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A música conecta

Pablo Bolívar e suas faces artísticas na Troally

Por Alan Medeiros em Troally 04.07.2016

A história de Pablo Bolívar dentro da música eletrônica começa em 1998, após ele terminar o curso de Engenharia do Som no Crash Institute e decidir se tornar um DJ. Desde então, já são quase 20 anos de carreira produzindo e tocando em alto nível, com lançamentos relevantes por labels como Regular, Desolat, Seven Villas e Avantroots – gravadora que ele gerencia ao lado de Aphro. Assim como outros grandes artistas da cena, Pablo não se contentou em trabalhar apenas em uma frente. Sua trajetória é marcada por trabalhos paralelos, como por exemplo a colaboração com o Museu Nacional de Mannheim para criação da trilha Europa es una Isla – Europa ist eine insel, lançada pela Avantroots em 2012. Conversamos com Pablo sobre assuntos ligados a sua caminhada e o resultado você confere logo abaixo, nesse bate-papo exclusivo para Troally. Música de verdade, por gente que faz a diferença! 

1 – Olá, Pablo! Obrigado por falar conosco. Você nasceu nos anos 80 e certamente foi influenciado por um rico background musical. Antes de se tornar um DJ, em 1998, quais artistas e vertentes você costumava ouvir?

Quando eu tinha 14 anos, a rádio local da minha cidade me deu uma brecha de três horas todo domingo. Tudo que eu me lembro é que nesse momento eu estava realmente imerso no estilo new age… artistas como Jean Michel, Mike Oldfield, Enya, Enigma, Tangerine Dream e também Queen, Deep Purple, Pink Floyd.

2 – Sua discografia possui importantes releases por labels de respeito na cena internacional. Há algum lançamento que você considera o ponto de virada em sua carreira?

Cada lançamento é um momento decisivo, mas acho que meu primeiro álbum “Anjanas” foi o lançamento mais importante da minha carreira. “You too” para Desolat também foi um momento importante.

https://www.youtube.com/watch?v=ydJz3z5BUwk

3 – Nos fale um pouco sobre a cena em Santander e como as pessoas da cidade enxergam seu som.

Santander é uma cidade muito pequena e familiar. Nós temos muitas universidades importantes, mas acho que a maioria das pessoas jovens está mais envolvida com o estilo musical Indie ou Pop. Infelizmente a cena dos clubes é muito pequena. Quando eu converso com meus amigos, nós concordamos que os tempos de ouro foram de 2002 a 2006. Hoje em dia há apenas alguns clubes e alguns amigos fazendo eventos de vez em quando.

4 – Esse é um assunto delicado, mas nós consideramos importante falar sobre isso com os principais personagens da cena. Nos últimos anos, tivemos diversas mortes registradas em eventos de música eletrônica. Na sua visão, quais ações podem ser feitas para acabar com isso?

Bom, eu tenho visto festivais que fecham a água dos banheiros para ganhar dinheiro vendendo água para as pessoas, isso é loucura! Um inspetor de festival é preciso para acabar com essas coisas. Falar sobre as drogas é mais difícil, sempre terão os traficantes estúpidos, que querem ganhar mais dinheiro misturando as drogas com produtos químicos perigosos. Isso é muito triste.

5 – Fale a respeito de seu trabalho frente a Avantroots Records

Avantroots é a label que eu gerencio com meu amigo Sergio “Aphro”, também é meu companheiro no Pulshar. Eu faço a parte da produção/digital/promo, e ele é responsável pela parte da arte/design/vídeo. Decidimos juntos as músicas que queremos publicar. Seven Villas Music é o meu projeto solo, você pode dar uma olhada em sevenvillasmusic.com

6 – Em sua bio, você cita atitude e qualidade como importantes características de sua música. Se nós analisarmos o mercado em um nível global, é possível dizer que as cenas house e techno estão carentes de mentes criativas?

Há muitos criadores lá fora, mentes muito talentosas e artistas que desenvolvem músicas incríveis e inspiradoras. Mas hoje em dia o hype de “DJ” é muito forte, todos querem ser um famoso “DJ”, sem qualquer conhecimento do ritual dessa arte. Um laptop, uma loja virtual, uma controladora e boom! Você está “tocando” para milhares de pessoas que querem apenas um DJ apelão… Nós estamos formando uma “bolha de Dj”, espero que isso acabe logo e possamos ver os verdadeiros artistas.

7 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Tudo bro, eu não poderia viver sem a música!

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