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A música conecta

Alataj entrevista Osclighter

Por Alan Medeiros em Entrevistas 23.04.2019

Influenciado pelo movimento rock, Ewerton Dias transformou suas inspirações artísticas no projeto Osclighter, que de certa forma também é fruto de uma primeira geração da música eletrônica em São Paulo, onde clubs como Aloca e Lov.e brilhavam e influenciavam toda uma geração.

Ao dedicar seus esforços criativos para o cenário da dance music, Osclighter logo se viu motivado a criar algo original e com sua própria assinatura. Explorando um mundo de possibilidades presentes nos synths modulares, Eto chegou a uma estética sonora bastante particular, que também pode ser observada na curadoria da Point of Boom, sua gravadora.

O sucesso de suas produções e de seu live act o levaram a pista de alguns dos clubs mais emblemáticos do mundo, como Tresor, Moog, Florida 135, Fabrik, Baum Bogotá e D-EDGE – este último tendo-o convidado para fazer parte de sua agência de bookings, a D AGENCY.

Apesar de já ter percorrido um longo caminho na música até aqui, Eto demonstra força e energia para ir além. Nesse bate-papo exclusivo, ele fala sobre alguns dos principais tópicos que tangem seu relacionamento com a arte e deixa claro que esta relação possui muito respeito envolvido. Confira:

“Para mim, música é uma linguagem, a minha linguagem preferida”. Leia aqui nossa entrevista com o italiano Fango.

Alataj: Olá, Eto! Tudo bem? Obrigado por falar conosco. Sua caminhada na noite paulistana não é algo que começou ontem, sabemos disso. O que representa pra você ser parte da história de clubs como Aloka e Lov.e e, consequentemente, da formação da cena em SP?

Osclighter: Olá, time Alataj! Primeiramente obrigado pela entrevista. É muito gratificante poder ter feito parte do crescimento da cena tanto em São Paulo como no interior, em Campinas, e importante também foi poder ter aprendido com os DJs que lá estavam e com o público sempre muito interessado na real essência de cada DJ.

Synths modulares parecem ser uma parte fundamental e bem trabalhada em seu processo criativo. O que você pode comentar sobre esse relacionamento homem/máquina no seu caso específico?

É curioso, mas o conceito dos módulos pra mim é algo voltado para a criação caseira de instrumentos DIY, e a definição de minha timbragem através de instrumentos criados e/ou modificados por mim. É essa a única maneira que encontro de me sentir completo e satisfeito com a arte que tento criar, dando uma característica e personalidade única que só meus instrumentos podem me oferecer.

Em quais aspectos a Point of Boom mudou sua forma de interpretar e criar música? Quando exatamente você sentiu necessidade de fundar o selo?

Criar e interpretar nem tanto, pois a necessidade surgiu justamente porque acredito ter uma linha e um desenvolvimento musical que precisa de um espaço para ser divulgado de maneira que se encaixe na minha proposta. Foi justamente nesse ponto que senti a necessidade e a vontade de criá-lo.

Tresor, Florida 135, Fabrik, Under Club e Baum estão entre os clubs que já receberam seu live act. O que essa experiência de tocar em alguns dos principais clubs do mundo trouxe de mais valioso para sua carreira?

A tranquilidade e a segurança de estar no caminho correto. Não é nada fácil estar no mercado da música. Faço parte dele há 20 anos e só com esse tipo de reconhecimento, tocando e recebendo bons feedbacks do público, que você se mantém animado e com gana para continuar indo em frente.

Recentemente você se aproximou do D-EDGE, sendo inclusive anunciado pela D AGENCY, agência do club. Como tem sido esse processo e o que você considera essencial para uma parceria desse formato funcionar bem?

Isso faz parte também da resposta anterior, ou seja, a relevância do D.EDGE na minha carreira é fundamental. Passei 10 anos fora do país de modo que é difícil se integrar na cena atual e o D.EDGE me recebeu de maneira esplêndida, com bom diálogo e uma excelente estrutura, ou seja, atualmente eles são parte fundamental na minha constância e evolução musical. Gratidão imensa de poder caminhar junto com essa marca.

O que você pode nos contar sobre Scolecite, próximo EP da Point of Boom Records? Alguma curiosidade sobre o processo criativo?

Venho desenvolvendo desde meu último EP uma música com fundamentalismo experimental, ou seja, uma seleção de peças musicais feitas por mim não tão convencionais e aplicando certos tipos de ritmos da nossa cultura brasileira, como o da bossa nova e do samba, que possuem seus movimentos terciários que me fascinam tanto.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Eu como pessoa me alimento de algumas maneiras. Exercícios, sol, meditação, natureza, dos amigos, da família, dos estudos de engenharia e, claro, da musica. Ela é parte fundamental da minha alimentação diária. Tenho o maior respeito e cuidado com que componho ou escuto, assim como das amizades que tenho dos lugares que frequento. Está tudo interligado.

A música conecta.

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