Quando o gaúcho Gustavo Petry – ou melhor, Gustavo Bassani – deu start em seu projeto musical pouco antes da pandemia, a síntese de suas vivências em diversos cenários onde a música se fez presente, foi colocada em prática. Ele que é multi instrumentista, já foi maestro de coral e produtor de trilhas sonoras por longos anos, sentiu que a música eletrônica o conectava através de um chamado especial. Foi então que pelas linhas do Techno Melódico, ele deu vida ao projeto deGust, que expressava a essência de seu momento na época, traduzindo a emoção das atmosferas orquestrais através dos sintetizadores, unindo profundidade, maestria e potência em sua identidade.
Vieram então lançamentos pela Prisma Techno, Three Hands Records, Hiato Music e Mind Connector, onde através deles, deGust explorou as entranhas do universo melódico e magnético do Techno, com boas doses de multissensorialidade, elaboradas ambiências e emoções à flor da pele.
A vida de um artista é permeada por ciclos, momentos e afinidades criativas que podem sofrer transformações ao longo de sua trajetória. E essa evolução é algo saudável, é um sinal que há abertura para aceitar o novo e construir novos horizontes, e dessas transformações, é possível que haja o nascimento de um novo fruto, um novo projeto. E foi exatamente isso que aconteceu com o antigo deGust, agora o novo Bassani, mas o mesmo Gustavo.
“ A minha escolha pela mudança de nome passa a fazer sentido na medida em que percebi que “deGust” não mais me representava como persona, assim como a sonoridade do projeto também foi deixando de me mover e me surpreender. Música eletrônica pra mim sempre foi sobre surpresa, sobre estar na pista e ser surpreendido por algum timbre muito singular, uma melodia atípica, sobreposições de texturas ou alguma transição muito bem escolhida e
executada. Então nesse aspecto, a melodia no emprego mais comum do Techno melódico deixou de ser
algo que me surpreendia ou que me cativava. Portanto julgo que na verdade eu nem tive muita escolha. Na medida em que fui parando de me surpreender, foi também se desfazendo o encanto com o gênero. Dando lugar pra algo
novo que começou brotando devagarinho e que aos poucos foi se transformando em uma
estética que não era mais “deGust”, mas sim Gustavo Bassani” comenta o artista.
Com os novos ares, o futuro promete ser promissor para Gustavo Bassani. Focado agora nas conduções mais groovadas e uptempo, porém sem deixar a potência do Techno de lado, a direção do projeto agora volta-se para as experimentações polirrítmicas, Arranjos mais dançantes, pinceladas de atonalidades e atmosferas de celebração, agora dão asas à criatividade incessante de Gustavo : “grooves mais dançantes me levam pra um lugar de celebração e
compartilhamento com o outro; BPM mais acelerados me conduzem a um estado de maior troca de energia, com metabolismo acelerado; e por fim, o Techno hipnótico, sem grandes breaks, com narrativas não muito longas e com pinceladas de atonalidade me transportam para o futuro, ou ainda melhor, para o momento presente, que é onde eu sempre busco estar quando se trata de criação musical”.
Já podemos esperar muitas coisas boas vindo por aí!
A música conecta.