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A música conecta

Alataj entrevista Ryan Elliott

Por Alan Medeiros em Entrevistas 07.03.2017

Quanto o assunto é Techno, Ryan Elliott é um artista com bagagem suficiente para falar sobre o lance com propriedade. O artista da Ostgut Ton e Spectral Sound é um dos nomes que estampam com precisão uma roupagem moderna e contemporânea do estilo, sem deixar de lado em momento algum as referências históricas do passado. Prova disso, são seus sets recheados de influências que transitam por Detroit e Berlim.

Nome certo em alguns dos principais festivais do mundo, entre eles Sónar, Awakenings, Movement Festival e The Detroit Electronic Music Festival, Ryan pode ser considerado um artista com habilidade suficiente para construir boas atmosferas tanto em ambientes maiores, quanto em pistas mais intimistas. Seus releases conformam tal tese, pois costumam abordar estéticas diferentes, que se conectam a diferentes propostas musicais, mesmo tendo como base referências muito próximas.

Um dia após sua confirmação no DGTL São Paulo e às vésperas de sua tour na América do Sul – que passará pela festa Capslock em São Paulo -, Ryan conversou com exclusividade a coluna Troally sobre a importância do DJ residente, construção de set, rotina pessoal, experiências no continente sul americano e muito mais. Confira abaixo:

Alataj: Olá, Ryan! Obrigado por nos atender. De uma maneira geral, percebemos que a figura do DJ residente, aquele que possuía grande afinidade com o público do club, tem se perdido um pouco ao longo dos últimos anos. Como você avalia esse cenário? O que te mantém motivado nos projetos e clubs que você já possuiu ou possui residência?

Ryan Elliot: Acho que passamos por um período alguns anos atrás onde o DJ residente não estava recebendo o mesmo respeito como era no passado, ou como é agora. Mas acho que as pessoas estão novamente percebendo que o DJ residente é uma grande parte do que compõe o som global, e também do sucesso de um clube a longo prazo.

Você possui uma grande experiência no DJing tanto em clubs undergrounds, quanto em grandes festivais, não é mesmo? Diante de qual dessas duas plateias você se sente mais confortável e livre para construir seus sets?

Na verdade, gosto de ambos. Em um clube você tem mais tempo e o espaço é geralmente mais escuro, o que ajuda a tirar a atenção do DJ um pouco. Festivais podem ser um desafio porque você não está tão conectado à multidão (porque você está na maioria das vezes fisicamente mais longe) e o tempo dos sets é geralmente mais curto, mas você também pode usar isso como uma maneira de se comunicar com as pessoas de forma diferente musicalmente.

Como um DJ conhecido internacionalmente, certamente você precisa encarar uma agenda de compromissos longe de sua casa. Como você busca manter a saúde mental e física enquanto fica fora de sua cidade?

Durante a semana, tento comer o mais saudável possível, exercito fisicamente e tenho boas noites de sono. Também tento ter tempo para meu lado pessoal, passando tempo com a família e amigos. Viajar todo fim de semana pode ser difícil, mas tenho minhas pequenas rotinas de viagem – coisas que faço que me ajudam a relaxar e sentir mais confortável. No fim, tento sempre lembrar que toda viagem, por mais difícil que possa ser às vezes, serve a um propósito maior de me colocar na frente das pessoas e compartilhar minha música com elas.

https://www.youtube.com/watch?v=zIp4FU_WIcs

O que você espera da sua próxima tour na América do Sul? Você tem escutado coisas a respeito da cena no Brasil?

Eu amo tocar na América do Sul! Tive um ótimo fim de semana com três shows no Brasil, há mais ou menos um ano atrás. Há uma forte energia que posso sentir lá, que é diferente do que em qualquer outro lugar. Estou realmente animado para voltar.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

A música sempre foi a forma de arte que mais falou para mim. Gosto de filmes, fotografia e pinturas, mas a música foi aquela que sempre senti como quase religiosa. Você não pode “vê-la”, então seu corpo e mente a “sentem”. Também acredito que a música tem a capacidade de conectar as pessoas de uma forma mais profunda do que a maioria das coisas.

A música conecta.

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