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A música conecta

Alataj entrevista Chus & Ceballos

Por Alan Medeiros em Entrevistas 04.11.2019

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Reconhecidos pelo ótimos trabalhos de produção, Chus & Ceballos exibem uma versatilidade notável, permitindo que toquem em pequenos clubes e grandes festivais. Seus sets de longa duração apresentam uma sonoridade ibérica característica, com a presença inconfundível das percussões. 

Juntos, eles fundaram a gravadora Stereo Productions, sendo criadores de um movimento chamado Iberican Sound. Fundada em 1999, nasceu da fusão da influência do house de Chus e do techno de Ceballos, com o objetivo de desenvolver um estilo que colocasse a Península no mapa da música eletrônica — sem dúvidas, influenciaram toda uma geração.

+++ Leia nosso bate-papo fresquinho com Sidney Charles realizado em agosto deste ano!

Todos esses anos de trabalho árduo, profissionalismo e constante evolução levaram a dupla a garantir residências em alguns dos melhores clubes do mundo: Space e Blue Marlin em Ibiza, Output e Pacha em Nova Iorque, Space Miami, Stereo Montreal, Sound Los Angeles, Ageha Tóquio, para citar alguns. Tais credenciais são mais que suficientes para que fossem convidados para mais uma edição da série Invites, acompanhada por uma entrevista exclusiva:

Alataj: Olá, rapazes! Tudo bem? Obrigado por nos atender. O Iberican Sound é uma grande marca registrada do projeto. Vocês poderiam explicar sobre o que exatamente se trata essa assinatura sonora?

As raízes do nome remetem há quase 20 anos, quando começamos a produzir música. Ficamos um pouco decepcionados com os labels espanhóis e sua falta de personalidade, então decidimos criar nosso próprio som e uma gravadora para lançar nossas produções. Criamos uma mistura de house e techno com elementos tribais e percussivos. Não tínhamos ideia do que iria acontecer e não podíamos imaginar que receberíamos a grande recepção que recebemos internacionalmente. O termo ‘Iberican Sound’ foi criado para colocar nossas origens no mapa, na Península Ibérica, onde Espanha e Portugal estão geograficamente localizados.

A cena eletrônica da Espanha possui uma grande tradição de pista que só tem crescido nos últimos anos. Por qual razão vocês acreditam que a música eletrônica se fortaleceu tanto por aí?

Provavelmente porque as pessoas da Espanha adoram sair e festar. Clubes e principalmente festivais, são parte da nossa cultura. Espanha é um dos maiores destinos do verão e Ibiza é o centro do mundo para a cena da música eletrônica na alta estação. A Espanha é um país cheio de festas e a música eletrônica está presente em nosso DNA.

No cenário house/techno, lançar por grandes gravadoras é uma espécie de validação de trabalho. No caso de vocês, como tem sido colaborar com marcas como elrow, To Many Rules e Nervous nos últimos anos?

Somos DJs e produtores, para nós, é tão importante produzir música, quanto viajar o mundo tocando. Graças às produções, nosso som ficou conhecido e fomos convidados para tocar em todo o mundo, então definitivamente é uma validação do trabalho e a melhor forma de impulsionar sua carreira de DJ.

Nossos amigos espanhóis da elrow estão com tudo agora, como está uma das festas mais importantes do mundo é sempre uma honra lançar música com eles e tocar em suas festas, como a que participamos em São Paulo. Nervous Records e Too Many Rules são outros labels muito próximos a nós, são como família. Gostamos de ter um relacionamento próximo com as pessoas com quem trabalhamos.

Sobre o Brasil: o que vocês sabem a respeito da cena do país? Há algum artista que você tem acompanhado mais de perto nos últimos meses?

Gostamos de absolutamente tudo sobre o Brasil, as pessoas, o clima, a comida, a paisagem. Durante todos esses anos, tivemos a sorte de viajar pelo país e ver as maravilhas e encantos da terra. Sabemos que a música eletrônica se tornou bastante popular nos últimos anos, com clubes que estão no topo da cena internacional, como Warung, Laroc Club, Green Valley e The Week. Há tantos artistas brasileiros que admiramos, conhecemos Wehbba há anos, DJ Anna, Gui Boratto e outros respeitados artistas. Lançamos em nosso selo alguns grandes DJs brasileiros, como Wilian Kraupp e Dos Santos.

Pacha New York, Space Miami, Stereo Montreal e Ageha Tokyo estão entre os clubs que já receberam vocês como residentes. Na opinião de vocês, o que é fundamental para que o relacionamento entre club, artista e público se mantenha permanentemente saudável?

Você precisa dar o seu melhor enquanto toca, além de fazer as pessoas terem uma experiência inesquecível. Se você fizer isso, eles vão te chamar novamente e você deve trazer algo novo e fresco, assim as pessoas sempre ficarão animadas para te ver. É assim que construímos nossas residências ao redor do mundo. A relação pessoal com os promoters e membros do club também é muito importante, nos tornamos família ao longo dos anos e isso ajuda a criar uma comunidade.

Gigs, novidades, lançamentos: o que esperar de Chus & Ceballos para o restante de 2019?

Além da nossa turnê com paradas nas Américas do Norte/Sul e na Europa, o projeto mais importante é que estamos imersos na comemoração dos 20 anos da Stereo Productions e Chus & Ceballos em 2020. Faremos showcases especiais nas principais cidades do mundo, começando com Madri, Chile, Costa Rica, Miami, Barcelona, México e mais. Além disso, um documentário e um lançamento muito especial. Muitas outras surpresas, fiquem ligados!

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Para nós, a música é um estilo de vida, não apenas um trabalho, ela significa tudo. Nós respiramos, nos alimentamos e sonhamos com música. Poder fazer o que amamos não tem preço, seremos gratos para sempre.

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