O Carnaval do Warung Beach Club esse ano já tinha entrado para a história antes mesmo de começar. Isso porque o line up apresentado foi um dos melhores da história do Templo até hoje, os retornos de Loco Dice, Marco Carola e Seth Troxler encabeçavam a lista, mas as estreias de Andhim, Bella Sarris e Jackmaster despertavam e muito a curiosidade do fiel público do club.
Muitos bons artistas vieram, alguns mostraram a que vieram e outros trouxeram assunto para mais de mês nas rodas de discussão sobre o club. A verdade é a que já alguns anos, esses grandes nomes da música conceitual mudaram a forma do povo catarinense ver o Carnaval por aqui. Quando falamos no feriado, não se lembra do Samba, nem do Axé, se pensa em quais artistas poderemos ver de pertinho. Nós, mais uma vez, vimos e agora contamos pra você o que achamos das 3 noites de folia que animaram o Templo da música eletrônica na Praia Brava.
Sexta-feira (HOSH, Andhim, Doctor Dru, Dashdot. FABO e mais…)
O festão da sexta-feira trazia nomes consagrados nas vertentes do House. Chegamos cedo ao club e encontramos de cara, a dupla Andhim e o alemão Holger Behn aka HOSH num bate papo pra lá de descontraído atrás do palco no Garden. Sem que ninguém os incomodassem eles ali ficaram por um bom tempo. Na pista, André Marques conduzia um warm up com tracks que traziam vocais sensuais e batidas bem dançantes. Na sequência Doctor Dru veio e nos presentou com uma apresentação do calibre de sua experiência. Artistas assim sabem como poucos usar clássicos das pistas a seu favor, Dru provou muitas vezes que música boa não fica velha, basta saber quando jogar, bela apresentação. Os savages do Dashdot assumiram uma pista em chamas para o que foi mais uma apresentação quente da dupla, só que dessa vez mais cadenciada. Destaque para a intro do set com vocais da cantora Ashibah e para a track Thats Why, que foi lançada na última semana pela PopArt.
No Inside, FABO comandou um warm up de gala, na parte que podemos acompanhar ele já havia acelerado um pouco ritmo e trazia tracks de bastante intensidade até a pista. Andhim on the decks e junto com a dupla várias tracks do que eles tem chamado de Super House, um estilo diferente e que provou funcionar super bem na pista. O gênero, não soa como chacota e mostra uma identidade bastante dançante. A volta de HOSH representava de certa forma a volta da Diynamic ao club, o alemão que em suas últimas apresentações tem apresentado uma linha mais séria, manteve a pegada no Templo e conquistou o público mais exigente que estava presente no club durante a primeira noite do Carnaval, sua apresentação não foi tão boa quanto a do Diynamic Festival ano passado nessa mesma pista, mas vê-lo em ação é sempre muito interessante, faltou um pouco de surpresas em seu set, além de uma progressão melhor elaborada.
Sábado (Loco Dice, Bella Sarris, Phonique, Aninha e mais…)
Depois de um sábado de descanso, estávamos preparados para o reencontro do Templo com Loco Dice. O artista veio depois de uma gigantesca campanha por parte do público que pediu seu retorno durante meses. Nessa noite, nossa equipe em menor número preferiu se estabelecer durante todo período no Inside. Pista que mais uma vez recebeu um warm up encantador de Aninha, parte do set da Savage foi disponibilizado com exclusividade para a Troally.
Pós Aninha, Bella Sarris estreava e tinha a missão de continuar preparando a pista para Loco Dice. A australiana foi bem, manteve uma linha de som bem agradável mas não teve o mesmo brilho da brasileira, entretanto a pista foi entregue no ponto para Loco. Com apresentações emblemáticas e inesquecíveis na pista principal do club, nada menos que uma apresentação a altura das boas lembranças era o que o público esperava. Loco Dice não decepcionou, foi intenso do começo ao fim e com uma seleção de tracks coerente, construiu seu set muito bem.
Segunda-feira (Seth Troxler, Marco Carola, Jackmaster, Renato Ratier e mais…)
De volta ao club na segunda-feira. fomos surpreendidos com uma fila gigantesca no acesso a imprensa, situação que ficou caótica com a chegada da chuva e a falta de paciência das pessoas. Resultado, 2 horas de espera com muita calma até a entrada do club. Chegamos a tempo de acompanhar boa parte das apresentações que antecediam as estrelas da noite. No Garden Jackmaster fazia um bom set, com boas tracks de House Music e passagens interessantes para o Tech House, um pouco mais acelerado do que esperávamos encontrar. Na sequência, Seth Troxler foi o responsável pelo set mais comentado do Carnaval. Isso porquê o americano é sim um ponto fora da curva e que não pensa como a maioria. Parte do público, desacostumada com esse som no Garden não gostou, mas quem estava lá para ver Seth, amou. Troxler fez uma apresentação com tracks old school, mesclando ritmos e acertando em cheio na pista clássicos do House, um prazer imenso acompanhar de perto o que Seth fez.
No Inside, Renato Ratier que brindava mais um de seus aniversários no Templo já botava a pista pra dançar com um som bem coerente em relação ao artista que o sucederia. Marco Carola assumiu para uma belíssima construção de seu set. O Tech House do italiano foi um dos sons mais pista que escutei recentemente. Explosão constante e uma pista muito empolgada marcaram o encerramento do Carnaval no Inside.
O feriado desse ano não teve o mesmo predomínio do Techno como foi em 2014, mostrou uma maior variedade de estilos e artistas e encerrou com um saldo bem positivo, especialmente pela excelente participação de brasileiros no line, assim como promete ser o Warung Day Festival em Curitiba.
Durante o Carnaval o club anunciou as suas próximas datas. Damian Lazarus e o time da Crosstown Rebels trazem a Get Lost para o primeiro fim de semana de Março. Nastia e D-Nox comandam a páscoa e Dixon tem seu retorno confirmado para o dia 18 de Abril.
A música conecta as pessoas!