Desde 2018 o holandês Aron Volta tem visto seu trabalho crescer cada vez mais, principalmente no cenário que abraça o Deep e Minimal Tech, subgêneros da música eletrônica que também estão em uma constante crescente e, na opinião do artista, têm muito potencial para atingir patamares elevados e importantes no cenário nos próximos tempos.
Parte da ascensão de Volta se relaciona com a parceria que desenvolveu ao longo dos anos com a gravadora PIV, de Chris Stussy e Prunk, que hoje é uma das mais relevantes quando falamos em Minimal Tech. Aliás, como se deu o início dessa relação pode servir de inspiração e exemplo para muitos outros artistas que buscam um espaço em labels desejadas.
Com um 2020 um pouco conturbado por conta da pandemia, ele ainda assim representou suas habilidades criativas com bons releases, como o EP My Mind, apresentado pela Matafloor Records com uma faixa em colaboração com a dupla londrina que comanda a gravadora, Hart & Neenan, e um remix de Artmann. Conversamos com o artista sobre esse lançamento, PIV, o momento que estamos vivendo e mais. Confira!
Alataj: Olá Aron, tudo bem? Obrigada por falar com a gente! Você é natural de uma cidade no norte da Holanda e que para muitos não tem seu cenário eletrônico conhecido mundialmente. Conte-nos um pouco sobre ele e como surgiu seu interesse pela música eletrônica.
Aron Volta: Primeiramente, obrigado por me receber! Tudo começou quando eu era mais novo, sempre me interessei pela Dance Music quando ouvia na rádio. Depois de alguns anos, comecei a ir a festas e festivais de música. Isso me inspirou a começar a fazer música no meu quarto e depois estudar Sound Design na faculdade.
Seus primeiros passos em termos de lançamentos aconteceram em 2018 e desde o primeiro momento você já teve um ótimo suporte de artistas relevantes no cenário, o que não é comum num mercado tão acirrado. Seu trabalho dentro do estúdio também é recente? Ao que você deve esse reconhecimento de forma robusta e instantânea?
No começo foi difícil conseguir que minha música fosse assinada por gravadoras. Mas depois que entrei em contato com a PIV, recebi muito apoio de Prunk e Chris Stussy. Eles me ajudaram em tudo, desde gigs a exposição. Estou muito feliz por essa chance.
Em 2019 você iniciou uma relação próxima com o time da PIV, que também é um grande impulsionador do seu trabalho. Como aconteceu seu encontro com eles? No caso de gravadoras de renome, você enxerga uma abertura interessante para novos talentos?
Mandei demos para Prunk que ele adorou e mantivemos contato. Mais tarde, costumava viajar para Amsterdã e visitar as festas PIV que eram incríveis! Continuei enviando mais demos e logo depois tive meu primeiro lançamento no PIV. Estou sempre aberto e em busca de novos talentos! Ouço cada demo e promo que as pessoas me enviam.
Este mês você lançou o EP My Mind com duas faixas autorais e um remix. Conte-nos um pouco mais sobre esse projeto na criação e workflow no estúdio desse trabalho.
Esta foi uma colaboração com Hart & Neenan, dois caras super legais de Londres que dirigem uma gravadora chamada Metafloor. Eu tinha dois projetos que ainda não tinha terminado. Eles me pediram uma colaboração e eu enviei os dois projetos, aí eles concluíram em seu estúdio.
O EP também conta com um remix de Artmann. Como se deu a escolha do artista? O que você acredita que um remix de qualidade precisa ter?
Os proprietários da gravadora o escolheram para essa tarefa e eu achei que ele era a pessoa certa para o remix. Um remix de qualidade precisa ter material suficiente da faixa original para que você possa ouvir e saber que é um remix e não um disco solo. Mas, depois disso, acho que o produtor está livre para fazer o que quiser com a faixa.
O ano de 2020 foi agitado de lançamentos em sua carreira, então imaginamos que o tempo sem gigs dentro de casa deva ter colaborado para isso. Produzir música longe das pistas de dança interferiu de alguma forma na maneira de você criar sua música e trabalhar no estúdio?
Sim, realmente estava menos motivado. Festas e festivais para mim são tão importantes quanto fazer música. Então eu tive muito menos inspiração. Mas agora está melhor. Também porque me acostumei mais com a situação agora. Mas vamos esperar que possamos festejar novamente em breve!
O Minimal e Deep Tech vivem um momento de grande ascensão no mercado e têm conquistado cada vez mais ouvintes em todo o mundo. Você acredita que o sub estilo possa atingir um patamar mainstream no cenário da música eletrônica?
Sim, é absolutamente possível. Por exemplo, S.A.M – Fury’s Laughter foi um grande hit em todo o mundo no verão passado. Então, sim, eu acho que é possível ser Minimal ou underground, mas ainda assim atingir o público mainstream. A pista tem que ser excelente, é claro.
O que podemos esperar de Aron Volta em 2021?
Esperançosamente, alguns bons shows quando as coisas se abrirem novamente. No final deste mês tenho um EP chegando pela PIV Records e em maio um remix para DJ Steaw, pela Hedzup. Fora isso, mais projetos solo e colaborações com artistas irados!
Para finalizar uma pergunta tradicional do Alataj: o que a música representa em sua vida?
Tente imaginar um mundo sem música. Não acho que alguém viveria lá.
A música conecta.