Entre festinhas descontraídas para amigos, há dez anos, desabrochou a Gop Tun. Diante da unanimidade sobre como seriam experiências musicais transformadoras, Bruno Protti, Caio Taborda, Fernando Nascii e Gui Scott uniram os espíritos musicais complementares para conceber a festa, selo e coletivo paulistano que através de pilares muito bem estruturados, conecta artistas brasileiros e sulamericanos com convidados internacionais. A marca desenvolve-se globalmente enquanto constitui um efervescente caldeirão musical pluridisciplinar. Para elucidar a dinâmica que sustenta a atuação do coletivo ao longo destes anos, o primeiro Gop Tun Festival acontece no próximo sábado, 02 de abril.
Gop Tun e festivais: um velha história de amor
48 artistas, 20 horas de festa e quatro palcos darão vida ao primeiro festival da marca, mas eles não são nada novatos nessa arte. Na realidade, a relação da Gop com festivais é longa. Em 2017, os criativos foram os responsáveis pela chegada do festival holandês Dekmantel em solos tupiniquins e da edição seguinte, em 2018, também — duas edições im-pe-cá-veis —, fruto da “perfeita sintonia entre a equipe do Dekmantel e os DJs da Gop Tun”, como pontuou Matthijs Theben, do Dekmantel. A Gop Tun também rodou incontáveis estados brasileiros com suas festas, o que rendeu experiências e aprimoramento de sobra ao time.
Paleta de sons e movimentos multidisciplinares
Ao longo dos dez anos de Gop Tun, a disrupção com moldes ou definições foi um fator, na verdade, impulsionante do trabalho do coletivo e selo, que escavou e buscou seletores dos quatro cantos do mundo para suas edições e lançamentos. O festival chega, exemplificando com fidedignidade, as ânsias do coletivo em arrojar incontáveis movimentos culturais sob seu guarda-chuva — e sucede no que se propõe a fazer. O time de seletores que a curadoria apurou percorre, claro, as mais diversas texturas do House e Techno, mas abre espaço para receber desde o Euro Trance, até o Miami Bass, além de sonoridades da estética urbana brasileira como o Funk, Rap e Trap.
Quatro palcos, quatro possibilidades
O Festival contará com quatro palcos com propostas distintas — em uma espécie de agrado a gregos e troianos. As atividades começam nos palcos Não Existe e Discoteca. Fruto do período pandêmico, o Festival Não Existe ganha um palco que dedica-se a projetos autorais e inéditos. O Discoteca é o palco que celebra os primórdios da Gop, com uma pista de dança em meio à uma “florestinha” com sons flutuantes entre o Disco e House. O palco Supernova já é um velho conhecido e há cinco anos está presente nas edições da Gop concentrando momentos históricos. O Main Stage é o palco principal do festival, comportando alguns dos destaques desta primeira edição.
Destaques do festival
Serão 48 artistas dispostos por 20 horas de festival e escolher quais apresentações assistir é simplesmente desafiador. Por isso, destacamos duas apresentações por palco para te trazer uma luz. Lys Ventura e Mary Boaventura se juntam para abrir o Discoteca, outra combinação imperdível que embalará o palco é Craig Ouar e DJChãnceDaSilva. No palco Não Existe, as live performances de L’Homme Statue e FBC e VHOOR estão entre os destaques. No palco Supernova, o retorno de Paramida após cinco anos e a apresentação da californiana Avalon Emerson serão dois momentos imprescindíveis. No Main Stage, a dobradinha de encerramento por Skatebärd e o b2b entre Octo Octa e Eris Drew certamente vão resultar em apresentações eufóricas, além da esperada apresentação de Danilo Preslow, mais conhecido por seu projeto Motor City Drum Ensemble.
Grandes seletores nacionais lado a lado
Me arrisco a afirmar que só a Gop Tun mesmo para proporcionar o ineditismo de ver tantos bons seletores sabiamente unidos em performances em conjunto. A Gop Tun soube identificar e unir com precisão excelentes diggers nacionais. A maioria das combinações são inéditas e os artistas estarão compartilhando os decks pela primeira vez. As primas Amanda Mussi e Victoria Mussi, Cashu e Kenya20Hz, Lys ventura e Mari Boaventura, Gustavo Keno e Pino Henrique Pedra, Craig Ouar e DJChãnceDaSilva, Cauana e Omoloko, Flo Massè e Marta Supernova, Gigios e Valentina Luz são as combinações inusitadas e inovadoras promovidas pela curadoria do festival.
A metade dos artistas confirmados são mulheres
Para finalizar, mas não menos importante, é importante reforçar que a curadoria do Festival Gop Tun fortalece, igualmente, a presença feminina em seu line-up. Em tempos de afirmações de que “mulheres não vendem ingressos”, observar um line-up que iguala-se em termos de gêneros e abre espaço para mulheres ocuparem locais de destaque, fica impossível não afirmar a postura do festival como algo absolutamente positivo.
Com este cenário muito bem analisado e elaborado, observamos que o primeiro Gop Tun Festival desabrocha um universo de possibilidades para o que vem aí. O que podemos afirmar, certamente, é que em cada detalhe exposto, é possível notar a eterna busca do time pela pista perfeita — a incansável premissa que guia a atuação do time da Gop Tun. Para embalar sua leitura, incluímos abaixo a playlist de cinco horas desenvolvida pela curadoria do Gop, que inclui quase todos os artistas e gêneros que vão passar pelo festival no próximo sábado, dia 02.
A música conecta.