No tempo da Idade Média, os alquimistas eram estudiosos que buscavam, através de experimentos, descobrir uma substância capaz de transformar qualquer elemento em ouro. Em outras palavras, misturam elementos para chegar em uma fórmula perfeita. Talvez você já tenha entendido o X da questão sobre essa analogia, mas se não entendeu, a gente explica.
A relação que estamos traçando aqui fala sobre uma pequena parcela de profissionais que transcende a figura clássica do DJ. Seja ele devoto aos discos, pen drive, Traktor. Mas, estes cérebros engenhosos também não se encaixam à figura purista capaz de fazer mágica no turntablelism. Sim, é sobre misturar músicas e criar algo único, mas adicione uma dose alta de tecnologia.
A arte do setup híbrido pode ser chamada de um vôo mais livre para quem a pratica, já que é possível criar um território confortável e ao mesmo tempo desafiador para si mesmo, do jeito que se bem entende. Hoje, com os tantos avanços tecnológicos, há bastante aparelhagem para experimentar. Na forma menos viajada de se explicar, podemos dizer que o híbrido é um formato que infringe as regras da cartilha, uma mistura de analógico e digital ou também mistura de DJ set e live act. Talvez até mais que isso…
Uma mistura única e particular que acontece só naquele momento em que tudo acontece. Haja cérebro! Mas, para entender ainda mais sobre isso, nada melhor que alguns exemplos de alquimistas musicais, que atuam dessa forma, misturando elementos para chegar em algo perfeito ou pelo menos ideal para o momento. Richie Hawtin ficará de fora, por motivos óbvios…
Tarter
De cara, já vamos falar de um representante brasileiro que abraçou com tudo a causa. Tarter sempre foi aficionado em destrinchar o universo dos equipamentos e trazer mais dinamismo às suas apresentações. Tamanha curiosidade o levou além, foi o grande responsável por trazer o primeiro MODEL 1 do Richie Hawtin, ao Brasil. Com alguns formatos de apresentação em mãos, ele é hoje uma referência no formato aqui na terrinha.
Paco Osuna
Com uma carreira de mais de 20 anos, temos aqui um dos mais renomados artistas e que busca incessantemente por novas formas de expressão. Sendo assim: híbrido. Ele inclusive é um dos embaixadores do Model 1. Ao lado de mais alguns nomes que temos aqui como Liebing e Moudaber.
Nicole Moudaber
Antes de mais nada, vamos falar sobre o quão poderosa é Moudaber: nigeriana, criada no Líbano e precursora do Techno por aquelas bandas. Já passou por alguns problemas por conta disso, mas segue mais sinistra do que nunca. Uma ativista que inspira mulheres a peitarem seus sonhos e, consequentemente, desbravar a tecnologia. Seu set up também é híbrido, trazendo às controladoras Kontrol X1 como aliadas, em um formato que seria o convencional “quatro decks”.
Rebekah
Rebekah é mais um nome feminino que vamos enaltecer aqui. A DJ britânica e produtora é conhecida pela ousadia. Também adepta do híbrido, ela ainda produz e dirige os selos Decoy e Elements e mostra que mulher pode gostar, sim, de tecnologia, tanto quanto os homens. No vídeo abaixo ela explica como e por que usa o formato.
Chris Liebing
Liebing é um titã da velha guarda do Techno e que pode viver muitas fases dentro da própria cultura clubber. O artista de longa data admite que tocar no formato convencional nunca foi sua praia, mesmo admirando os colegas de profissão. Para ele, pode pegar faixas e misturá-las para poder criar algo novo e que casa com o clima da pista, é o que nutre sua alma e pode justificar o porquê ele segue firme na estrada. O vídeo abaixo explica bem como é essa filosofia para ele:
Notas de rodapé: E como o mundo é colaborativo deixo um agradecimento especial ao amigo e DJ Adriano Nadalin pela ajuda técnica.
A música conecta.