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A música conecta

Alataj entrevista Layton Giordani

Por Isabela Junqueira em Entrevistas 15.07.2022

Há algumas semanas, se abríssemos a página do Beatport, lá estava o nome de Layton Giordani ocupando um lugar destaque ao lado de seu mentor Adam Beyer, com o remix para Rave, lançado pela Drumcode. Giordani é, sem dúvidas, um dos grandes expoentes da nova geração de DJs e produtores de Techno e esse novo sucesso certamente é só a ponta do iceberg.

Layton teve seu primeiro lançamento musical concretizado aos singelos 13 anos de idade e desde então, simplesmente não olhou para trás. O americano já incluiu no currículo alguns dos principais selos da atualidade, e claro, colaborações com algumas lendas como Bart Skils e Green Velvet. Como remixer, o artista se destaca cada vez mais já tendo reinterpretado faixas de produtores como Kevin Saunderson e Sasha Carassi — e recentemente Sam Paganini.

Layton Giordani vem de um momento prolífero não só em estúdio, mas também por algumas das principais pistas pelo mundo. Recentemente, foi um dos representantes da Drumcode durante o The Yacht Week — um sucesso tão grande que já tem data marcada para acontecer novamente. Layton Giordani tirou um tempinho para um papo conosco sobre seu background, ascensão e também o excelente relacionamento com o selo de Adam Beyer. Confira!

Alataj: Olá Layton, como andam as coisas por aí? Você despertou para a música muito cedo, aos 13 anos de idade. Como foi esse processo de aproximação com a música e condução até a virada de chave profissional?

Layton Giordani: Ei pessoal! As coisas estão ótimas aqui em Nova York. Acabei de voltar de uma boa turnê de três semanas e voltarei para Amsterdã em breve. Eu cresci imerso na cena Techno aqui em Nova York, então foi bem fácil me sentir atraído por ela. Comecei muito cedo e nunca deixei de me interessar, acho que sempre levei isso muito a sério desde o primeiro dia. Essa era a única maneira que eu poderia imaginar meu futuro.

Você nasceu nos Estados Unidos, um país com incontáveis e diferentes culturas. Conte-nos um pouco mais sobre suas influências e background.

Bem, Nova York é muito conhecida por sua grande concentração de culturas. Eu mesmo tenho raízes italianas da imigração do início dos anos 1920. Nós realmente temos uma sociedade multicultural em Nova York e a música sempre foi algo muito importante por aqui.

Nova York era gigante na época da Disco e do House/Techno dos anos 80 e a vida noturna gay era maior do que nunca. Duas das minhas maiores influências são Danny Tenaglia e Victor Calderone — eles eram bastante infames por aqui e ainda são.

Você é super jovem, mas lá se vão quase 10 anos produzindo músicas. O Techno é predominante em seu catálogo musical, mas o gênero adquiriu grandes mudanças ao longo do tempo, não é mesmo? Como você entende essas diferentes nuances e características que o ritmo adquiriu com o passar dos anos?

Acho que gosto do pensamento de evoluir e sempre levar a música para um próximo passo. Se eu estivesse fazendo as mesmas coisas por alguns anos, eu também ficaria entediado. Então eu abraço as mudanças à medida que elas vêm e se elas ainda parecem certas no meu instinto.

O Techno ficou um pouco mais rápido, mas consegui encontrar um meio-termo e trabalhar no meu design de som ao longo dos anos para dar uma abordagem mais futurista.

Importante destacar que você desponta como um excelente remixer, tendo remixado recentemente Kevin Saunderson. Há quem diga que remixar é uma arte, mas o que você pensa?

Remixar é absolutamente uma arte. Toda a produção é! Eu acho que remixes podem ser assustadores de se fazer. Uma coisa importante que sempre tento garantir é que faço justiça à pista. Acho que uma das coisas mais importantes é manter os remixes respeitáveis e manter um pouco da alma do original.

Ainda sobre seu catálogo musical, é muito interessante ver a produtiva relação que você tem com a Drumcode. Como ela foi desenvolvida e de que forma você nota que a label auxiliou seu momento profissional?

Acho que a Drumcode e eu somos uma combinação perfeita. Adam é realmente meu mentor e ele me ajudou a crescer muito ao longo dos anos. Nós temos um relacionamento tão incrível quando se trata de música e nos entendemos musicalmente 99% por cento do tempo.

Acho que realmente desenvolvemos algo especial dentro da Drumcode e está começando a florescer muito agora.

E o selo te abraçou mesmo, não é? Você tem passado por diversos eventos integrando o showcase da marca. Quais expectativas para essa temporada de verão?

Eu abraço a gravadora e a gravadora me abraça. Temos feito um ótimo trabalho juntos e as coisas que planejamos são imensas! Em setembro eu e Adam vamos fazer nosso primeiro b2b em Nova York, em um dos melhores locais da América do Norte! Sonho realizado, hein?

Recentemente você foi um dos DJs que integrou o showcase da Drumcode durante o The Yacht Week, certo? Como foi a experiência e o que você destacaria?

O Yacht Week foi diferente de tudo que eu já experienciei antes. Imagine uma festa íntima com a música de seus DJs favoritos e pessoas que pensam como você ao seu redor por uma semana.

Sem mencionar todos os eventos secretos, entre um incrível cruzeiro em um iate no Mar Adriático. Louco!! Foi muito divertido conhecer os convidados e passar tempo com eles. Já estou ansioso para o próximo e vai ser ainda melhor do que este último, eu acho.

Mudando de assunto, você já veio ao Brasil? Conhece algo sobre a cena daqui?

Já estive no Brasil uma vez! Eu toquei no festival XXXperience em São Paulo fazendo um set de encerramento ao nascer do sol depois da Charlotte de Witte. Isso foi bem especial! Mal posso esperar para voltar. Espero voltar no final do ano! 🙂

Por fim, nossa tradicional pergunta: o que a música representa para você?

A música representa a vida para mim. Representa uma mensagem de emoção que pode despertar um ser humano e mudar seu humor instantaneamente. A música pode expressar poder e mudar o mundo. A música te entorpece sem a necessidade de uma droga. É a única coisa nessa terra que todos podem se conectar ou escapar e encontrar seu próprio lugar dentro dela.

A música conecta.

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