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A música conecta

Releases na SCI+TEC, residência no Rex Club e o selo Time Has Changed: saiba mais sobre Timid Boy

Por Alan Medeiros em Entrevistas 16.08.2017

Receber o suporte massivo de um nome como dubfire pode ser o ponto chave para transformação de uma carreira e foi justamente isso que aconteceu com o produtor francês Timid Boy. Antes de emplacar faixas por selos como SCI+TEC, Saved, Viva, Form e Mr Carter, Timid Boy conquistou o suporte de nomes como Nic Fanciulli, dubfire, Steve Lawler, Popof e Mihalis Safras. Ou seja, os donos dos selos aonde mais tarde ele viria a ganhar espaço.

Antes disso, em 2003, ele executou uma residência no lendário Rex Club durante as noites de Ellen Allien e seu selo BPitch Control. Nesse período, Damien Almira (aka Timid Boy) desenvolveu seu feeling como disck jóquei e concluiu uma importante etapa em seu processo de evolução enquanto artista, combinando alto nível de produção musical e discotecagem.

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Rex Club em Paris

A frente de seu próprio selo, Time Has Changed, Damien trabalhou ao lado de nomes como Oxia, Barem, Mihai Popoviciu, Metodi Hristov, Ross Evans, Matthias Meyer, Mathias Kaden e Acumem, assim conquistando o respeito do cenário europeu como um verdadeiro entusiasta da cena techno, já que vinha desenvolvendo seu trabalho com profundidade em diferentes frentes. Às vésperas de mais uma passagem pelo Brasil (sua terceira), ele nos recebeu para um bate-papo exclusivo e entregou seu recente warm up em noite com dubfire em Paris para o Alaplay Podcast. Confira abaixo:

1 – Olá, amigo! Obrigado por nos atender. Sua história na música possui importantes capítulos através de lançamentos em selos do calibre de SCI + TEC, Viva, Saved, Material, Suruba, Upon You e outros. Fale um pouco sobre sua caminhada até chegar a essas gravadoras. Quais foram as pessoas que mais te ajudaram nesse processo?

Bom, sou feliz e grato por estar nesses labels – era um sonho e objetivo na carreira musical assinar com eles. Há diferentes histórias entre mim e esses selos, mas todas começam iguais: eu soube antes de enviar minhas demos que o dono dessas gravadoras gostava e tocava minha música. Todos me deram feedbacks muito legais, ou assisti a vídeos deles tocando minhas produções, como por exemplo, Steve Lawler (Viva) na Time Warp. Meu amigo Electric Rescue me deu o contato de Ali Dubfire, que rapidamente respondeu para assinar comigo (fiquei feliz e surpreso com isso). Marco Resmann foi um dos meus primeiros suportes, ele me levou nos meus primeiros dias na Upon You, agência de bookings, e me deu a chance de tocar no Panorama Bar, Bar 25 e Tresor.

https://www.youtube.com/watch?v=zFCumMvXoWM

2 – A cena de música eletrônica na França possui uma importância histórica para o cenário internacional. Conta pra gente como é o seu relacionamento com a cena local e como você avalia o atual momento do mercado por aí.

A música eletrônica na França está maior do que nunca, especialmente em Paris. Há muitas cenas locais, músicas diferentes, do micro house para o tech house e techno, dos warehouses para day parties e clubes – locais históricos como Rex Club, onde comecei como residente para Ellen Allien nas festas da BPitch, seguem fortes.

3 – Seu trabalho como editor da Trax Magazine contribuiu para uma visão mais ampla e multifacetada da música eletrônica?

Sim, acho que isso me fez descobrir tantos estilos diferentes e ter uma mente aberta sobre todos os tipos de música eletrônica, da pista de dança para a eletrônica.

4 – Panorama Bar, D-EDGE, Pacha Barcelona e Watergate são apenas alguns dos lugares que você já se apresentou. Há alguma gig que você considera mais importante ou especial ao longo dessa caminhada?

Minhas primeiras gigs em locais como Rex ou Panorama Bar foram muito especiais. Dancei por muitos anos nesses lugares, sonhando em tocar lá um dia. Quando esse dia chegou, eu estava estressado, não tinha dormido na noite anterior, minhas mãos estavam tremendo muito quando coloquei o primeiro disco. Mas, que ótimas lembranças, ver os sonhos se tornando realidade. Ainda estou sempre estressado quando toco, é bom tirar a energia do stress e usá-la em boas energias positivas.

5 – Como a residência no Rex Club contribuiu para o seu crescimento como DJ? O que você pensa sobre o atual formato de residência que os clubs estão propondo os artista atualmente?

Tive muita sorte de abrir pra grandes artistas como Ellen Allien, Paul Kalkbrenner, Jeff Mills (um dos meus heróis na adolescência, um dos artistas que me fez ter o desejo de me tornar um DJ também). Comecei a fazer o warm up, que é um exercício muito difícil e elegante: você tem que aquecer para o DJ que toca depois, mas nunca ir longe demais, é como quando você faz amor, o “warm up” é muitíssimo importante. Então, o Rex me deu oportunidades de tocar e organizar minhas próprias festas desde 2010, o que tem sido maravilhoso.

6 – Gigs, tours, novidades… o que você pode adiantar sobre os planos para 2017?

Estou muito feliz por fazer minha segunda tour argentina esse ano, um dos meus países preferidos para tocar! Estou trabalhando na minha terceira tour brasileira, esperançosamente em novembro – espero que alguns promoters estejam interessados, pois adoro as pessoas e festas do Brasil. Também continuo a tour dos 10 anos do meu label, incluindo festas em Paris, Bruxelas, Luxemburgo, Montreal e outras cidades.

7 – Falando sobre o Brasil. O que você sabe a respeito da cena de música eletrônica por aqui? Há algum artista ou movimento sob o seu radar atualmente?

Gui Boratto foi um dos meus heróis! Gosto muito da banda pop CSS – é tão legal! Eu admiro muito o Brasil, fiz uma faixa com uma amiga brasileira chamada Diana Legal, onde ela lia um poema brasileiro.

8 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Música é meu amor, meu refúgio, minha amiga, quando as coisas não vão bem na vida, é o único lugar onde consigo esquecer todos os problemas. Até posso transformar os eventos negativos da vida em energia positiva criativa. Quando tudo corre bem, afeta minha música também. Eu realmente não consigo imaginar como minha vida seria sem ela.

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