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A música conecta

Opinião | Warung 17 anos: história não se constrói da noite para o dia 

Por Alan Medeiros em Notícias 20.08.2019

Na semana passada o Warung anunciou o lineup completo das duas noites que celebram seus 17 anos de história. Cada vez mais perto da expressiva marca de duas décadas de atividade, o club catarinense tem eu seu DNA algo bastante impressionante: capacidade de fidelizar o público, desejo dos principais artistas do Brasil e do mundo de estarem lá e poder de renovação em momentos chaves – esse parece ser um deles.

Inegavelmente o Warung nasceu com uma conexão muito forte com o progressive house e a maior prova disso é a conexão surreal do público da casa com artistas como Hernan Cattaneo e Sasha. Ao longo de sua trajetória o club abraçou outras tribos, ajudou a formar a história de grandes nomes do techno no Brasil, como Maceo Plex e Dubfire, foi protagonista em um momento de expansão do deep house agora se prepara para um novo ciclo.

Esse ciclo não está diretamente ligado a um determinado gênero musical, mas sim há maturidade que envolve o perfil sonoro da casa. Se você gosta de techno, é fato que terá algumas boas noite para dançar em todas as temporadas. Se sua preferência é house, pode esperar alguns medalhões do estilo daqui pra frente. Se curte progressive house, sabe muito bem que isso é parte da história do club, como citado acima. Em um breve resumo: diferentes tribos continuarão se encontrando no Garden e Inside.

Essa maturidade também aparece de forma mais clara frente ao público. É preciso lembrar que o club tem duas grandes pistas que juntas comportam cerca de 4 mil pessoas quando cheias. Não tem como agradar todo mundo que frequenta a casa em uma única noite. A solução está no equilíbrio. Se o público estiver disposto a consumir algo mais profundo, isso refletirá diretamente na escolha dos line ups.

Warung — Pista Inside

Noites com uma abordagem mais comercial sempre existirão, mais do que isso, são necessárias para uma marca que se comunica com tanta gente e ajudam na renovação do público. Em meio a isso bons nomes como Deep Dish e Kolombo constroem suas histórias de forma justa e merecida, o que não tira o brilho de outros artistas, nem mesmo a necessidade de novidades na curadoria, como as que foram apresentadas para este aniversário.

Peggy Gou, Honey Dijon e Khen farão suas estreias a peso de ouro. O trio de novidades se junta aos já idolatrados Richie Hawtin e Solomun, além do também estreante Lee Jo Life — um timaço de artistas nacionais, como de costume, completa o lineup. Que este novo ciclo do Warung se inicie com grandes noites, inovação e consistência e que o club tenha forças para lutar contra a especulação imobiliária que tanto assombra a club culture global.

A música conecta.

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