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ODD: 7 anos de uma autêntica odisseia sonora

Por Ágatha Prado em Storytelling 29.04.2022

Quando a cultura de pista passa a ser uma odisséia não apenas sonora, mas experiencial em múltiplos sentidos. Curadoria musical de altíssima qualidade, arte, cenários, performances, luzes, intervenções e tudo mais que possa provocar um estado de refúgio, potência, liberdade e criatividade. Talvez esses atributos sejam pouco para explicar a experiência que a ODD proporcionou, e permanece proporcionando, ao longo desses 7 anos de história na noite paulistana e afora. 

Formada em 2015 por Davis, Márcio Vermelho e Zopelar, a ODD se tornou uma das marcas mais poderosas do underground nacional, e que busca, ao lado da inovação constante, proporcionar um espaço democrático e virtuoso entre aqueles que se propõem a absorver sua experiência. Foram dezenas edições até aqui, entre incansáveis eventos de 24 horas de duração, edições na rua, ou em espaços aparentemente obsoletos, que a crew resgata ali uma realidade singular e inspiradora para um público majoritariamente diverso. 

Combinando a vasta dimensão entre a House Music e a força do Techno com uma fluidez ímpar, a ODD concebe uma experimentação de formatos sonoros que, segundo o próprio Vermelho, partiu de um objetivo inicial de que a festa fosse como uma incubadora de ideias e artistas. “A primeira ODD em formato 24 horas, com Daniel Avery e Massimiliano Pagliara, foi um desses momentos singulares, assim como a primeira edição de rua, realizada na Ponte das Bandeiras. Os convidados internacionais que já passaram pela festa conseguem definir bem o espírito do nosso tempo e proposta. Alguns deles: Legowelt, Job Jobse, Steven Julien, Fort Romeau, Toulouse, Low Trax, Rødhåd, Octo Octa e Dixon, entre tantos outros“, relembra Vermelho.

Durante todos esses anos, a ODD se consolidou de forma única através de suas manifestações artísticas: música, luz, performances, artes gráficas, intervenções e experimentações diversas. A curadoria musical/visual é um ponto alto, com muitas atrações que marcaram edições memoráveis e traduzem a diversidade sonora, com uma identidade própria“, explica Vermelho, salientando alguns dos pilares que têm garantido tamanha longevidade: soundsystem de primeira linha, curadoria e a busca por uma experiência distinta e profunda, que também coloca o público como protagonista — remetendo às raízes da cultura clubber.

Ao fazer uma análise de passado, presente e futuro da ODD, Vermelho também completa: “A festa nasceu com propósitos, ideais e conceitos muito fortes. A sua essência permeou e permeia todos os tempos da nossa história, inclusive o futuro. Desde o início tivemos a clareza do que queríamos com esse movimento que cria e inspira, e que envolve muito trabalho, profissionalismo e o talento de tanta gente envolvida. Os primeiros anos da ODD foram a consolidação da ideia seminal de propor uma experiência única, onde música, luz, performances, visuais, bom atendimento, soundsystem impecável e uma curadoria especial são pontos fundamentais.  Eu diria que o passado nos trouxe muita bagagem, principalmente na forma de produzir e encontrar caminhos para realizar cada vez mais e melhor. O presente consolida todo o esforço e amor que colocamos na ODD e reforça a identidade tão particular que a festa tem. Estética e ética, profissionalismo e visão, da edição 1 até a celebração de 7 anos, nos orgulhamos em proporcionar tantos momentos, encontros e trocas. O futuro é promissor e o nosso olhar adiante continua atento”.

Também são inegáveis os impactos que a jornada da ODD vem promovendo de maneira construtiva no cenário cultural paulistano, e também das regiões em que a festa se propõe a realizar. Segundo Davis, “a ODD  sempre se dedicou a oferecer sua visão cultural não só para a cidade de São Paulo como para outras cidades como Cascavel, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. Olhando para nossa trajetória nesses 7 anos, ficamos felizes em saber que outras festas ao redor do Brasil se inspiraram em nossas iniciativas. São muitas as nossas frentes de atuação, dentre elas, uma atenção mais do que especial em nossa curadoria. Dedicamos muito da nossa atenção não só na pesquisa dos artistas musicais e visuais, como também na combinação que melhor reflita nossa visão de mundo (cultural) e que seja uma experiência marcante para os artistas e para o público. Sempre é importante relembrar nossa história olhando com carinho para os eventos rua, desde nossa primeira edição na Ponte das Bandeiras, na Capital/SP, até a edição gratuita de aniversário com show da Linn da Quebrada para 5.000 pessoas, todas muito marcantes sob o ponto de vista cultural, uma voz para todes”.

Agora consagrando sua trajetória, a ODD prepara-se para uma celebração à altura de sua história até aqui. Neste sábado (30), a partir das 22h em uma antiga fábrica de brinquedos  – localizada na Rua Moisés kauffmann, 156, Parque Industrial – Vermelho, Davis, Zopelar e os demais residentes Frontinn e Martinelli, recebem a DJ e produtora russa/dinamarquesa Anastasia Kristensen – umas das estrelas em ascensão do Techno internacional -, o americano OSAGIE e os brasileiros Ananda, Cherolainne, Delcu e Young Clubber, que estarão todos distribuídos em duas pistas. Junto às residentes Aun Helden e Katrevosa, Enco reforça o time das artes corporais, enquanto L.Pitzs é o responsável pelas projeções visuais, e Julio Parente, pelas luzes. Ainda, Aun levará à pista principal do evento o segundo ato de sua trilogia Eternidade — o primeiro foi apresentado no último sábado, 09, em instalação na SP–Arte.

Com olhares para o futuro, a ODD está pronta para mais uma etapa de sua jornada: “A trajetória da ODD me traz uma mistura de sentimentos, de orgulho, gratidão e otimismo, e um anseio de trazer novos talentos que vão contribuir com a proposta artística para os próximos anos. O que eu espero pregar nessa edição é essa combinação — o melhor do que já fizemos até agora somado ao que acreditamos que podemos fazer de melhor nos próximos anos” completa Davis.

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