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A música conecta

Botanic: por dentro da união de forças de Døriva e Leo Andreazza

Por Nicolle Prado em Trend 05.07.2023

Era década de 90 e três pólos pelo globo introduziram uma sonoridade totalmente diferente do que se conhecia, com poucos elementos e muita potência, se apresentando como um som cadenciado, envolvente e principalmente marcante. Essa é uma versão reducionista da origem das linhas minimalistas, que começaram a dar as caras por essa época, e que em por volta dos anos 90 e início de 2000, tomaram o mundo, ganhando mais notoriedade musical – inclusive aqui no Brasil. 

Na verdade, esse estilo musical andou a passos curtos por aqui, conquistando pouco a pouco, DJs e labels, até se difundir e arrematar um grande público, como hoje, vemos festas dedicadas à vertente. Mas, antes de chegarmos aos dias atuais, dois nomes já vinham movimentando essa cena por aqui, há bastante tempo, levando o Minimal para as pistas e criando uma história junto a este cenário que merece ser contada, e está sendo aqui neste texto. 

Os protagonistas em questão são Døriva e Leo Andreazza, dois apaixonados por música e com uma trajetória longínqua neste mercado. De um lado, Doriva com sua sólida carreira e um envolvimento forte com a cena eletrônica brasileira há mais de uma década, atuando na vanguarda de movimentos musicais por Santa Catarina, além de ser residente do D-EDGE e ter se apresentado em grandes polos mundiais como Romênia, Reino Unido e França. E do outro lado, Léo com sua bagagem musical refinada, sendo um assíduo pesquisador musical, fã de Jazz e Soul, que desde muito novo trabalha como DJ e produz momentos históricos, como o Festival Quinto Sol, com Ricardo Villalobos – outro gigante das linhas minimalistas. 

A partir desse breve background, é possível perceber que ambos os artistas possuem experiência e conhecimento de sobra e que a união dessas duas forças resultaria em algo poderoso. O ano era 2011, quando eles se conectaram a partir das peculiaridades de seu gosto musical, já que ambos os artistas já incluíam produções de Minimal em suas apresentações e analisavam que faltava uma representação maior desse estilo no Brasil, além de que havia uma abertura no mercado.

“Nós nos conhecemos a muito tempo atrás, quando rolou a primeira Cadenza Vagabundos em Santa Catarina. Na época, eram poucas pessoas que gostavam do que a gente gostava, a amizade foi meio que instantânea. Ao longo dos anos trabalhamos em frentes e lugares diferentes por esse estilo de música”, compartilha o duo sobre o início dessa conexão. 

A partir daí, Døriva e Leo já sentiam que precisavam trazer movimentação para a cena e esta ideia foi semeada ainda no começo da amizade. Passaram-se anos até que após a pandemia, o cenário esfriou ainda mais. Era hora de agir! Unindo a criatividade e experiência da dupla, veio ao mundo primeiro a dupla Botanic SoundSystem e na sequencia, focando em expandir o trabalho, a label party e gravadora Bōtanic, com ainda mais força, levando essa paixão pelo Minimal e Micro House ainda mais longe. 

“Fazia muito tempo que não nos víamos, até que nos encontramos no Sunwaves em 2019, parece que foi um click. A gente estava no olho do furacão, aquele festival reúne tudo o que mais gostamos dentro do espectro musical que amamos, não falamos sobre isso, mas acredito que foi lá na Romênia quatro anos atrás que isso começou de fato. Depois fomos juntando no que cada um era melhor e elaborando para construir uma marca que fosse também um ecossistema, alimentado tanto por DJs quanto pelo público, que pode estar sempre em contato conosco através da música e da arte”, contam.

A propósito, a fundação da Bōtanic, que aconteceu no ano passado, já celebra um ano de atuação. O selo tem proporcionado a difusão do estilo e se tornado referência, principalmente em Santa Catarina, local onde ambos residem e que sentem uma receptividade surpreendente, além da parceria forte que surgiu com o Surreal Park. No complexo, os artistas residentes sempre estão inclusos nos line-ups, com o espaço tendo aberto as portas para que festas e pistas fossem assinadas especialmente pela label, que busca trazer uma curadoria refinada da vertente. 

“Eu sou residente do D-Edge há 10 anos e meu trabalho com o Renato já passa de uma década. Ele sempre me apoiou muito e apoiou as minhas ideias, foi pra mim um grande incentivador do que amo fazer. O Léo como diretor artístico do Surreal tem uma relação mais recente com o Renato mas desde a primeira Botanic que fizemos no parque ele nos apoiou. Ano  passado com o Cosmjn, ficamos literalmente impressionados com o carinho do público, amigos que não víamos a muito tempo, todos na pista. Uma energia indescritível, quando você faz algo por amor e recebe todo esse sentimento de volta. Foram mais de quatro dias respondendo pessoas no instagram, agradecendo pela festa, foi mágico”, explica Doriva sobre seu relacionamento com o clube.

Prestes a celebrar seu primeiro ano de atuação, a Botanic prepara uma celebração especial e o local não poderia ser outro. No dia 07 de julho, o selo retorna às pistas do Surreal Park para comemorar seu aniversário de 1 ano, trazendo um line-up a altura desta data. Olga Korol, Botanic Soundsystem e Gromma foram os nomes selecionados para comandar a festa. 

“Fizemos muito mais do que nós imaginávamos que poderíamos fazer. Tivemos imensos suportes dos artistas internacionais, descobrimos outros vários DJs e produtores nacionais… Estamos fomentando o ecossistema para que todos possam se beneficiar dele. Pra esse 07 de Julho, estamos ansiosos com a apresentação da Olga. Ela é uma DJ que vem numa crescente muito aguda na Europa, tem abraçado outros gêneros dentro do set com muita sofisticação e é exatamente isso que queremos sempre trazer para a nossa galera, sons novos e experiências diferentes”, finaliza a dupla.

Os ingressos para o Botanic Ano 1 já estão disponíveis no link

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