Skip to content
A música conecta

Do Pop ao Experimental: William Orbit

Por Caio Stanccione em Storytelling 22.12.2021

Olha, não sei vocês, mas eu acredito veementemente que tem algo de especial na água do Reino Unido. Já pararam para pensar o tanto de artistas que esse pedaço de terra que é envolvido pelo Oceano Atlântico tem? Sério, de The Rolling Stones a Goldie, a música como um todo na terra da Rainha é muito rica e diversificada, grande demais para ser contida pelos 242,500 km2 de extensão que a ilha tem. 

Agora, se eu te falasse que a Inglaterra tem um artista que acumula mais de 200 milhões de vendas em discos desde o início da década de 80 através de bandas como Bassomatic e Torch Song, um artista que fez parte da mesma gravadora e que trabalhou com The Police, e que também compôs trilha sonoras para filmes onde Patrick Swayze e Rob Lowe eram os atores principais, qual nome te vem à mente?

Caso você não reconheça este senhor da foto acima, seu nome é William Orbit, literalmente um mago quando o assunto é sintetizadores e drum machines. Além dos feitos já citados e como de se esperar, William tem uma enorme lista de artistas que produziu e colaborou. Exemplos? Prince, Madonna, U2, Britney Spears, Kraftwerk, Robbie Williams, All Saints… sim a lista beira ao ridículo – no bom sentido, claro – pelo tanto de artistas que já recorreram a William para compor suas faixas. Inclusive, Mr. Orbit regravou de forma espetacular Adagio For Strings um dos quatro movimentos que Quartet Strings tem, obra de Samuel Barber. E não, Adagio For Strings não foi criação de Tiesto, ela foi escrita em 1936, puramente Música Clássica.

Como eu disse, mago inglês dos sintetizadores, já que vertente musical não é problema algum para William, mas como traçar um perfil sonoro? Simples, bastamos mudar o foco de que tipo de música para que tipo de instrumentos que ele usa. Nitidamente, William Orbit é um cara vidrado em instrumentos eletrônicos, sintetizadores, drum machines, samples e tudo mais que é englobado por esse tipo de instrumento. Sonoridades sintéticas tendem a soar de forma futurista, onde ritmos mais repetitivos são predominantes, portanto o Ambient, o Techno, a House Music, o Trip Hop e o Downtempo são os principais sabores que podemos encontrar dentro da obra de Orbit. E sim, vamos de exemplos:

Torch Song – Blue Night [1995]

William Orbit – Silent Signals [1986]

Queen – Let Me In Your Heart Again (William Orbit Remix) [2014]

Bassomatic – Fantastic Rhythm [1989]

https://youtu.be/TL1t0hE-KUw

Britney Spears – Alien [2014]

E claro, não posso deixar de citar um dos trabalhos mais aclamados de Madonna e consequentemente de William, Ray Of Light, álbum lançado em 1998 que foi produzido pelo mesmo. 

Bom, fica claro com estes exemplos a importância que Willam tem dentro da Pop Music mundial, não é mesmo? sendo aquele tipo de pessoa que trabalha no backstage e que o grande público quase sempre não toma conhecimento. Foi através de artistas como William que a Pop Music, em especial nos anos 2000 ganhou um facelift mais eletrônico, onde a prioridade era os sintetizadores, além de claro trazer uma estética de mixagem mais moderna, com foco nos graves e nos médios, trazendo mais impacto e pressão sonora as músicas. 

Agora, caso você pense que William se tornou aquele tipo de artista que descobriu a galinha dos ovos de ouro e desistiu do que realmente o toca, você se engana. No início deste mês de Dezembro, William lançou Starbeam EP, composto por quatro faixas e que saiu através da tradicional Anjunadeep. Como de se esperar, sintetizadores antológicos, atmosferas vindas de outra galáxia e muita emoção é o que você encontrará nesse mais novo trabalho de William, onde o mesmo mostra o quão ativo, criativo e singular segue, mesmo após décadas. 

A música conecta. 

A MÚSICA CONECTA 2012 2025