É como Kabulom — adaptação de um apelido herdado pelo pai — que Paulo Mendonça compartilha os frutos da sua veia musical com o mundo. O seletor e pesquisador musical é sem dúvidas um dos nomes mais interessantes que despontou na cena nacional recentemente. Desde 2021, Kabulom vêm se posicionando com respeito adquirido em consequência da habilidade cirúrgica ao construir narrativas musicais energéticas, dançantes e didáticas. Sua pesquisa parte da música africana com ritmos como amapiano e kwaito, mas se estende por uma ampla paisagem sonora incluindo suas ramificações e outros estilos que partem da cultura negra como house, house gospel e o soulful house.
Kabulom vem do interior de Minas Gerais e pesquisa música muito antes de incumbir-se deejay. Apesar da habilidade concreta em cavar fundo em suas pesquisas musicais, a perda auditiva foi, durante muitos anos, uma barreira para que ele se enxergasse atuando por trás dos decks — algo que com a habilidade, paixão e autoconhecimento aflorando cada vez mais foi inevitável de ser concretizado. Baseado em Belo Horizonte desde 2021, as portas se abriram ainda mais com o relacionamento próximo e residência nos coletivos 101Ø e Curral.
O trabalho de Kabulom se desenvolveu e criou extensões com as festas TUMULTO e a Mathosa. Enquanto a TUMULTO tem o foco em perspectivas negras através do som, a Mathosa (em parceria com OMOLOKO) é uma festa que se abre aos pesquisadores musicais com uma pesquisa vasta, abundante e global, mas que ainda seja conectada aos sons de pista. Além das pistas as quais Kabulom já está familiarizado, ele vem de uma série de apresentações relevantes neste ano que incluem o Coala Festival, Festival Gop Tun, Mamba Negra, Meca (Inhotim), entre diversas outras.
A arte de Kabulom é multifacetada e não para na música. Através da função de designer e da criação de artes, além de se conectar com marcas, festas e coletivos, ele exprime de forma visual e compartilha conosco mais um de seus fragmentos artísticos. Além de designer, Paulo também é redator e pesquisador de música eletrônica e africana. Em todas as suas formas de expressão, a conexão com suas raízes e a veia educativa estão presentes, tornando Kabulom um protagonista ainda mais interessante e potente.
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A música conecta.