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A música conecta

Alataj entrevista Toigo

Por Alan Medeiros em Entrevistas 13.02.2019

Em colaboração com Marllon Gauche

Amante da música eletrônica desde os anos 90, o DJ e produtor Toigo carrega uma larga bagagem cultural adquirida ao longo do tempo após passagem por mais de 12 estados brasileiros. Essa experiência permite que o gaúcho radicado em São Paulo tenha flexibilidade o suficiente para tocar tanto nas festas mais glamourosas do país, como Cafe de la Musique, quanto em noites mais intensas da cena paulista, como D-EDGE. Sua carreira musical também divide espaço com seu lado empresarial no mundo do entretenimento e da moda, conquistando ainda mais respeito por ser diretor fashion da Ford Models Brasil.

Mesmo com essas diferentes frentes profissionais em sua vida, Rodrigo Toigo ainda mantém forte seu potencial de criação dentro do estúdio. A sensibilidade do artista pode ter sido um dos fatores que o ajudaram a lançar produções de sucesso por gravadoras como Moom Records, Scandalo Music e também pela 5uinto Records, onde realizou o lançamento do EP Salvation, em dezembro de 2017.

Mais recentemente, Toigo atraiu os olhos e ouvidos da curadoria da Prisma Techno, selo por onde lançou seu single Zaniah no VA Evolution II. Para saber dos próximos passos do artista e também um pouco mais sobre sua jornada até aqui, Rodrigo reservou um tempo especial para o Alataj e ainda nos presenteou com um podcast gravado exclusivamente para o Alaplay. Dê o start abaixo e aproveite a entrevista:

Alataj: Olá, Toigo! Muito obrigado por falar conosco. Você é nascido no Rio Grande do Sul mas possui uma grande inserção na cena de São Paulo. De que forma a cena de cada um desses estados contribuiu para sua formação enquanto artista?

Toigo: Eu que agradeço a oportunidade de falar sobre o meu trabalho! Eu saí muito cedo do Rio Grande do Sul, em 1995, quando eu tinha apenas 17 anos. Na época eu escutava flash house nas matinês e sempre que conseguia enganava o segurança das boates. Acesso a discos em Caxias do Sul era muito difícil, o que chegava lá era realmente a raspa do tacho. Tive a sorte de crescer num bairro onde tinham muitos DJs que tocam até hoje. Meus amigos sempre foram a minha maior inspiração.

Já em São Paulo foi totalmente diferente. Vi Mau Mau, Patife, Renato Cohen, Anderson Noise, Marky, Gui Boratto… fui nas primeiras XXXperiences, MegaAvonts, Psicogardem, Love Parade (na República do Líbano) inauguração do D-EDGE e noites incríveis de quarta-feira no Manga Rosa (em frente a Disco) com o Ricardo e a Roxi… vi uma infinidade de gringos! Minha cabeça abriu e passei a mergulhar nesse universo.

Além desses dois estados, você já passou por outros 10 no Brasil. Em uma análise mais ampla e 360, como você entende e compreende as diferenças de maturidade da música eletrônica no Brasil em suas regiões?

Eu noto que a região sul é mais presente e tem mais clubs e players. Tem um aumento considerável de público para o techno e tech house. Vejo clubes comerciais tentando algo mais conceito também. Acredito que a cena está em constante crescimento e mudança, torço para que as oportunidades aumentem para todos os artistas. Tem muita gente talentosa e que merece sua chance.

Scandalo Music, 5uinto Records e agora Prisma Techno são gravadoras que tem apostado na força de seu trabalho de estúdio. Como você enxerga sua evolução enquanto produtor e quais são seus principais planos para o futuro?

Sou muito grato a tudo e a todos que contribuem para o meu desenvolvimento. Acredito que ninguém chega a lugar nenhum sozinho. A evolução vem de trabalho e, no meu caso, me esforço ao máximo para ter tempo e aprender. Trabalho muito em outras áreas e isso me limita muito, mas meus planos são viver exclusivamente de música e tocar em todo o mundo, levando meu trabalho para todos os cantos.

Agora podemos focar um pouco mais as atenções em Zaniah, seu mais recente trabalho que marca uma importante estreia pela Prisma Techno. Como foi o processo criativo desta faixa? Quais foram os principais desafios superados para entregar algo neste nível?

Uma das coisas que mais me prendem na composição é a melodia e eu adoro essa parte na Zaniah. Quando a faixa chegou para o Paulo Foltz e Thito [Prisma], ela voltou com várias observações e assim fomos ajustando até ficar no gosto de todos. Tive muito apoio da Prisma e do meu amigo Hector.

Uma das principais características de um bom DJ é a leitura de pista. Como você tem buscado exercitar essa qualidade ao longo dos anos? A experiência mais ajuda ou atrapalha nesse sentido?

Sinceramente o fato de eu ter a oportunidade de tocar em diversos clubes com sonoridades totalmente diferentes e me arriscar sem medo, me ajudam a perceber a vibe e direcionar a pista. Ser um cara de quarenta anos, eclético e que frequenta a noite há mais de 25 também ajuda. Eu toco músicas que a molecada nunca ouviu e eles piram junto com os meus amigos mais maduros.

Como você enxerga a atual cena eletrônica do Brasil, quando comparada ao que existia há 10 anos? Na sua visão, essa nova geração clubber está disposta a consumir algo com mais profundidade?

Sem dúvidas a quantidade de vertentes e qualidade nas produções estão atraindo mais ouvintes. A evolução é constante.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Meu grito de liberdade. Meu presente, passado e futuro.

A música conecta.

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