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A música conecta

Alataj entrevista Bloody Mary

Por Alan Medeiros em Entrevistas 12.04.2019

Nascida na França mas atualmente baseada em Berlim, Bloody Mary é uma DJ e produtora que cravou boa parte das principais conquistas de sua carreira ligada a cultura do vinil. Em 2010 ela lançou a Dame Music, imprint que já recebeu nomes como KiNK, The Jaydes e Attan em realeses de abordagem atemporal e fora da curva.

Nas pistas, BM traduz sua criatividade para dois formatos de apresentação: live e DJ set. Na outra esfera de seu trabalho, no estúdio, esta talentosa artista francesa ostenta lançamentos por alguns dos labels mais importantes da cena techno internacional, entre eles Afro Acid, Ovum e Missile. Às vésperas de seu debut no Brasil, Bloody Mary toca este sábado na Carlos Capslock em São Paulo, falamos com a artista. Confira abaixo:

Alataj: Olá, Bloody Mary! Obrigado por falar conosco. Você nasceu na França, mas atualmente mora em Berlim. De que forma o background e a cultura musical de cada um desses lugares impactou sua música ao longo dos anos?

Bloody Mary: Olá! Obrigada por me receber. Descobri o techno quando era adolescente e comecei a sair. Venho do sul da França e festas raves ilegais eram o melhor lugar para escutar música eletrônica naquela época. Me mudei para Berlim em 2005, porque me apaixonei pela cidade, e desde então, chamo a Alemanha de lar.

Quase 10 anos após a sua fundação, Dame Music segue como uma expoente do movimento Acid frente dance music. O que você pode nos contar a respeito do processo de construção da identidade musical do label?

Lancei o primeiro Dame-Music em junho de 2010. Naquele momento, a execução de uma gravadora de discos era difícil, pois todos começaram a tocar digital. Nos últimos anos, começou a virar “moda” tocar com discos nas mídias sociais, então o mercado se tornou mais estável (felizmente). Lanço música que amo, em algum lugar entre house e techno, feita por produtores que compartilham do mesmo estado de espírito musical que eu.

Você é uma artista completa que se apresenta tanto no DJ set, quanto em live acts. Qual destes dois formatos oferece a você uma maior conexão com o público?

Como DJ, adoro tocar em clubs ou locais especiais, porque gosto de estar perto do público. Fazer um DJ set permite que eu toque mais e seja mais versátil com a minha música. Como live act gosto de tocar em festivais, é apenas uma hora de apresentação e posso ir direto ao ponto e pegar um pouco mais pesado.

Na sua opinião, quais características são essenciais para a formação de um bom DJ? Qual a primeira coisa que você observa ao iniciar um set?

Ser fiel a sua arte e fazer tudo com paixão. Respeitar a música feita pelos outros e nunca se comparar com outros artistas. Ser curioso, procurar música em todo lugar e visitar lojas de discos para que você possa ser inspirado (mesmo que você não toque com discos).

Quando você é um artista que alcança certo grau de reconhecimento, é natural que você passe parte do ano viajando, esperando horas em aeroportos, dormindo mal e comendo o que é mais prático. Como você faz para conciliar sua saúde mental e física, em meio as viagens?

É muito importante sempre comer de forma saudável e se manter hidratado, mesmo quando se está viajando. Sou muito ativa durante a semana, divido meu tempo entre estúdio e academia. Praticar yoga também me ajuda a manter a mente equilibrada.

Em Abril você vem ao Brasil para tocar na Carlos Capslock, uma festa expoente do underground em São Paulo. Quais são suas expectativas? O que você tem ouvido falar a respeito da eletrônica brasileira?

Tive um feedback muito bom de amigos que já tocaram no Brasil e é sempre bom descobrir uma nova cultura. Carlos Capslock tem uma reputação muito boa aqui na Europa e pelos vídeos que eu vi na internet, devo dizer que estou muito animada.

Seu catálogo de releases é marcado por trabalhos importantes em labels como Afro Acid, Ovum e Missile. Particularmente, o que você considera essencial no processo de escolha dos labels com quem vai trabalhar?

Decidi trabalhar com Afro Acid, Ovum e Missile em particular, porque essas três gravadoras são dirigidas por produtores que sempre me inspiraram no estúdio.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida? Obrigado!

Para mim, música significa felicidade. É terapia para quando você não está se sentindo bem e quer escapar do mundo. Feche os olhos e deixe a música tocar. Obrigada por me receber, eu espero ver muitos de vocês em São Paulo!

A música conecta.

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