:

Alataj: Olá, Daniele e Mario. Tudo bem? Obrigado por aceitarem esse bate-papo. Pelo que percebi fazendo uma pesquisa sobre o projeto, vocês são daqueles que preferem falar menos e fazer mais, estou certo? Vocês preferem manter um perfil mais discreto mesmo e manter o foco na música? 

Fideles: Olá! Estamos bem, escondidos no estúdio até que tudo se esclareça. Esperamos que todos estejam bem por aí também.

Sim, acho que somos mais de fazer do que de falar, deixamos nossas músicas e sets conectarem, mas neste momento difícil, de quarentena, uma conversa parece sempre uma boa ideia [risos].

O projeto foi formado em 2010, mas como vocês dois se conheceram e o que levou a formação do Fideles? Vocês já compartilhavam o mesmo gosto musical? Como foi o processo de construção da identidade sonora?

Nos vimos a primeira vez em 2008, após bons momentos compartilhados, decidimos começar a produzir música, mesmo que nossos gostos individuais fossem bastante diferentes. Eu (Daniele) gostava de música Pop e Mario de Progressive House, então a combinação estranha parecia um desafio musical promissor. A principal ideia por trás do projeto é fazer música do jeito que gostamos, com sentimento, são as coisas pelas quais vivemos.

Em que momento vocês acreditam que o Fideles realmente deu um passo gigante para se tornar um nome conhecido mundo afora? Foi algum lançamento específico ou algum suporte recebido?

Sinceramente, ainda estamos trabalhando nisso. Nos últimos dois anos as coisas cresceram e se movimentaram tão rapidamente que parece que não tivemos tempo para parar e pensar nisso. Olhando para trás agora, há muitas coisas que nos levaram a esse ponto, lançamentos, suportes de DJs, radioshows… Se for para escolher um, nosso lançamento “Impressum” na Afterlife foi um destaque para nós e uma grande reviravolta.

O EP Brain Machine pela Correspondant é o lançamento mais fresh de vocês. Contem um pouco sobre o processo dele. O que há por trás do conceito? 

Esse EP talvez seja o lançamento que mais possa explicar quem somos nós. Produzimos música a partir de sentimentos e nosso humor diário é naturalmente uma grande contribuição para o processo musical. Os dias que passamos no estúdio produzindo as faixas foram bastante positivos. Tínhamos acabado de voltar de duas semanas consecutivas de gigs, energia e público incríveis, toda essa positividade fluiu diretamente na música e, assim, Brain Machine nasceu.

Apesar de manterem a identidade do Techno Melódico nas produções, vocês acreditam que esse traço musical mais próximo do Indie é uma tendência sonora mundial? Vemos muitos nomes apostando nesse estilo, tais como Innellea, Dixon, Solomun, Bawrut, Adana Twins… qual a visão de vocês sobre isso?

Sim, o Indie Dance se tornou indispensável nos DJ sets e é bom ver que os DJs estão mudando a direção de seus gostos musicais, tudo isso faz parte da evolução contínua dos gêneros, que na maioria dos casos abre caminho para ótimas músicas. Dito isso, nosso foco na produção e seleção das faixas se resume a escolha pessoal, que inevitavelmente será vinculada a uma tendência, mas se vier do coração, nada mais importa.

Essa é a primeira entrevista que vocês dão a um portal brasileiro, portanto, nada melhor do que perguntar um pouco sobre nosso país… Já estiveram aqui antes da gig que rolou no D-EDGE? Conseguiram aproveitar um pouco do país?

Tocar no D-EDGE foi a primeira chance de estar no Brasil, mas como a gig fez parte de uma turnê na América do Sul, não tivemos tempo para conhecer o país, nem mesmo São Paulo. O que podemos falar com propriedade é sobre a nossa experiência durante a gig, que foi incrível, assim como as pessoas, uma conexão bela e calorosa até a última faixa. Adoramos e esperamos voltar o quanto antes para compartilhar boas energias e momentos com todos vocês.

Fotos no D-EDGE por Pedro Ivo

Vocês devem saber que o D-EDGE é um dos principais clubs do Brasil. Ainda existe aquele frio na barriga antes de subir ao palco ou pra vocês já é algo natural? O que acharam da atmosfera do club e do público? Testaram músicas novas na ocasião?

As borboletas no estômago nunca desaparecem para nós, se compararmos um club que tocamos várias vezes para um mundialmente conhecido como o D-EDGE, talvez apareçam ainda mais [risos]. Como falamos na última resposta, foi grandioso e o público é incrível, nos receberam muito bem. 

Estamos sempre tocando faixas novas em nossos sets, o público é o melhor juiz para as músicas, mais ainda quando nunca se ouviu… é o feedback mais sincero que você pode conseguir.

Por fim, uma clássica do Alataj: o que a música representa na vida de vocês? Obrigado!

Para nós, a música representa tudo o que conhecemos, como uma trilha sonora contínua com seus altos, baixos e esperançosamente altos novamente. Nós (Fideles) temos a sorte de poder compartilhar essa trilha sonora na música que produzimos e em nossos DJ sets.

Obrigado por nos receberem!

A música conecta.

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