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A música conecta

Faixa a Faixa | Barchi & Souto – Salamandra [Sudam Records]

Por Ágatha Prado em Faixa a faixa 09.12.2020

Figuras ativas da cena paulistana desde 2017, Barchi & Souto –  residentes e produtores do coletivo Techno de Rua –  fazem mais uma estreia de peso neste ano, dessa vez pela gravadora espanhola Sudam Recording. Após o último lançamento pela The Purr emplacar o top 100 no Beatport do gênero Organic House, a dupla apresenta agora o EP Salamandra com duas faixas originais que exploram as esferas do Afro House.

Segundo Barchi & Souto, as duas faixas – Salamandra e Indra – foram feitas em 2019 e com presença marcadas nas pistas do  D-Edge e SP na Rua, resultando em ótimos feedbacks. Com demos das faixas chegando até a Europa, a dupla foi surpreendida  com a aceitação pelo DJ e produtor Kintar, que em sua experiência possui uma vasta lista de releases importantes em gravadoras como Moblack, e os convidou para fazer parte da família Sudam com suas faixas. 

Convidamos a dupla para falar um pouco sobre os detalhes criativos de cada faixa do EP Salamandra, e comentar sobre o processo criativo por trás de cada uma. Confira:

Salamandra | Essa foi a faixa escolhida para levar o nome do álbum. A gente acredita que ela faz parte de um momento em que juntamos bem nossas principais identidades musicais pra construí-la. 

A Salamandra foi feita há mais ou menos um ano, eu (Barchi), tinha um vocal guardado há tempos e queria usá-lo em algo mais enérgico, pois iríamos fazer um b2b no SP na Rua e também, como de costume, queríamos vir com produções novas nesse set. 

A faixa carrega muitos elementos percussivos, inclusive alguns gravados em estúdio e apesar dessa track trabalhar com poucos canais de sintetizadores, eles conversam bastante entre atmosfera e melodia, pra dar aquele aspecto orgânico e melancólico. Buscamos sempre isso em nossas músicas e por isso nos damos muito bem em diversas colaborações que fazemos juntos. 

A faixa tem como principal sintetizador o Diva, o qual consegue servir um cardápio extenso de timbres estranhos. Adoramos coisas estranhas. O mid sound da Salamandra usa bastante também, que na época era novo, o Pigments da Arturia que é sensacional trabalhar com Pads e Leads nele pra conversar com a bateria. Usamos o Tal-BassLine para o baixo e adicionamos esse vocal que tínhamos. Gostamos muito do resultado dela com a ideia de tocá-la somente no evento, mas a faixa meio que acabou caindo no pendrive de alguns amigos e houve alguns spoilers dela antes no D-EDGE, Singular entre outras pistas. 

Indra | A Indra é nossa faixa xodó e ela carrega mais os traços da identidade do Souto, do que do Barchi. É engraçado nosso processo criativo porque sempre acabamos fazendo uma track juntos dado o momento que a gente pede o feedback de algo um para o outro. Nessa música não foi diferente. Souto veio em minha casa um dia e eu mostrei o projeto pra ele. Estava com outra bateria, outra cara e ele sentou no estúdio, abriu o projeto e começou um a mexer nela deixando também com sua cara. 

É uma faixa que traz muito o feeling de transe, conseguimos um vocal-mantra e trabalhamos por cima dele numa referência do Desert House  que gostamos muito e que vem dando respostas positivas em outras tracks que fizemos, apesar do EP ser de Afro House. O Pigments e o Stylus RMX dessa vez foram o carro-chefe desse trabalho entregando a seriedade e tensão no arranjo dela. 

Blondish, Guy Mantzur, Murat Uncuoglo, Hyenah, Bruno Mezomo, Cris D, Vasconcellos entre outros nomes de peso do circuito adoraram a demo e ela também acabou tendo alguns spoilers nas noites do D-EDGE e outros eventos antes de ser assinada. Faz parte!

A música conecta.

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