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A música conecta

Hot Creations, o selo de várias tribos

Por Redação Alataj em Label's 20.06.2013

O label mais hypado do momento está no tracklist de patricinhas e iniciados e, melhor, tem conseguido agradar a todos com uma popularização de A a Z que há tempos não se via na cena.

Uma das grandes polêmicas da música eletrônica se dá na definição de seus estilos. Difícil saber o que de fato se transmite em termos de qualidade chamar um som de house, techno ou synthpop. Alguns encerram a questão com a certeza de que essas categorizações restringem a música, tão mais amplas que os rótulos a ela conferidos. Mas não adianta fugir. Esses estilos têm implicações culturais e transmitem valores, tradições, elogios e até preconceitos e preguiças de todo o tipo. Tanto que recentemente serviram para diminuir a importância de um dos selos mais interessantes dos últimos tempos: o londrino Hot Creations, encabeçado pelas estrelas Lee Foss e Jamie Jones e por onde também lançam brasileiros como o Digitaria.

E é nessa leva de classificações pejorativas que iniciados chamam o som do label de “house music pop”. Título também conferido a outros novos selos, como VisionquestWolf + Lamb eCrosstown Rebels. Sim, dá para dizer que, esses caras têm uma fórmula: deep house, refrão com vocais, sempre acompanhados por uma atmosfera upbeat para garantir a pista. Um som que garante qualquer audiência. De patricinhas a modernosos, de nerds a amantes do indie rock. Bom. Por essas e outras que se espalhou o boato, acompanhado de toda a preguiça possível das produções vindas de lá ser uma house music barata e popular, que conferiram a críticos aquele dêsanimo cult que os impedem de conhecer a fundo até que…

Você pesquisa música. Tá em casa tranqüilamente e ouve aquele set incrível, funkeado, cheio de nuances, uma harmonia indescritível e se vê botando gelo na água, afastando a cadeira e recorrendo aos guerreiros do tracklist google afora para saber qual a origem daquelas produções maravilhosas. E, se você for mais perspicaz ainda, vai ver que muitas dessas músicas que você mais gostou veio justamente do Hot Creations e se vê obrigado a mudar alguns conceitos. Então, é uma fórmula que dá certo.

O primeiro deles é a preguiça cultural, já que iniciados têm ojeriza a ver que o seu único fator de distinção se encontra tão bem aceito e difundido em todas as tribos. Porque house é de Chicago, techno é Detroit (e no máximo flerta com a Alemanha) e explorar vocais nunca foi lá o interesse primordial da música eletrônica até que você encontra produções que são justamente o contrário de tudo isso e, mesmo assim, são boas.

Então, comece com a compilação “Hot High Lights”, com 24 tracks que saíram pelo selo (por aqui, no embed do soundcloud) e comece a ouvir Lee Foss e Jamie Jones. Não deixe de conferir a banda Hot Natured, um live imperdível formado pelos dois owner + Luca C e Ali Love. Eles são os produtores de três singles imperdíveis desse ano: Benediction, Reverse Skydiving e Forward Motion. Com essas, dá pra perceber que o selo circula por diferentes vertentes: Reverse Skydiving tem Anabel, uma loiraça à lá Kylie Minogue, num indicativo claro do que se tem de mais pronto pra virar hit (mas a música é ótima), enquanto Benediction e Forward Motion flertam com os tempos áureos do house. Enjoy!

Via Dance Paradise

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