Nos últimos anos, a rota do empreendedorismo na música eletrônica passou por mudanças significativas – assunto que já aprofundamos anteriormente por aqui neste editorial. Fato é que tem se tornado cada vez mais raro ver festas surgirem a partir da união de amigos ou artistas que encontram nesse formato uma forma de expressão e manifestação do seu amor pela música. No entanto, algumas iniciativas seguem resistindo a essa transformação e mantendo viva a essência da cena underground em diferentes partes do país.
A ZERO UM, coletivo e festa de Blumenau, nasceu justamente dessa conexão genuína entre pessoas unidas pela música. Fundada por Darlan de Marco, Bruno Bartsch e Gustavo Hasse, a festa conta ainda com os residentes ARNT, Dumach, Juba e Pri Butzke, além dos próprios Darlan e Hasse que também ocupam a posição. Desde sua criação, ela tem desempenhado um papel relevante na cena local, não apenas por realizar festas regulares, mas também por ampliar o alcance da cultura underground para um público cada vez mais diverso.

Neste fim de semana, a ZERO UM realiza sua primeira edição de 2025, retornando a Wila Gastronômica, espaço que marcou sua edição de cinco anos no ano passado e foi amplamente elogiado pelo público. Para este encontro, o lineup traz Marco Thomé e Martin Junge em um b2b especial, além da DJ residente do D-EDGE, Gartzzea, diretamente de São Paulo.
A escolha dos artistas reflete o olhar atento dos organizadores, que priorizam sempre que possível vivenciar a experiência de pista antes de trazer um nome para o evento. Gartzzea, por exemplo, foi acompanhada de perto em clubs e festas como D-EDGE, Surreal Park, Terraza e Bug Pixel antes de sua estreia na Zero Um. Como de costume, o warm-up e o closing set ficam a cargo dos residentes: Darlan e Pri Butzke iniciam a noite, enquanto ARNT e Hasse assumem o encerramento.
Iniciativas como a da Zero Um são fundamentais para a manutenção da cena underground no Brasil, provando que é possível fazer um trabalho sólido sem depender de produções grandiosas, mas sim focando no público e na experiência de pista. “Queremos que cada momento na nossa pista fique gravado na memória e no coração de quem dança com a gente. Isso sempre nos inspira a olhar para frente e buscar maneiras de evoluir”, finaliza Bruno.