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A música conecta

Vitrola Review | The Existential Soul of Tim Maia: Nobody Can Live Forever

Por Isabela Junqueira em Vitrola 12.08.2022

Tim Maia dispensa apresentações, e honestamente, de certa forma, eu me recuso a trazer maiores contextualizações sobre uma das figuras mais marcantes da Música Popular Brasileira. Se você não conhece a história do Síndico do Brasil (como foi carinhosamente apelidado por Jorge Ben Jor em W / Brasil), basta recorrer a alguma de suas biografias — escrita ou filmada. Neste Vitrola Review, vamos celebrar um fragmento importantíssimo de sua obra musical: The Existential Soul of Tim Maia: Nobody Can Live Forever.

Em 1999 o Luaka Bop (selo musical nova iorquino de David Byrne, vocalista e guitarrista do Talking Heads) começou uma série chamada World Psychedelic Classics, buscando e divulgando ao mundo uma série de coletâneas cuja temática também dispensa maiores contextualizações (risos) e você pode encontrar Os Mutantes e Shuggie Otis nos volumes anteriores. 14 anos depois da viagem de Tim rumo à luz, mais precisamente em 28 de setembro de 2012 (dia em que Tim comemoraria 70 anos), The Existential Soul of Tim Maia foi lançado.

E o Luaka Bop caprichou no lançamento, viu? Disco duplo, lançado em vinil de 180 gramas e capa gatefold. Não bastando, a gravadora convocou festas simultâneas em diversos locais do mundo para a divulgação do LP: Amsterdã, Chicago, Estocolmo, Milão, Nova e claro, aqui no Brasil — sendo esses só alguns dos locais. A preocupação com o lançamento foi tamanha que eles criaram uma animação sobre a vida de Tim Maia, narrada por ​​Devendra Banhart, uma referência do Folk psicodélico.

Com a curadoria de Paul Heck, o produtor americano reuniu 15 faixas de Tim, sendo 6 cantadas em português e 9 em inglês. As faixas em português selecionadas por Paul são, em maioria, pautadas na Cultura Racional — uma espécie de estudo sobre a origem da humanidade. Um detalhe interessante é que Do Leme ao Pontal teve sete versões diferentes, mas a versão lançada na coletânea é mais lenta e funkeada do que a versão mais popular, e também não entoa estrofe: “tomo guaraná, suco de cajú / Goiabada para sobremesa”.

As músicas internacionais fazem parte de álbuns lançados nos anos 70, mas fato é: essa é uma das coletâneas que se fazem essenciais a qualquer um que se considere fã da obra musical de Sebastião Rodrigues Maia. No entanto, como toda obra especial que requer um charme ou um “quê” de exclusividade, só é possível escutar a coletânea na íntegra através de seu formato físico. Isso porque em nenhuma plataforma (nem nos cafundós do YouTube) é possível encontrar a obra original completa — nem no canal da Luaka.

Infelizmente o Universo segue em desencanto, mas enquanto tivermos obras como essa e as muitas outras de Tim, é possível se encantar novamente ao ouvir as mensagens que esse grande ser humano nos deixou. Viva Tim Maia!

A música conecta.

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