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A música conecta

Top 5 | João Anzolin indica 5 livros para quem ama música eletrônica

Por Laura Marcon em Top 5 Alataj 23.04.2020

Foto por Mana Gollo

Hoje, dia 23 de abril, comemora-se o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor. A data foi organizada e instituída pela UNESCO para promover e encorajar as pessoas, principalmente os jovens, a mergulharem no universo da leitura, promover a publicação de obras e também proteção de direitos autorais. A data foi escolhida em virtude de uma tradição catalã ligada aos livros e também por ser o dia de morte de William Shakespeare, Miguel de Cervantes, além de outros nascimentos e falecimentos de escritores importantes da humanidade.

Todos os anos vê-se uma série de eventos e promoções que celebram esse dia e nós também resolvemos participar desse movimento à nossa maneira. Ao longo da evolução do cenário da música eletrônica pelo mundo foram publicadas obras sobre esse universo capazes de te levar a uma bela jornada pela história dos gêneros e pistas de dança, além de abordar temas importantes – e mesmo imprescindíveis – para um bom profissional que trabalha nesse ramo estudar, não importando a frente em que atua.

João Anzolin, sócio-proprietário da agência Hot Content e também do festival de criatividade urbana Subtropikal, é um desses profissionais que devoram conhecimento. Como amante da leitura, curioso da história e profissional dedicado à música eletrônica há anos, tem boas indicações de livros sobre o assunto. Ele trouxe cinco obras que acredita serem bem interessantes. Abrace as dicas e boa leitura!

João Anzolin

Infelizmente a abundância de faixas, sets – e mais recentemente vídeos – se converte em escassez quando o assunto é conteúdos de música eletrônica. São poucos os livros que tratam do cenário cultural que gira em torno das pistas de dança, e quase todos em inglês. Fiz uma seleção com algumas obras fundamentais e bem gerais e outras mais específicas, com recortes que podem ajudar qualquer leitor a entender melhor de onde viemos e onde estamos. Todas as indicações estão à venda em formato impresso e no Kindle.

Last Night A DJ Saved My Life – The History Of The Disc Jockey
Bill Brewster e Frank Broughton

Analisando desde tempos remotos o fenômeno de se colocar música pros outros dançarem, Bill Brewster e Frank Broughton fazem um excelente estudo daquilo que se transformou na arte moderna da discotecagem. O Jazz na Europa, o Reggae na Jamaica, o Northern Soul em Manchester, o Hip Hop e a Disco Music nos Estados Unidos: o longo caminho que nos trouxe até as milhares de pistas de dança embaladas pelos DJs nos dias de hoje é detalhado de forma didática e – o que é melhor – nada cansativa.

 

Energy Flash: a Journey Through Rave Music and Dance Culture
Simon Reynolds

Simon Reynolds é um dos grandes jornalistas a cobrir o universo da música urbana do nosso tempo, do Punk à música eletrônica. Energy Flash é dividido em vinte e três relatos que abordam muitos momentos fundamentais da difusão da cultura das pistas mundo afora. Trip Hop, Drum and Bass, Trance, Big Beat, o cenário das raves norte americanas: Simon vai um pouco além da tríade básica Disco – House – Techno e se aventura por outras praias e ambientes, dando uma visão mais ampla de que como a linguagem das pistas se tornou realmente global.

 

The Hacienda – How Not To Run a Club
Peter Hook

O Hacienda foi um dos clubes seminais da cena eletrônica mundial. Fundado em 1982 em Manchester, o local é considerado um dos epicentros da explosão da Acid House, onda que tomou conta do Reino Unido e possibilitou o “verão do amor” de 1989. A narrativa de Peter Hook (o próprio músico ex-integrante do New Order, um dos sócios da casa noturna) é carregada daquele contraditório privilégio de quem mergulha numa situação com tanta intensidade que acaba se distanciando perigosamente da realidade. Em meio aos inúmeros relatos dos erros na gestão do clube, fotos raras e playlists da época transportam o leitor para “Madchester” em plena febre!

Lost And Sound – Berlin, Techno and the Easyjet Set
Tobias Rapp

Foi no início deste século que Berlim se converteu em uma das capitais da música eletrônica, e Thobias Rapp conta como Ricardo Villallobos, o extinto Bar 25, o bairro de Kreuzberg, o Berghain e vários outros protagonistas formam este quebra-cabeça fascinante de locais, sons e pessoas. Como o próprio subtítulo sugere, as companhias aéreas low-cost também tiveram papel fundamental nesta construção. O livro é de capa dura e foi editado pelo selo Innervisions – com os primeiros 500 exemplares numerados.

 

Batidão – Uma História do Funk
Silvio Essinger

Se existe um estilo de música eletrônica que pode-se cogitar brasileiro ele se chama Funk e carioca foi a sua origem por essas bandas. Entender como as pistas periféricas do Rio de Janeiro se tornaram um caldeirão cultural que teve início nos bailes de soul e black music é lição de casa obrigatória pra quem realmente quer saber mais sobre a cultura das pistas de dança do país. Silvio Essinger faz uma pesquisa riquíssima em detalhes e que faz jus ao real tamanho do muitas vezes menosprezado gênero.

 

Bônus:

Todo DJ já sambou – A história do disc-jóquei no Brasil
Cláudia Assef

O livro de Cláudia é a principal obra escrita no Brasil sobre a cultura das pistas. Relata o início da cena eletrônica nacional, focando muito nas pistas do eixo RJ-SP, e faz justas homenagens aos pioneiros – como o lendário Osvaldo Pereira, apontado por Cláudia como primeiro DJ do país.

 

 

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