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A música conecta

Eric Prydz e o audiovisual: a construção de um legado na música eletrônica global

Por Isabela Junqueira em Storytelling 07.10.2022

Eric Prydz, Pryda ou Cirez D — não importa o alias, você certamente já ouviu ele. Talvez a mágica do DJ, músico e produtor sueco seja exatamente essa: uma sútil governança pelo reino da Dance Music, já que ele é aclamado tanto pela grande massa, como pelos estudiosos da cena alternativa. E hoje, sexta-feira, dia 07 de outubro, nunca estivemos tão perto de sentir a potência de Prydz. Sexta, sábado e domingo, Eric apresentará o HOLO, seu show audiovisual tridimensional na ARCA, em São Paulo. O anúncio começou com duas datas: 07 e 08 de outubro, mas com a demanda, não demorou muito para que a data adicional fosse aberta — e os últimos ingressos ainda estão disponíveis na plataforma Eventim.

Entre as tantas características que o tornam um dos mais célebres nomes da música eletrônica global, o trabalho integrando áudio e visuais é definitivamente algo que o distingue. Muito antes da era das NFTs e a adesão visual ampla às apresentações de música eletrônica, Eric já ousava nas suas. Mas antes de avançarmos no assunto, é sempre bom recapitular o que o habilitou a executar um projeto tão avançado (e com tamanha maestria), afinal estamos falando de um titã com mais duas décadas de carreira. Prydz começou a carreira em 2001 e em 2004 teve seu primeiro marco com o eterno hit Call on Me. Ao lado de Axwell, Sebastian Ingrosso e Steve Angello, em 2008, formaram o Swedish House Mafia, mas em consequência da fobia de viajar de avião, Eric optou por não seguir com o grupo.

Em 2009, Prydz lançou Miami to Atlanta, onde o “Pryda snare” foi usado pela primeira vez, um elemento de bateria que ficou muito popular e basicamente consiste em usar esse elemento comprimido e sustentado no final de um compasso — comumente usado para marcar progressões na estrutura de uma música. Desde o lançamento da faixa, esse elemento foi sampleado por diversos nomes da música. Curiosamente, “pryda” em sueco significa “para tornar mais bonito e atraente”. Não encontrei nenhuma publicação que confirme essa tese, mas acredito que nessa altura do texto, a principal alcunha que Eric Prydz assumiu em 2005 com a faixa The Gift, já está bem contextualizada. Ele também soma outros alias como Cirez D, Sheridan e Moo, além de ser a mente por trás dos selos Pryda e Mouseville.

A exemplificação do uso do sample, inclusive em Don’t You Worry Child, do SHM

A concepção começou em 2010 e em 2011, a primeira edição do EPIC (Eric Prydz In Concert), impressionou o público e a indústria com uma experiência inédita, oferecendo uma maneira de experimentar visualmente a música do produtor com o uso pioneiro de hologramas. EPIC se desenvolveu e chegou até a versão 6.0 Holosphere, estreada no festival Tomorrowland, na Bélgica, no verão de 2019, com Eric se apresentando dentro de uma esfera gigante de LED tridimensional transparente mapeada em vídeo.

Nesta entrevista, você pode conferir um pouquinho mais do que há por trás do desenvolvimento do projeto

“O EPIC 6.0 levou dois anos para ser feito, desde nosso orçamento original de previsão e esboços conceituais de produção do HOLOSPHERE, até reunir exatamente a equipe certa com as habilidades, know-how e paixão para fazer o projeto decolar”, contou Calvert, que tem trabalhado com Eric Prydz há mais de 10 anos como produtor executivo do show, gerente de produção e co-designer do show. Junto de Eric Prydz, Liam Tomaszewski (diretor criativo, designer de show, animador e VJ), Ross Chapple (diretor de iluminação, designer de show, desenhos técnicos e LD) e a RES (empresa de gerenciamento de produção, direção técnica de vídeo, design de show, produção de show e sistemas de inteligência artificial comandada por Dave Green e Mark Calvert), são os responsáveis pela criação do maior efeito de holograma do mundo criado para um show.

Teaser de divulgação oficial do Holosphere 2020

Em entrevista ao Sónar, quando questionado sobre qual seria o reflexo de seus shows, Prydz respondeu: “coloca o foco na música e no visual junto com a música, e eu meio que me torno… estou lá controlando tudo, mas as pessoas não estão olhando para mim, elas estão olhando para o que eu quero que elas vejam, que é minha arte”. Ou seja, o show é inteiro projetado para que a música se destaque sobre qualquer outro aspecto — o que parece ter sempre guiado Eric em sua atuação pela música. Encerro o texto concluindo que é realmente um momento histórico para os fãs brasileiros de Pryda, não é mesmo? 

Ouça o último episódio do EPIC Radio na Beats1 para ir aquecendo para este final de semana

A música conecta.

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