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A música conecta

Review | Defected London Festival 14.09.19

Por Inacio Martinelli em Reviews 17.09.2019

No último sábado, cerca de 12 mil pessoas invadiram o Central Park, ao leste de Londres, para a primeira edição do Defected London Festival, evento em comemoração aos vinte anos do famoso selo Defected Records. Fundamental na popularização da House Music [como falamos aqui], a marca Defected reuniu um público de diferentes gerações, que compartilha o amor pelo som que nasceu em Chicago nos anos 80 e tomou o mundo. 

O evento contou com cinco palcos, cada um relacionado à uma marca do selo. O principal se chamava Defected, além de Glitterbox, Classic Music Co, DVINE Sounds e 4 To The Floor. Com exceção do último, onde o DJ tocava no segundo andar de um ônibus, todos os stages ficavam em tendas. A opção de ter palcos cobertos é ótima para evitar problemas causados pelo imprevisível tempo londrino. Porém, para a surpresa de muitos, o sol resolveu aparecer e o dia foi de temperaturas em torno de 20 graus, perfeitas para um festival. 

Foto: Kris Humphreys — A tenda do palco principal comportava cerca de 3500 pessoas.

Apesar do público perder a chance de curtir seus artistas preferidos debaixo do sol, o soundsystem foi beneficiado pela acústica das tendas. Em termos de lightshow, apenas as duas principais (Defected e Glitterbox) chegavam a oferecer algo mais completo, apesar de não impressionarem. Já os outros espaços, possuíam estruturas bem simples. Com festivais investindo cada vez mais na produção de um espetáculo complexo em termos de luz e som, a experiência do Defected deixou a desejar nesse sentido.

Foto: Kris Humphreys

O ponto alto do festival foi, sem dúvidas, o lineup com artistas que simbolizam diferentes fases, vertentes e influências do universo da House Music. Representantes de Chicago (Honey Dijon e Derrick Carter) e Nova Iorque (Masters at Work e Dennis Ferrer), as duas cidades mais importantes para o gênero, se apresentaram ao lado de artistas que abrangiam da Disco Music (Dimitri from Paris e Horse Meat Disco) ao G-House (Amine Edge & Dance) e UK Garage (Todd Edwards), com um mix de novos nomes e veteranos das pistas.

Um dos principais destaques do evento foi Honey Dijon, que provou mais uma vez a sua excelente fase e o motivo de ser um dos principais nomes da música eletrônica. Impecável tecnicamente, a americana é rápida em suas mixagens e não deixa o público parar, como no momento em que lançou a intro de Gypsy Woman e voltou à base que tocava em cerca de segundos. Com a participação de Jay Jay Revlon, nome importante da cena ballroom de Londres, que comandou um time de dançarinos com muito voguing em cima do palco, Honey homenageou as origens da House Music: negra e queer. 

Derrick Carter ao lado de Honey Dijon — Foto: Gavin Mills

Dennis Ferrer fez o set mais pesado do dia, fugindo um pouco dos vocais clássicos do gênero e apresentando batidas que fariam sucesso com o público do techno. O mascarado Claptone também deixou a sua marca, com uma pegada mais pop, que contou com hits como Drop The Pressure. Já a dupla Masters at Work, composta por Louie Vega e Kenny Dope, lotou a tenda principal com um som bem percussivo, algo que o público brasileiro está bem familiarizado. O clássico Work, de 2002, foi um dos pontos altos da apresentação, que se encerrou com a participação de Julie McKnight cantando ao vivo o clássico Finally, sua parceria com Kings of Tomorrow

No geral, a primeira edição do festival teve saldo positivo. Apesar de não oferecer uma estrutura de ponta, o evento não apresentou problemas significativos e o dia ocorreu sem maiores dificuldades, ajudado pelo clima ameno, a atmosfera de celebração e admiração pela marca Defected, além do amor do público pela House Music. Fica o nosso apoio para uma segunda edição ano que vem!

Foto: Kris Humphreys

A música conecta. 

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