Foi por pouco que perdemos a chance de ver o WhoMadeWho no Brasil em 2020. Mas se soubéssemos, lá atrás, que durante essa espera uma fagulha criativa sem precedentes atingiria o trio e músicas incríveis brotariam neste portfólio, talvez a gente aceitasse o hiato. Será? Devaneios à parte, o que podemos dizer é que, a sequência criativa do trio dinamarquês chegou ao seu clímax. Após o lançamento de uma sequência de EPs assinados pela gigante Kompakt, Synchronicity passa pela sua última metamorfose para virar álbum e compilar a trilogia que cruza suas referências estilísticas enquanto banda ao Indie Dance e as progressões dos sons de pista, através de colaborações com grandes potências da Dance Music.
Na lista de parcerias – e se prepare para arregalar os olhos – Frank Wiedemann, que colaborou duas vezes, Mano Le Tough, Axel Boman, Echonomist, Adana Twins, Rebolledo e o label boss, Michael Meyer. Mas os nomes não terminam por aí, já que estamos falando de 12 faixas no bom e velho clichê “de tirar o fôlego” em uma fusão muito inteligente entre a inclinação de Tomas Barfod por música eletrônica e ao Jazz e ao Rock de Jeppe Kjellberg e Tomas Høffding. Sainte Vie, Marc Piñol, Perel, Robag Wruhme também contribuíram nesse projeto que justamente visou valorizar esse tipo de iniciativa. E de fato, o que percebemos é que 2020 foi disparado o ano das grandes colaborações, união das ideias, VAs, remixes, levando o lema da união faz a força para novos patamares, já que ficamos boa parte do ano fechados em casa e num zigue-zague que ainda não terminou.
Para o trio, a sincronicidade das coisas neste ano cheio de arestas e o mistério por trás dos movimentos é o que guiou o WhoMadeWho para iniciar esse projeto com antigos e novos amigos. E embora algumas músicas tenham sido gravadas juntas, em tempo real, como as colaborações com Adana Twins e Rebolledo, a maioria delas foram feitas de longa distância, trazendo um convite à reinvenção própria. Claro, que se tratando de uma banda com tamanha profundidade criativa, o projeto não se distanciaria desse conceito. Quando ouvimos os EPs individuais já era possível notar o convite à imersão sônica de uma banda que somou referências aos tantos nomes convidados. Há uma satisfação inerente a esta audição. Belas paisagens sonoras criadas para momentos alternados, sintetizadores, camas e claro, emblemáticos vocais que nos conduzem à hipnose. Fica difícil elencar as favoritas, portanto, nossa recomendação é o mergulho completo.
A música conecta.