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A música conecta

Alataj entrevista Nico Stojan

Por Alan Medeiros em Entrevistas 28.11.2018

Nico Stojan é um DJ e produtor natural de Berlim com uma larga história frente a música eletrônica. Desde o início dos anos 90, ele tem o privilégio de viajar por diferentes partes do mundo com sua música. No início, tudo era muito mais sobre jazz e hip hop, mas gradativamente este cenário foi mudando e muito disso se deve a sua cidade natal.

Com as transformações da cena em Berlim, Nico passou a se expressar através de outros movimentos musicais. É claro que o jazz e o hip hop ainda estão lá, no campo das referências, mas já há algum tempo os sons melódicos e profundos representam com mais clareza sua identidade sonora. Como parte do seu desenvolvimento enquanto artista, fica difícil não citar a residência no lendário Bar25, club que deu a Stojan uma belíssima estrutura enquanto DJ.

Atualmente o que tem levado Nico a rodar o planeta é o caráter harmônico e poderoso de suas produções. Co-fundador da Ouïe Records ao lado de Acid Pauli, Nico tem lançamentos importantes por outros labels da comunidade internacional, entre eles Crosstown Rebels, Einmusika, Suara e Stil Vor Talent. No último sábado, N.S. foi o convidado da festa paulistana MBR, que ainda recebeu Be Svendsen e Alistair. Antes de sua passagem pelo país, nossa equipe falou com o artista:

Alataj: Olá, Nico! Tudo bem? Obrigado por falar conosco. Como um artista nativo de Berlim, como você avalia as transformações da cidade em torno da música eletrônica na última década?

Nico Stojan: Tudo está sempre mudando, principalmente em Berlim. Sinto que cada vez mais artistas se mudam para cidade, o que é ótimo, pois a cidade vive o mais alto nível de criatividade.

Jazz e hip hop podem ser considerados referências bases para sua história na música. De que forma esses dois movimentos impactaram e continuam impactando sua carreira? Quais são seus artistas preferidos dentro de cada um deles?

Os dois gêneros me influenciaram muito, mas não foram os únicos. Continuo comprando discos de jazz e escutando minha velha coleção de hip hop. Se você quer um nome, posso dizer Matthew Halsall, que foi um dos artistas mais incríveis que descobri nos últimos anos. Há muitos outros também…

A residência no Bar25 é um dos grandes highlights de sua carreira. Quão importante essa experiência foi para o seu amadurecimento enquanto DJ?

Fazer parte de tudo isso com o Bar25 foi, de fato, muito especial. Posso dizer que foi minha forma de escapar do mundo do hip hop em que estava inserido, pois eu precisava de algo novo e já estava escutando bastante música eletrônica naquele momento. O Bar25 foi totalmente um novo ponto de vista para mim, onde pude conhecer as mais incríveis pessoas e artistas.

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Muito se debate sobre a diferença de sons analógicos e digitais. Como você se posiciona em relação a isso?

Desde que as pessoas estejam gostando da música e ela não soe muito superficial, eu não me importo com os produtores que usam apenas o laptop. Pra ser sincero, não importa como você produz a sua música, se o resultado estiver fazendo outras pessoas felizes enquanto elas escutam e dançam.

De que forma sua experiência a frente da Ouïe Records ajudou a enxergar o mercado de uma maneira diferente? O que você pode nos contar sobre seu relacionamento com Acid Pauli?

Encontrei Acid Pauli pela primeira vez no Bar25. Ele me surpreendeu com 8h de set no aniversário de nosso amigo Juval… nos tornamos amigos e começamos o label juntos. É importante que nunca ficamos estressados quanto às decisões ou agenda. Não há pressão.

No próximo dia 23 de Novembro você toca na MBR em São Paulo. O que você tem escutado sobre a cena do Brasil? Quais são suas expectativas para essa gig? [perguntas enviadas antes da gig]

Só ouvi coisas boas… Mas tento não criar expectativas.

A música eletrônica, em especial as cenas house e techno, podem soar repetitivas em algumas situações, principalmente por falta de criatividade. Na sua visão, quem são os artistas que estão conseguindo desenvolver um trabalho realmente inovador e surpreendente nesse momento? Ter um identidade que soe de forma diferente é uma de suas preocupações no estúdio?

Para ser sincero, não me importo. Criatividade não precisa ser de um jeito particular, ela aparece quando quer à sua própria maneira.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

É a minha forma de descrever como me sinto em um certo momento ou o que quer passar por mim como expressão de desejo, esperança e amor.

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