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DGTL: vanguardismo e sustentabilidade

Por Pamella Daud em Storytelling 28.01.2022

Quando olhamos para um festival tão gigante e tradicional quanto o DGTL é difícil imaginar como tudo isso começou. Mas, assim como em vários outros eventos do mundo da música, a semente do DGTL veio da reunião de dois amigos apaixonados por ela: Jasper Goossen e Tom Veldhuis. Em 2004, fundaram a Apenkooi Events e criaram o DGTL em 2013, em Amsterdã no NDSM Docklands, um cenário impressionante e único.

Desde o começo, seu propósito foi de trazer a música eletrônica de vanguarda do mundo todo, com um line-up inclusivo com talentos emergentes e estabelecidos da música eletrônica e das artes. O line-up da primeira edição já estampava esses valores, trazendo artistas da: Holanda, Alemanha, Espanha, Reino Unido, França, Venezuela e Brasil – sim, o país do futebol foi representado pelo curitibano HNQO lá no início de sua carreira.

Assim como HNQO, o festival trouxe outros artistas que hoje são fenômenos consolidados, mas que em 2013 estavam começando a sua carreira: o duo Adana Twins, Hot Since 82 e Monkey Safari. Representando os artistas já estabelecidos, se apresentou a dupla alemã Âme, na cena desde 2001 e vencedores do “Duo of the Year” pela Mixmag em 2006. Ainda em 2013, a Apenkooi Events lançou o DGTL ADE (Amsterdam Dance Event), um evento de três dias em Amsterdã com diversas apresentações. Nos quase 10 anos de festival, o DGTL saiu para o mundo, com edições em quatro outros países. 

Em 2015 chegou em Barcelona, com artistas como Adam Beyer e Ben Klock, ao passo que em 2017 aqui em São Paulo, o evento trouxe Patrice Bäumel, o duo italiano Mind Against e a dupla Âme. Já em 2018, o DGTL expandiu para três novas cidades: Santiago, com Ben Klock e Âme; Madrid, com The Blessed Madonna (que vem para a edição de São Paulo em 2022), Charlotte de Witte e Len Faki; e Tel Aviv, com Maceo Plex e Tale of Us.  Nesse mesmo ano lançaram a DGTL Records, gravadora com base em Amsterdã com o objetivo de apresentar artistas inovadores, dos mais variados estilos e sons. 

Em 2020, fez sua primeira edição na Índia, em Bengaluru, com Sven Vath. E durante a pandemia, se adaptou e entregou um festival totalmente digital, com live streams de apresentações em vários palcos e rodas de conversa sobre sustentabilidade. Ainda, fizeram uma campanha de doações com o público para o desenvolvimento da vacina contra a Covid-19. Olhando para a história do DGTL é possível perceber a mudança que aconteceu em sua sonoridade tornando-se cada vez mais underground ao longo dos anos. Artistas, como Boris Brecha, que se apresentaram nas primeiras edições, não entrariam no line-up hoje em dia.

Outro pilar do DGTL é a sustentabilidade. O festival é altamente premiado neste quesito, recebendo prêmios como o “Outstanding Award” pelo A Greener Festival Awards e o “Green Operations Award” pelo European Festival Awards, entre outros. As ações sustentáveis  com pequenos passos como utilização de menos materiais descartáveis na montagem dos palcos, utilização de luzes LED, ação com voluntários que limparam o canal de Amsterdã. Esses primeiros passos estão documentados no vídeo Let’s Start a Revolution, com Jasper Grossen e outros organizadores do festival explicando cada uma das intervenções feitas.

Hoje em dia o DGTL é o primeiro festival circular do mundo. Isso significa que não existem resíduos no evento, tudo que é descartado é reutilizado ou reciclado. Isso foi alcançado a partir de intervenções  em reciclagem, no design dos palcos, no cardápio, na energia utilizada, compensação da emissão de CO2, uso de ECO coin e na formação de uma rede de voluntários. O DGTL acontece em São Paulo no dia 9 de abril e, mesmo sob nova direção, vai trazer uma experiência 100% devotada a esses valores tão importantes desse festival com uma história tão rica. Não perca tempo e garanta já seu ingresso, clicando aqui.

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