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A música conecta

Soul, Funk e muita música boa. As incríveis influências do Session Victim na Troally

Por Alan Medeiros em Troally 29.07.2015

Hauke Freer e Matthias Reiling são as duas almas por trás do Session Victim. Isso mesmo, a duas almas. É impossível não notar como esses dois grandes músicos se relacionam com sua arte. Toda apresentação tem cargas elevadas de energia que são colocadas a prova em um relacionamento intenso que envolve influências de house, soul music e disco. Eles cultivam uma amizade de mais de duas décadas e nos últimos anos estão encarando uma agenda agitada de releases e gigs, pelos festivais mais bacanas da Europa. O reconhecimento não demorou a chegar. Hoje Session Victim é considerado um dos projetos mais interessantes da música eletrônica pela crítica especializada. Hauke e Matthias possuem uma coleção de discos que abrangem várias décadas de hip hop, funk e soul, o mínimo que você pode esperar deles é algo realmente singular. Conversamos com a dupla as vésperas do lançamento de um novo EP only em Vinil que sairá pela Retreat em Setembro. A conversa abrangeu um leque de assuntos interessantes em uma das entrevistas mais legais do Alataj até hoje. Vale a pena conferir. A música conecta as pessoas.

H = Hauke Freer
M = Matthias Reiling

1 – Olá meninos, é um prazer falar com vocês. Como vocês conseguiram transformar em parceria, uma amizade de décadas? Como isso tudo começou?

M: Tudo começo entre dois amigos. Nós festávamos e pesquisávamos discos juntos. Saímos em Hamburgo para brincar com um algum sequenciador de batidas velho. Em um fim de semana terminamos dois beats. Hauke voltou a Berlim e alguns dias depois me chamou e disse “Eu volto amanhã, vamos fazer isso novamente!”. Eu acho que foram 3 ou 4 jam sessions que mais tarde vieram a se transformar no que seria um dos lados do nosso primeiro disco “No Friends”

2 – Na bio de vocês, é citado diferentes estilos. Entre eles Techno, House, Funk e Soul. Vamos falar especialmente sobre esses dois últimos. Como eles influenciam vocês?

M: Para mim, tudo começou com Otis Redding. A obra dele é tão intensa que ainda hoje me causa calafrios. Soul e Funk tem sido o grande fator em comum entre o meu gosto pessoal e o de Hauke. Selecionamos tantos registros de Soul nos últimos anos, que agora certamente tendemos a provar um pouco disso.

3 – Qual é a principal dificuldade de vocês em relação a manter Session Victim e suas carreiras solos ativas?

H: Na verdade não é tão difícil. Nós dois concentramos nossas atenções em Session Victim e quando há algum tempo livre produzimos para nossas carreiras solo. Não há muito tempo livre em nossas agendas, portanto, o material solo demora um pouco mais para sair.

4 – Nos últimos anos, o Brasil teve um crescimento considerável na cena eletrônica. Isso inclui a revelação de novos talentos e principalmente o interesse do público em consumir coisas diferentes. Qual a visão de vocês sobre o mercado no Brasil e também na América do Sul? Há planos para tocar aqui?

M: Oh yes man! Estaremos tocando para o grande povo de Mareh em São Paulo no dia 22 de Agosto e nós estamos ansiosos por isso. Também tocamos no Reveillon em uma praia no Norte do Brasil em 2014 e essa sem dúvidas foi uma das melhores festas que já tivemos. Os DJs da Gop Tun que nós conversamos foram incríveis, nós todos apenas dançamos e dançamos a noite toda. Também tocamos com artistas muito qualificados na Colômbia e no México. Percebemos que as cenas da América Central e do Sul estão bastante evoluídas e com artistas que realmente podem somar.

5 – A próxima questão é um pouco delicada, mas é um debate necessário sobre assuntos como esse. Ano após ano, pessoas morrem devido ao consumo de drogas em eventos envolvendo a música eletrônica. Qual o posicionamento de vocês referente a política de drogas e conscientização sobre o uso?

H: Muitas pessoas morrem por beber e fumar. Eu acho que exageros acontecem por todas as partes. Em nossas experiências a maioria das pessoas festam com responsabilidade e cuidam um dos outros.

6 – Para encerrar. Vamos falar um pouco mais sobre o futuro de vocês. Gigs, festivais, lançamentos… o que vem por aí?

M: Estamos em uma grande tour atualmente, tocando especialmente em formato de live em festivais. Nós amamos isso, não poderíamos nos motivar de outra forma até ir para o estúdio e trazer novos lançamentos. Nós gostamos de pensar nossos registros sem um deadline ou label definidos. Assim começamos a trabalhar com liberdade até ver aonde isso nos leva. Acho que estamos fazendo o nosso melhor e nos sentimos muito privilegiados por poder levar a nossa música a essas pessoas maravilhosas que nós conhecemos pelo mundo.´

www.sessionvictim.de

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