O feriado de Páscoa no Warung foi muito aguardado pelos fieis ao templo depois de divulgada as atrações, grandes ídolos do público e estreias alucinantes marcaram presença, o resultado foram duas noites históricas. Vamos aos fatos.
A sexta-feira trazia a volta do mestre argentino Hernan Cattaneo, é incrível a atmosfera que o DJ cria, o público do Templo tem realmente um envolvimento diferente com o artista que volta e meia sobe até a cabine do Main Room e abala as estruturas do club. Dessa vez não foi diferente, depois de um excelente warm up de Daniel Kuhnen (Esperamos Ellefanktz em breve no Warung ein?), Hernan subiu ao palco para 6 horas e meia de set, long set aliás, que mesclou tracks extremamente introspectivas, daquelas que nos fazem viajar como o remix do brasileiro Gui Boratto na track Paradise Circus do Massive Atack e algumas bombas como Midnight Walking do duo Adriatique. Ovacionado, parou o set por duas vezes após as 7 horas e recebeu aplausos acalorados, voltou em ambas para finalizar ainda mais aplaudido, se não é novidade Cattaneo no templo, é sempre bom tê-lo de volta.
A noite de sexta no Garden tinha a honra de receber o live da dupla Genius of Time. Os gringos tem uma das apresentações mais aclamadas no famoso Boiler Room até hoje, com um setup daqueles que você não sabe para onde olhar, uma hora foi pouco para a técnica do duo, que foi muito bem, mas deixou aquele gostinho que poderia ter ido mais além. Leo Janeiro assumiu a pista para um set de 3 horas, comemorando seu aniversário, além dos parabéns, o que mais se ouvia na pista era que o Garden estava lindo novamente, as tracks que tem sido executadas lá da abertura do Verão até agora são de uma classe única, um som que até então era pouco trabalhado no Brasil, vem ganhando força total na menina dos olhos do Warung.
O domingo era certeza de Sold Out. Solomun, Stimming, David August, H.O.S.H e Karmon poderiam ser headliners com casa de cheia em qualquer noite no Templo, mas a Diynamic nos proporcionou mais um evento com seus artistas, se ano passado a Neon Nights trouxe David August e Solomun, esse ano o time veio muito mais completo. No templo, DJ Phono era um dos nomes menos comentados e conhecidos da noite e talvez por isso ele tenha surpreendido tanto, track boa em cima de track boa que já fazia o publico esperar uma noite épica, a pista estava pronta para Adriatique assumi-la. Novamente apenas um nome da dupla estava presente. Incrível, assim pode ser descrito o feeling de Adrian, impecavelmente técnicamente levantou o templo e fez a galera vibrar a cada virada. Pista liberada para Stimming, o esperadíssimo live tinha a responsabilidade de trazer algo realmente novo para os fieis. E assim foi, Stimming é incrível, músico na essência, esbanja técnica, confesso que grande parte das tracks executadas nossa equipe não conhecia, o que torna a apresentação do músico ainda mais fascinante. H.O.S.H. retornava ao Main Room para confirmar que sua Keep Control já é considerada uma clássica do Templo, pode onde se passava se perguntava se o alemão já havia executado a track, que claro, foi um dos pontos altos da noite. Muito mais acelerado e dark que todos os nomes da noite, H.O.S.H. apostou suas fichas em grooves fortes e músicas pesadas, convenceu absoluta maioria, mas teve gente que estranhou a grande mudança na linha de som que a noite seguia. Depois das 7, Adriatique, Ratier e Phono se juntaram para tocar juntos e em um dos momentos históricos do festival foi quando o quarteto executou a track Too Long do Daft Punk.
O Garden, recebeu um dos integrantes da dupla NTFO, a apresentação seguiu a linha do Podcast #60 do Alaplay. Dani parecia estar tocando em casa, tamanhã tranquilidade que entregou a pista para Karmon que seguiu a linha de evolução, apresentando um estilo bem peculiar seu, armou perfeita atmosfera para David August, clássico e moderno ao mesmo tempo, ao nosso ver foi o destaque da noite, incrível a técnica como ele conduz seu live, seu set foi diferente do que já tínhamos escutado em outras apresentações de August. Coube ao mentor da Diynamic encerrar o Garden. A apresentação de Solomun na pista 2 do Warung com certeza foi a coroação do momento que vive esse espaço. Solomun sempre leva muita gente ao clube mas sempre arranca comentários que seu som é modinha e muito suas apresentações muito parecidas, dessa vez ao menos, ele conseguiu surpreender, tocou suas principais tracks que ficam registradas como os grandes momentos da noite e inovou muito ao tocar uma linha de som mais baixa, convenceu, agradou e educou a pista e aqueles que insistem em criticar sem ouvir. Uma aula de música da Diynamic.
Para nós do Alataj, ficam só impressões positivas, primeiro por ver o Garden seguindo a linha de som que nossa gravadora, a Alaplay Records escolheu e segundo por ter feito parte do festival, na divulgação no Brasil junto com NTFO. Também ficamos felizes por ver nossa marca na regata de Stimming e nos adesivos espalhados pelo club. Nos encontramos no dia 2, para uma noite de Savages. Feel the music!
Imagens: www.warungclub.com