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A música conecta

Quando as inspirações te mostram um caminho, é hora de ir e Slow Motion sabe disso

Por Louise Lamin em Trend 11.03.2024

O talento inato é uma verdadeira ilusão. Se engana quem pensa que quando falamos em arte, o dom é o que mais importa e que, a partir dele, não há todo um processo de desenvolvimento por trás. Embora algumas pessoas possam parecer ter uma predisposição natural para certas formas de expressão artística, a verdade é que para se destacar neste universo é necessário experimentação, estudo, busca por inspiração e a superação de desafios. No final de tudo, o talento é apenas o ponto de partida, mas o esforço constante e a paixão pela arte é o que verdadeiramente impulsiona um artista. 

Kaynã Reis aka Slow Motion, entendeu bem essa premissa. Seu amor pelas notas musicais veio ainda na infância, influenciado pelo ambiente que o cercava e, assim, desde cedo já arranhava os primeiros acordes na guitarra. Anos mais tarde, depois de passar pelo Rock’n’Roll e o Hip Hop, a música eletrônica surgiu e despertou um amor ainda mais profundo, trazendo a possibilidade de fundir estilos em beats potentes e levar multidões a se envolver em suas melodias. 

Desde então, o artista tem construído uma carreira proeminente no cenário nacional, que já dura quase uma década. No entanto, sua jornada não foi impulsionada apenas por sua aptidão natural para a música, mas também por sua capacidade de se reinventar, entender os movimentos do mercado e, principalmente, ser fiel com sua essência, compreendendo seus objetivos e o que busca transmitir a partir de sua música. Foi através deste movimento que a arte se tornou intrínseca em sua vida com inspirações surgindo de todos os lados. Cada experiência, encontro e emoção é transformado em combustível para sua expressão artística. 

E é neste contexto que uma nova fase de sua trajetória surge, conectada a uma viagem a Moçambique, que de forma inusitada se tornou inspiração para a estética que vem implementando em seu projeto sonoro. Isso porque durante sua estadia no país, o artista foi apresentado a uma sonoridade muito peculiar, o Amapiano, que se caracteriza por sua fusão de elementos de diversos estilos musicais, como house, afrobeat, kwaito e jazz, criando assim um som único e vibrante.

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As batidas e vocais melódicos trouxeram lembranças do início de sua carreira na música eletrônica, que esteve conectada à ascensão do deep house no Brasil e, que nos últimos anos, apesar de o gênero nunca ter saído de suas playlists e sets, esteve em segundo plano para que o artista focasse em outras vertentes. Mas, seu encontro com o Amapiano ofereceu um novo caminho a ser seguido, trazendo essa ligação com sua essência, ao mesmo tempo que o conduz a uma nova estética, atualizada para o momento atual, onde o mercado mergulha de cabeça no Afro house. 

Concretizando essas características e objetivos, surgiu Darling e na sequência, How I Feel, os primeiros singles deste momento de sua carreira. As produções reforçam o perfil musical de Slow, com linhas de baixo e melodias muito bem executadas, mas também traz novos elementos, com influências do Amapiano, apresentadas em um ritmo mais brasileiro e grooves dançantes em BPMs mais lentos, que transmitem bons sentimentos — a propósito, esta é a missão de sua sonoridade atualmente. As produções ainda chegam assinadas pela sua própria gravadora, a Ref City, em um momento em que o artista tem buscado desenvolver ainda mais o trabalho do selo, criando um catálogo baseado em sua experiência e curadoria. Ou seja, esta jornada trará bons frutos promovendo não apenas o próprio trabalho do artista, mas também oferecendo uma plataforma para o crescimento e reconhecimento desta visão artística. 

Conecte-se com Slow Motion: Beatport | Instagram | SoundCloud | Spotify

A música conecta.

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