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A música conecta

A música de Kölsch é fruto de suas vivências e experiências desde a infância

Por Alan Medeiros em Entrevistas 14.04.2016

O relacionamento de Rune Reilly Kölsch ou simplesmente Kölsch com o selo alemão Kompakt é algo que podemos chamar de familiar. O dinamarquês cita a gravadora de Colônia como o “label perfeito” e talvez por conta disso, lançou por lá seus dois álbuns. 1977 e 1983 foram lançados em 2013 e 2015, respectivamente. Eles retratam a identidade um artista que sabe bem lindar com a educação culturalmente diversificada que recebeu desde a infância.

Rune é metade irlandês, metade alemão, mas cresceu na Dinamarca. Seus releases são o produto de memórias que moldam as ideias e conceitos esquisitos provenientes de sua mente. Sorte a nossa, que tais memórias possam ser transmitidas através de uma linguagem musical vibrante e pitoresca. Kölsch também é o responsável pela consolidação de uma linha melódica que flutua entre o house e o techno e é tão bem aceita pelas pistas ao redor do mundo na atualidade.

Por falar em pistas, Rune possui apresentações marcantes em clubs como Fabric e Space Ibiza. Desde que mudou-se da Dinamarca para o sul da França, seu nome é presença constante no line up de festas e festivais conceituadas do circuito europeu. Dono de um som original, certeiro e contemporâneo, Kölsch faz parte de um time de artistas respeitado respeitado pela crítica e amado pelo público. O DJ e produtor está no Brasil para uma tour sul-americana, que ainda passa por Argentina e Colômbia. Logo mais, ele se apresenta na tradicional noite Moving, do D-EDGE. Antes disso, você confere nossa entrevista exclusiva com ele. A música conecta as pessoas! 

Todo processo de produção da entrevista foi comandado por Felipe Freitas, Giu Barchetta, Nato Medrado e Lidi Mendes. Agradecimentos especiais a sempre gentil e cordial Arjana Vrhovac, da D AGENCY. 

1 – Como começou seu relacionamento com a música eletrônica?

Quando eu era muito jovem, criei um fascínio pela música eletrônica antiga. Gosto muito de artistas como Space, COD, Eurythmics, Vangelis e outros. Eu não fazia ideia de como eles produziam música, mas eu simplesmente amava. Ao longo dos anos busquei aquele som através de diferentes instrumentos, até eu perceber que poderia fazer isso em um computador, sozinho. Meu primeiro lançamento foi em 1995 e desde então já são 21 anos lançando música.

2 – O que fez você se concentrar em um estilo paralelo criando o nome Kölsch?

Eu precisava de uma saída, onde eu pudesse experimentar e me concentrar em fazer música mais pessoal. Queria explorar o meu passado e me deixei ser inspirado pelas minhas primeiras memórias de som. Era tudo sobre uma abordagem mais pura e artística para a música.

3 – Como é o seu processo criativo para a criação de uma nova faixa?

Existem diferentes formas, mas normalmente eu faço uma demo em cerca de 15 minutos. Então eu trabalho no arranjo e detalhes. Em seguoda, envio partes da canção para serem regravadas por músicos contratados e no final eu finalizo a música. É super importante para mim manter a emoção original da track, então quando eu sinto alguma coisa, preciso gravar muito rapidamente. Se o sentimento ainda está lá, eu posso construir a partir daí.

4 – E qual é a importância da Kompakt neste processo?

Kompakt é, provavelmente, o melhor label techno no mundo. Eles me dão a liberdade criativa para fazer o que sinto. Sou muito grato pelo apoio deles.

5 – Você começou um label chamado IPSO, certo? Qual é o conceito por trás, o que você espera do futuro e quais são os gêneros que você está procurando?

IPSO é para ser um processo de aprendizagem. Não é um label tradicional. A ideia é que ele seja uma plataforma para que eu convide artistas e amigos que admiro para produzir collabs. Em seguida, decidimos nosso objetivo comum e nos divertimos no estúdio. Para o primeiro lançamento com Michael Mayer, decidimos usar apenas um instrumento, um órgão velho que ele tinha em seu estúdio. Foi super interessante para nos trabalharmos limitados e ver o que poderíamos criar.

6 – A ideia de ter um label é algo que você já tinha em mente ou é uma ideia mais recente?

Eu tive muitos labels, por isso não é uma idéia nova para mim. A idéia de fazer dela uma plataforma para a experimentação é a novidade disso tudo

7 – Como você vê as produções e a cena atual no Brasil? Você já ouviu algum material brasileiro recentemente?

Bom, o único artista brasileiro que sigo a todo o tempo é Gui Boratto. Ele é um bom amigo, somos parceiros na Kompakt. Tenho certeza que estou perdendo um monte de música incrível do Brasil.

8 – Para finalizar, deixe suas impressões sobre a experiência de tocar para o público brasileiro.

O público brasileiro é maravilhoso. Vocês tem um profundo entendimento das dinâmicas da música. É sempre um prazer estar aqui.

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