Se você é mais que apenas um clubber, mas sim um entusiasta da cena, com certeza o nome de Leo Janeiro já deve ter passado diante de seus olhos. Isto porque mais do que um grande DJ brasileiro, ele sempre esteve envolvido com diversas iniciativas que fomentaram a cena eletrônica nacional de muitas maneiras. “Quando tudo isso aqui ainda era mato”, Janeiro já estava de uma maneira ou de outra fazendo alguns movimentos, isso no final dos anos 90. Foi então que a partir dos anos 2000, sua vida começou a ser direcionada 100% à música, atuando junto a festas, trabalhando com marcas, participando de conferências, consultorias e criando novas conexões no Brasil inteiro. Uma das atuações mais relevantes na trajetória de Leo com certeza foi a sua participação no BRMC, tanto como curador, numa época em que não se discutia muito sobre a nossa cena. “Foram muitos desafios, entre acertos e erros. Mas o mais importante foi abrir espaços para novos artistas e ter uma plataforma como essa foi um enorme crescimento profissional”, lembra.
Em paralelo a isso, ele também sempre esteve diretamente ligado com labels e artistas na parte mais estratégica, principalmente através de consultorias. “Trabalhar em gravadora durante 15 anos foi um dos pontos mais importantes pra mim, entender como tudo funciona e ver artistas até então desconhecidos atingindo o sucesso, é algo muito legal”, contou Leo, que atuou na Universal Music e na consultoria do projeto Austro da Som Livre. Hoje Leo está à frente de outra gravadora que você também já deve ter ouvido falar, a Cocada Music, ao lado do amigo Roland Leesker, onde o foco é jogar luz e impulsionar principalmente artistas latino-americanos. É um projeto que vem dando muito certo e que superou as expectativas iniciais. “Nós nunca imaginamos fazer tanto barulho como aconteceu. Ver o lance acontecer e colocar sua energia em algo bacana, pra mim não tem preço. Acredito que nós somos um somatório de iniciativas que estão rolando por aqui. Eu cresci muito administrando a minha própria label”, afirma.
Hoje Janeiro está à frente de outra gravadora que você também já deve ter ouvido falar, a Cocada Music, ao lado do amigo Roland Leesker, onde o foco é jogar luz e impulsionar principalmente artistas latino-americanos. É um projeto que vem dando muito certo e que superou as expectativas iniciais. “Nós nunca imaginamos fazer tanto barulho como aconteceu. Ver o lance acontecer e colocar sua energia em algo bacana, pra mim não tem preço. Acredito que nós somos um somatório de iniciativas que estão rolando por aqui. Eu cresci muito administrando a minha própria label”, afirma.
Mais recentemente, todo esse know-how no universo de gravadoras o levou até outra grande empresa do cenário global, a LabelWorx, que há mais de 15 anos atua na distribuição de música no formato digital, transformando a forma como os selos independentes gerenciam seus negócios. Há dois anos, Leo tem colaborado na atuação da marca junto ao Brasil e na América do Sul, ajudando a potencializar o trabalho de labels e artistas em várias direções. Mas se você acha que isso é tudo, está errado. Com a inauguração do D-Edge Rio há alguns meses, Leo também assumiu a responsabilidade de fazer a curadoria do club de Renato Ratier, mais uma forma de ajudar a cidade onde cresceu e desenvolveu sua carreira:
Nosso principal objetivo é criar dentro do espaço cultural um hub artístico onde possamos apoiar artistas, núcleos locais e desenvolver uma série de negócios conectados em um só lugar, sobre o club tem uma história incrível dentro da cena da dance music , sendo uma referência em vários aspectos, como som, luz, design e programação musical. Tenho certeza que colabora muito com as iniciativas de entretenimento para o Rio de Janeiro
reflete Leo.
Mais do que um conhecimento amplo da cena, é preciso também muita organização e uma rotina pré-estabelecida, já que gerenciar tudo isso junto ao seu trabalho como DJ não é nada simples. “Eu tenho uma rotina durante a semana e outra no fim de semana”, pontua. Fora isso, Leo tem que acordar super cedo para trabalhar no fuso da Europa, mas de uma coisa ele não abre mão: o seu precioso tempo para ouvir e pesquisar música. “É a única coisa que sempre está em pauta no dia, em qualquer horário. Eu curto demais dar este ‘break’ para escutar algo, pesquisar, principalmente sets de artistas que começo a seguir ou já conheço. Manter a vida equilibrada no pessoal e profissional é algo importante”.
+++ Relembre a coluna de Leo Janeiro aqui no Alataj, a Fala Filhão!
Para além de todo esse senhor currículo que Janeiro carrega nos backstages, quando falamos de sua própria carreira enquanto DJ e produtor, ele não deixa a ‘peteca’ cair e demonstra uma consistência no mínimo particular. Mestre na arte do diggin, Janeiro é um pesquisador e seletor de mão cheia, com uma coleção de bolachas que é no mínimo invejável (no melhor sentido da palavra). Na produção musical, a magistralidade se mantém e não à toa, além dos lançamentos via Cocada, ele também soma na sua discografia alguns dos selos nacionais de maior renome e também outros de grande relevância internacional: Armada Music, Cardume, D.O.C Records, D-EDGE Records, Levels Rec, Me Gusta, Namata, Suara, Totoyov, Thousand, U’re Guay Records, Variety Music, Voltaire Music, Warung Recordings, e claro, incontáveis pela gigante Get Physical. Inclusive toda essa movimentação (nacional e internacional) faz de Leo uma das figuras mais bem relacionadas e queridas da cena nacional…
Apesar de toda essa correria, das diferentes funções e responsabilidades, Leo ainda não pensa em se aposentar, pelo menos não como DJ. “Eu amo ser DJ, essa arte de poder contar histórias é algo muito importante pra mim. A cada set me sinto livre para seguir em qualquer direção, é assim que vejo a discotecagem, ter esta liberdade é algo incrível. Não me vejo aposentado, na verdade, vendo exemplos de artistas que eu amo e que já atravessaram gerações, me sinto até mais inspirado para seguir em frente”. É isso o que acontece quando realmente amamos o que fazemos. Que ainda possamos ouvir as histórias de Leo Janeiro por muitos anos, seja nas pistas ou no estúdio.
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A música conecta.