Listas e música eletrônica, uma relação de amor e ódio. Longe de querermos alimentar o ego da indústria, mas é um consenso que algumas listas passam longe de qualquer métrica de vaidade e por fim acabam servindo como uma plataforma de espaço para talentos que merecem estar ali. Isso se torna ainda mais especial quando o que está em pauta são mulheres, numa seleção formada por uma mulher.
Fernanda Mello, responsável pela coluna Music Tech aqui no Alataj, sugeriu e assinou o conteúdo abaixo, que traz 5 DJs internacionais para ficarmos de olho em 2019. São profissionais que possuem considerável diferencial frente ao mercado e já tiveram um 2018 bastante consistente. Papel e caneta na mão, pois certamente você ainda vai ouvir falar muito no nome de cada uma delas. Confira:
Violet
Em Lisboa, sua cidade natal, Violet contribui para a cena local em diferentes ângulos. Além de ser co-fundadora da rádio online Rádio Quântica, ela também é residente na festa Mina – uma festa trans que ocupam locais inesperados – e tem sua própria gravadora, a Naive.
O primeiro EP lançado, Togetherness, ressoou amplamente, usando o som de quebras familiares e tecendo-os em novos contextos com baixo inspiração em dub, floreios de bronze e acordes sonhadores. Eris Drew tocou a faixa-título em seu podcast RA muito bem avaliado, assim como a escolheu como faixa destaque em um curta-metragem sobre sua história.
Violet já contribuiu com mixes para Beats In Space, Crack, The Ransom Note, Mixmag e Cómeme, além de ter participações de rádio em Rinse, NTS e The Lot. Por fim, vale ressaltar que ela tem tocado por toda a Europa em festas como Room 4 Resistance, Berlin Atonal e Field Maneuvers.
Josey Rebelle
Com aparições em clubes e festivais em toda a Europa e Ásia, uma turnê de estréia nos EUA e uma abundância de elogios para conjuntos de clubes e programas de rádio, 2017 foi um ano de destaque para a londrina Josey Rebelle.
Como residente no lendário clube londrino do Plastic People, ela já esteve presente em line up de clubes como Panorama Bar, Fabric, Concrete, Good Room, De School e Nitsa. Em 2018 Josey estabeleceu em uma residência exclusiva em Londres na The Pickle Factory, esteve presente em festivais como Dimensions, Primavera Sound, Bestival e Afropunk NYC e gravou mixagens altamente aclamadas para o Resident Advisor, The Fader, Discwoman, Fact Magazine e BBC Radio 1. Vale lembrar que ela também apareceu no primeiro Boiler Room oficial, transmitido em 2010.
Paquita Gordon
Paquita Gordon é uma artista italiana que carrega o legado artístico que caracterizou as duas últimas gerações de sua família. Suas sessões espelham sempre a necessidade de liberdade e o espírito tribal que a animam e que ela expressa através de seleções de sons afro-americanos e multi-étnicos.
Seu talento frente aos toca-discos levou a dividir a cabine com DJs como Ron Trent, Craig Richards e Zip e se apresentar em museus e centros culturais como o ICA – Instituto de Artes Contemporâneas de Londres, PAC – Padiglione di Arte Contemporanea e Pirelli Hangar Bicocca em Milão, para a inauguração da XXI Esposizione Internazionale da Triennale di Milano “Design do século 21 após o projeto”.
Enquanto isso, sua relação com Milão se torna cada vez mais profunda e com isso ela tem se transformado em uma das artistas principais do Festival de Música Experimental e Sustentável Terraforma realizado na Villa Arconati na capital italiana, onde Paquita tocou o set de encerramento dos primeiros 4 anos do festival. É válido lembrar que em 2016 ela participou da turnê internacional que levou David August a diversos países do mundo e em 2017 começou a residência no club Plastic em Milão. Não deixe de ir a pista dela, é imperdível.
Caterina Barbieri
É uma compositora italiana baseada em Berlim que explora temas relacionados à inteligência de máquina e percepção orientada a objetos no som através do foco no minimalismo. Caterina trabalha os efeitos psicofísicos da repetição e das operações baseadas em padrões na música, investigando o potencial polifônico e polirrítmico dos sequenciadores para desenhar geometrias complexas e severas no tempo e no espaço.
Ela aborda a prática musical como um feedback cognitivo integrativo entre os seres humanos e a tecnologia está no cerne de sua atual pesquisa sonora. Desde 2016, Barbieri colabora com o histórico festival de Berlim Atonal em produções multimídia, incluindo sua colaboração com Kali Malone.
Peach
A canadense Serena Pasion aka Peach, atualmente baseada em Londres, está longe de ser um nome familiar – a menos que você ouça a Radar Radio. Ela é empreendedora e inteligente na criação de sets através de suas seleções de ondas, contrabaixo e house, e tem sido uma presença regular na Phonox, Corsica Studios, e ://about blank.
Peach tem habilidades impecáveis em conjuntos de construção e camadas, e também está provando ser extremamente informada. Tanto pelo seu podcast Lobster Theremin, Radar Radio ou after-hours/warm-up shows, ela é uma seletora com um verdadeiro talento em narrar e construir mixes com dinamismo e paixão.
A MÚSICA CONECTA.