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A música conecta

A paixão de Sascha Dive pela música é um símbolo de seu grande sucesso

Por Alan Medeiros em Entrevistas 10.07.2017

Versátil, inteligente, explosivo. Estes são apenas alguns dos adjetivos que podem resumir o trabalho do jovem alemão Sascha Dive, mais um talento oriundo de Frankfurt, quinta maior cidade da Alemanha. Sascha alcançou prestígio internacional após ser “descoberto” por Sven Väth e se tornar um dos queridinhos da Cocoon. Entretanto sua obra dentro da música eletrônica vai bem além disso.

Mesmo antes de seus 18 anos, Dive já apresentava um trabalho merecedor de atenção. Motivado por uma coleção de discos de nomes como Moodyman, Theo Parrish e Thomas Melchior, ele foi além e desempenhou um esforço acima da média para alcançar o reconhecimento desejado dentro da disputada cena house/techno da Alemanha. Dessa maneira, Sascha passou a ser admirado pela forma sincera e original que monta suas faixas e combina seus DJ sets, marcados por elegância e mistura de referências atuais e do século passado.

Sob o comando da Deep Vibes Recordings, Dive lançou bons trabalhos e artistas respeitados como Acid Mondays, Reboot e Markus Fix. Rodando continentes, Sascha passou por Londres, Bucareste, Berlim, Ibiza e claro, Brasil – sua recente tour por aqui teve duas datas, Curitiba e Rio de Janeiro. Durante o passeio, Sascha se prontificou a responder algumas perguntas e o resultado desse bate-papo você confere na sequência:

1 – Olá, Sascha! Obrigado por nos atender. Você tem dois bons remixes marcados como pre-order no Beatport. Fale um pouco sobre o desafio de cada um deles.

Olá, prazer em conhecê-los! O primeiro foi para Romano Alfreri, um amigo da Itália. Ele me mandou uma faixa que soava muito breakbeat/electro. Então decidi fazer fazer uma boa faixa four to the four house, mas sem perder o funky da original.

https://www.youtube.com/watch?v=oA4l67EuWSc

O outro remix foi para Mihai Popoviciu, do label Bondage Music. Conheço a música de Mihai de encontros anteriores e Sven do Bondage Music me pediu para fazer um remix para ele. Faz parte de um pacote de remixes completo das suas faixas de álbuns, com remixes de Steve Bug, Kevin Yost, e outros artistas. Meu remix é meio que um dubby house um pouco cheesy com uma voz feminina. Me lembra algumas faixas que fiz nos velhos tempos no label Dessous Recordings!

2 – Desde o seu primeiro lançamento em vinil, em 2007, quais foram as principais mudanças na sua identidade sonora e na forma como você enxerga o mundo da música como um todo?

Não é um bom negócio, eu diria [risos]. Eu diria que agora sei mais sobre técnicas de produção e, por exemplo, como encontrar os elementos e sons certos. No começo, demorou muito mais tempo para correlacionar tudo. Isso diz que ainda estou no processo de aprendizagem e me esforçando para melhorar meu trabalho.

3 – Funky Rhythm Seduction é uma faixa que alcançou grande sucesso entre os principais DJs do globo. Como ela foi criada? De onde surgiu a ideia base para uma composição tão interessante?

Para ser honesto, não consigo lembrar exatamente quando eu produzi essa faixa, mas lembro, se a minha memória me servir corretamente, que eu comecei com o bassline de um Pro 2 que parece muito techno, mas tem esse groove funky. Adicionei alguns elementos de percussão ao conjunto e alguns elementos  vocais, embora admito que estava meio incerto sobre o último elemento. No entanto, depois de ter tocado algumas vezes em clubs, teve, como vocês disseram, um feedback muito bom. Então enviei ao Nico (Nick Curly) e nós juntamos este EP com outras duas faixas em 8bit.

4 – Você já remixou nomes como Neverdogs, Renato Ratier e Paul Eg. Como você se sente na posição de remixer?

Me divirto muito fazendo remixes de faixas de outros artistas. É muito interessante e também muito gratificante criar algo novo tirado de uma faixa existente ao reorganizá-la ou, como é o caso frequentemente, adicionar alguns elementos de sua preferência e depois sentar e ouvir o mesmo. Outras vezes, é mais uma espécie de edição.

5 – Nos últimos anos a cena eletrônica da Alemanha ganhou muito espaço na mídia internacional, com diversas inserções na chamada “grande mídia” sobre o assunto. Você acredita que esse tipo de exposição é bom ou ruim para o cenário?

Em minha opinião, a exposição correta da música eletrônica nunca será algo ruim. Ela não deveria ser comparada com outras formas de música, cada uma tem seus próprios méritos.

6 – Moodyman, Chez Damier e Ron Trent são citados como referências em sua bio. Como cada um desses nomes contribuiu para construção da sua identidade enquanto artista?

Moodyman pela escuridão e alma.

Chez Damier pela voz e acordes.

Ron Trent pelo ritmo e atmosfera.

7 – Falando sobre Sven Väth e a Cocoon, qual a importância que eles possuem para sua carreira? Você tem planos para colaborar novamente com o selo em um futuro próximo?

Sven e Johannes (da Cocoon Ibiza) me deram oportunidades no passado para tocar em alguns clubes maravilhosos de todo o mundo e, claro, a Amnesia. Naquela época, isso foi particularmente importante pra mim. Uma futura colaboração, obviamente, dependerá das minhas produções se encaixarem no som do label Cocoon.

8 – As residências em clubs não são algo tão comentado como em outras épocas. Você sente que ainda é válido criar esse tipo de relacionamento com um club?

Eu particularmente acho que DJs residentes são muito importantes. Eles potencialmente permitem que um bom clube tenha seu próprio som de “marca registrada”.

9 – Como é a cena em Stuttgart? Há gente jovem buscando fazer a diferença? Você sente algo positivo em relação ao futuro da música eletrônica na cidade?

Sim, há pessoas que estão fazendo um estilo diferente de som, que é muito interessante de ouvir, mas temos que esperar para ver como as pessoas vão reagir a isso. Não vejo nenhum sinal de uma desaceleração na popularidade da música eletrônica em Frankfurt.

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10 – A cena eletrônica tem crescido muito no Brasil nos últimos anos. O que você sabe a respeito do nosso país? Quais são as expectativas para essa próxima tour? [pergunta feita antes da tour]

Estive no Brasil várias vezes, em uma ocasião toquei no club do Renato, D-EDGE em São Paulo. Fiquei hospedado na cidade por alguns dias e realmente aproveitei. Pude criar um sentimento pela cidade, suas pessoas e comida! É interessante observar a popularidade da música eletrônica no Brasil, ainda com suas batidas fortes, pude ver a semelhança com o samba tradicional. Estou esperando ansiosamente para ver mais do país nesta tour e também conseguir conhecer ainda mais dessas pessoas maravilhosas que tanto aproveitam uma festa.

11 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa na sua vida?

Paixão

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