Um clássico instantâneo. Foi com esse título que Decompression, single de Harrison BDP, chegou às plataformas em 2017, no lado B do EP Fair, compilado que inaugurou as atividades da francesa STRCTR Records. O próprio selo antecipava que a seleção era destinada a “DJs de deep house exigentes”, mas muito mais que isso. Analisando notícias posteriores ao lançamento, comentários e suportes no Bandcamp, Reddit e YouTube, aparentemente é como se Harrison tivesse reinserido o gênero nos radares globais, com algo totalmente novo, e claro… surpreendente!
Particularmente, eu não considero os números uma métrica decisiva ao considerar o quão relevante é uma faixa — quantos hits underated já passaram por essa mesma coluna, não é mesmo? Mas nesse caso aqui, os números contribuem para uma melhor leitura sobre o êxito inquestionável do single. O motivo? A faixa de BDP foi mais reproduzida do que alguns dos maiores hinos de house music como a inigualável The Sun Can’t Compare de Larry Heard e basicamente se iguala aos números de Pacific State (!!!), do 808 State — e aí é importante enfatizar que estamos falando de uma faixa lançada em 1989 e uma das maiores do gênero.
Agora dá pra visualizar melhor o impacto de Decompression? “Isso não é uma faixa, é uma obra-prima genial”, menciona um dos comentários, e quem somos nós pra discordar, né? O motivo de tamanho alvoroço em torno da faixa? Todos os caminhos nos levam à uma possível justificativa: a incomparável linha de baixo que dita o tom icônico da faixa. A linha de baixo elegantemente construída pelo produtor britânico ganha muito destaque na faixa, que por momentos flerta com o minimalismo.
E se engana quem pensa que a faixa repercutiu só entre os ouvintes… uma pesquisa no Google e é o suficiente para encontrar incontáveis produtores em busca da “receita” dos synths usado na faixa, outros descaradamente procurando respostas sobre como reproduzir a linha de baixo de Harrison e mais alguns vários fóruns dedicados a destrinchar o “clássico instantâneo” de Harrison Webber — ou BDP. Diante de todas as informações postas à mesa, acho que já não é novidade que obviamente a faixa é destaque absoluto tanto nos catálogos de selo, quanto do produtor.
No caso de Harrison, a faixa não só puxou a atenção do nicho da dance music para ele, mas o consagrou como um dos artistas da nova geração que vem ajudando a estabelecer uma base sólida para a house music brilhar entre a nova geração — recebendo inclusive o posto de produtor britânico revelação de 2018. “Com poucos enfeites, mas muita emoção”, como menciona sua própria bio, o som de BDP rapidamente o destacou como um titã e com um catálogo recheado de pérolas — e só nos resta observar de perto e aguardar tudo o que esse grande produtor ainda há de nos entregar!
A música conecta.