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A música conecta

O dinamismo é o ponto chave de Hello Clouds, novo álbum de Justin Martin

Por Alan Medeiros em Lançamentos 22.04.2016

Quatro anos após o lançamento de seu aclamadíssimo álbum de estreia, Justin Martin está de volta com um novo full-lenght, intitulado Hello Clouds. Esse hiato entre um trabalho e outro não significa nem de longe um período de inércia criativa na carreira do DJ e produtor californiano. Os últimos anos representam um tempo de grande evolução e produções de sucesso que o levaram a clubs e festivais que figuram no hall dos mais disputados ao redor do globo. Ainda assim, era muito grande a espera por esse novo capítulo, especialmente pela forma como Justin construiu seu próprio estilo dentro da house music em Ghettos and Gardens, lançado em Abril de 2012.

O novo álbum traz 14 faixas. Metade delas, são colaborações. De cara, ele chama atenção pela manutenção de sua identidade típica e do perfil Dirtybird também. Em alguns momentos, lembra muito o full-lenght lançado em 2012, mas não falta originalidade, assim como não há uma semelhança ao ponto de indicar uma ausência evolutiva. Existem sim faixas que brilham que outras dentro do contexto, mas analisado sob perspectiva o release é sólido, sem grandes disparidades técnicas entre suas partes.

O ponto chave do trabalho reside no dinamismo. Assim como em outras produções, Justin Martin consegue imprimir um ritmo que funciona muito bem nas pistas, mas fora delas também. “Hello Clouds”, por exemplo, faixa que dá nome ao álbum, traz um grave gordo inserido dentro de uma melodia suave, com vocais doces da cantora Femme. Essa faixa por sinal, tem aspectos semelhantes a “Don’t go”, grande sucesso de seu LP de estreia.

A tarefa de manter com qualidade a identidade da Dirtybird não é fácil, mas se tem um nome capaz de fazer isso com maestria, além do boss Claude VonStroke, esse cara é Justin Martin. Isso fica explicito em “Odyssey”, melhor faixa de Hello Clouds na nossa opinião. Em apenas uma track ele consegue juntar os aspectos mais sérios, extrovertidos e originais da gravadora e o resultado não poderia ser outro: sensacional.

Em “Rabbit Hole” temos uma das produções mais inovadoras do release. Elementos do underground se fundem a traços da cultura pop para uma faixa que vai direto na alma, sem escalas. “Back to the jungle”, parceria em com Will Clarke parece ser uma das mais fortes para a pista, principalmente por conta da tensão muito bem criada no break.

Além das já citadas, algumas outras faixas também merecem comentários. “Tropical Storm”  é uma jam que revela um Justin Martin inspirado para improvisações. “Midnight” é uma collab com Christian Martin que carrega uma levada muito envolvente. “Hold Them” dá números finais a Hello Cloud de forma melódica e melancólica, o encerramento perfeito para um trabalho tão aguardado e que corresponde tão bem as expectativas. A música conecta as pessoas!

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