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A música conecta

O australiano Lancelot é dono de uma identidade musical que impressiona e apaixona

Por Alan Medeiros em Entrevistas 20.09.2016

Pouquíssimos foram os artistas que nos chamaram atenção com tamanho impacto quanto o australiano Lancelot nos últimos anos (nós até pensamos, por um período, que ele fosse britânico). O produtor aborda a house music de uma maneira contemporânea e bastante autêntica, porém, sem deixar de lado traços do passado que consagraram o gênero mundialmente.

Lancelot nasceu em Sidney e estudou música no Sydney’s Conservatory of Music. Suas bases musicais foram introduzidas por compositores australianos como Michael Smetanin e Nigel Butterley. Não demorou para que ele se firmasse como um profissional da produção musical, desenvolvendo trabalhos para o cinema e a publicidade. Dentro da dance music, seus primeiros trabalhos relevantes foram lançados pela Anjunadeep e em seguida Trunkfunk e W&O. Sua consistência e identidade musical forte, fizeram com que rapidamente suas produções fossem parar nos catálogos de labels respeitados mundialmente, como Toy Tonics e Freerange.

Desde o ano passado o DJ e produtor australiano está em uma tour que passa por diversas cidades do Reino Unido. Ele também participou de uma gravação do Boiler Room em Londres e tem feito viagens a Ásia, América do Norte e Austrália. O futuro reserva lançamentos por gravadoras do calibre de Counter Recordings, W&O e Freerange, novamente. Antes disso, conversamos com ele sobre diversos pontos importantes da carreira. Confira abaixo. A música conecta as pessoas!

1 – Olá, Lancelot! Como você está? Você nasceu em Londres, cidade conhecida por possuir um histórico interessante dentro da cena house. Como os artistas e a atmosfera da cidade contribuíram para sua formação artística?

Na verdade eu nasci em Sydney, Australia e me mudei para Londres 2 anos atrás. Essa mudança definitivamente mudou a abordagem da música que produzo hoje em dia. Há muito mais coisas acontecendo aqui em termos de música underground e estar exposto à isso na maioria dos fins de semana tem um impacto forte sobre o gosto de qualquer pessoa.

2 – Seu estilo musical é muito marcante e mesmo em lançamentos para selos diferentes é possível ouvir e dizer “Tem algo Lancelot aqui”. A que se deve essa identidade tão forte? Quão importante é possuir um estilo próprio em meio uma cena com tantos artistas?

Ah, muito obrigado. Isso é a coisa mais importante, eu me livro de diversos demos, porque eles não são bons o bastante. O trabalho que vocês conhecem, é o que eu me sinto à vontade lançando. Acredito que lançar apenas o seus melhores trabalhos é muito importante na criação da sua história e da sua identidade, mas também toma tempo. Eu só descobri o que realmente queria fazer, nos últimos dois anos.

3 – Você é graduado na Sydney’s Conservatorium of Music e iniciou seu contato com a música tocando piano, certo? De que forma essas experiências ajudaram você a se tornar o grande produtor que é hoje?

Me expôs a uma variedade de compositores, de eras diferentes, que eu nunca teria escutado. Estar no Sydney Conservatorium me ajudou muito em descobrir o que eu gostaria de fazer, mas definitivamente me fez ver o que eu não queria fazer.

4 – Seu debut EP foi lançado pela Anjunadeep, um dos selos mais importantes de house da Europa. Fale um pouco a respeito desse trabalho.

Não foi meu debut EP, mas com certeza foi o primeiro que chamou atenção de pessoas do mundo todo, os dois foram inspirados pelos clássicos estilos de house music americano. Também foram EPs com bastante vocal e uma estrutura bem pop de música. Foi bem divertido trabalhar com Antony e Cleopatra nessas tracks, meu som mudou muito de lá para cá, entretanto, continuo muito orgulhoso com aquele release.

5 – Você possui trabalhos de produção musical fora da música eletrônica, certo? Fale um pouco mais sobre eles e como você se sente trabalhando em diferentes cenários musicais

Yep! Eu trabalho como compositor full-time, em um show de tv chamado “Soul Mates”, e trabalho também como freelancer na TVC’sm, para pagar minhas contas!

6 – Todos os seus lançamentos me parecem bastante consistentes e bem produzidos. Há algum que você considera melhor ou mais especial?

Hmm, essa é bem complicada. Uma que eu estou sempre tocando e tem uma grande reação por parte das pessoas é “Tarantism”. A música passou por diversos ajustes para chegar onde chegou, e o mais importante, eu não estou cansado dela ainda!

7 – O seu último EP pela Toy Tonics é composto por 3 super faixas poderosas para o dance floor. Como foi o processo criativo desse trabalho?

Um segmento que é executado através de cada uma das faixas, acho que eles são um pouco quebrados em uma estrutura AB-AB. Construir a tensão, em seguida, soltar, repetir, fim.

8 – Como é a relação com as labels que você lança?

Todas os selos que eu lancei, foram com pessoas que fazem música pelas razões certas e são apaixonadas por lançar a melhor música que podem produzir.

9 – A cena brasileira tem crescido bastante nos últimos anos e cada vez mais o público está disposto a conhecer artistas de qualidade. O que você conhece a respeito do Brasil? Há algum DJ ou produtor brasileiro que você tem acompanhado?

Eu sei que música e a dança são os principais elementos da cultura brasileira. Adoraria ir para o Brasil e ver por meus próprios olhos! Vi HNQO tocar uma vez em Sydney quando eu ainda morava la, ele é muito bom!

10 – Para encerrar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

É algo que eu amo fazer mais do que qualquer coisa e não saberia viver sem fazer. Poderia me sentar em um quarto escuro e ficar ali fazendo música para sempre! Você pode sempre aprender mais e eu pretendo continuar aprendendo e afiando meus skiilsets.

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