Pedro Gariani nunca enxergou a música eletrônica como um território com fronteiras bem definidas. Seu olhar sempre esteve voltado para além dos rótulos, explorando diferentes cenas e absorvendo a essência de cada uma. “Sempre me permiti explorar diferentes cenas, do mainstream ao underground, absorvendo as nuances e energias de cada espaço”, ele reflete. Mas, em meio a essa jornada, foi na House Music que encontrou sua identidade. O groove, a pulsação das pistas e a energia atemporal do gênero falaram mais alto, tornando-se a base do seu som e da sua identidade artística.
Essa conexão com o House foi para além do estúdio e das cabines. Pedro se empenhou para fazer parte da construção de algo maior, fomentar uma cultura, criar espaços onde essa sonoridade pudesse florescer. Foi assim que nasceu a Warehouse, seu primeiro projeto de festa, uma plataforma que se tornou essencial para a cena em São Paulo. “A House Music me mostrou um universo que ia além da música em si. É uma cultura, uma comunidade, uma energia única”, diz ele sobre sua motivação para criar este e outros projetos voltados a esse ecossistema artístico e criativo.
Com essa mentalidade de expansão e contribuição, Pedro trilhou um caminho de crescimento sólido e genuíno ao longo dos últimos 8 anos. Mas, foi em 2024, que sua trajetória ganhou um novo capítulo quando ele se apresentou na Pikes, em Ibiza, cidade tida como um dos berços mundiais da música eletrônica. Agora, em 2025, ele alcança novos sonhos, sendo escalado para dois eventos que devem marcar tal trajetória: sua estreia no Time Warp Brasil e participação na primeira edição global da festa We Still Believe, label party da The Blessed Madonna. “O Time Warp tem um papel fundamental na consolidação da cena eletrônica em São Paulo e no Brasil nos últimos anos. É uma realização pessoal gigantesca estar ao lado de artistas reconhecidos globalmente e que eu admiro e me inspiro… compartilhando o mesmo palco, é algo surreal”, revela.
Seu crescimento não é fruto do acaso, mas sim de uma construção cuidadosa, onde cada escolha teve um propósito claro. Desde os primeiros anos na cabine, Pedro entendeu que a jornada de um DJ não se faz apenas de técnica e repertório, mas também de presença e de conexão. “Aperfeiçoar-se como DJ é um processo contínuo – é na pista, sentindo a energia do público e experimentando diferentes abordagens, entendendo o que de fato funciona ou não”, explica. Isso é algo que ele traz também na produção musical, se aventurando por diferentes caminhos, mas sempre conectado à essência do House, como mostrou no seu recente EP Everybody, assinado pela Cardume Records, que recebeu até um remix de Renato Cohen.
Agora, prestes a subir ao palco do Time Warp e da We Still Believe, Pedro Gariani celebra não apenas essas conquistas, mas também a clareza que tem sobre sua trajetória. “Durante muito tempo, a gente corre atrás de reconhecimento, de conquistas, de momentos que validem nosso trabalho. Mas com o tempo – e talvez com a maturidade que vem com ele – percebo que não se trata apenas de chegar a determinados lugares, mas sim do legado que deixamos no caminho.”
É com essa visão que ele segue adiante, transformando cada gig, cada evento e cada produção em um passo firme na construção de um legado verdadeiro dentro da música eletrônica.