Você pode até não acreditar no destino, mas é inegável que algumas pessoas parecem destinadas a ocupar determinadas posições. No mundo artístico, não é incomum ouvirmos histórias de quem, muito antes de se perceberem como seres humanos, já sabiam quem queriam se tornar; guiadas pelo amor à arte, seguiram seus caminhos e, de fato, alcançaram o lugar que sonharam ainda muito pequeno. Barja é, certamente, um desses nomes, já que ainda na infância, sem nem ao menos saber pronunciar, já dizia “quero ser cantoLa”.
Dito e feito. Thais Barja construiu sua jornada musical de forma brilhante, sendo cantora profissional desde os 17 anos de idade, após bons anos com banda de garagem. Mas, por destino ou acaso, sua trajetória a levou a se aproximar da música eletrônica. Primeiro, apenas em participações especiais em produções de grandes nomes como Gabe, Alok e Dazzo, até enfim imergir neste mundo, percebendo que poderia cantar suas criações autorais e unir sua paixão pelo Dance Music com suas construções de set de forma autêntica e a vocação em ser cantora. Desde então, a artista tem se destacado nas pistas e estúdios, por suas composições que trazem seu impactante vocal aos beats eletrônicos e dançantes.
“A primeira coisa que perguntei, para mim mesma e para as pessoas já no mercado eletrônico: tenho que mudar o que sou nos palcos como cantora para me tornar DJ? Tenho que parar de cantar? Não? Ok, então vamos nessa. A importância está em primeiramente você se respeitar mantendo a sua essência e assim compartilhar o que você realmente é, sem tentar se encaixar em algo que já exista ou que querem que você seja, isso é crucial. Gosto de ouvir de pessoas que não gostavam de eletrônico e sentiram uma abertura por me ver cantar, e gosto de quebrar conceitos como “dj que pega no microfone não tá com nada” e mostrar que dá para cantar e construir um set sentando a mão”, compartilha a artista.
Ainda em seus primeiros passos como DJ e produtora musical de música eletrônica, a artista já introduzia sua voz como um elemento marcante, mas sempre priorizando sonoridades explosivas e eufóricas, que se comunicam facilmente com a pista. E, essa sempre foi uma característica presente em suas produções, até então.
Barja acaba de lançar a faixa Fly Away, assinada pela gravadora berlinense Poesie Musik. A faixa se difere do que a artista vinha apresentando nos últimos anos, já que, desta vez, traz uma melodia mais orgânica e sublime que realça os seus vocais, os apresentando como protagonistas da faixa.
“Sempre produzi melodias e bases mais orgânicas. No início da carreira eu enviava essas criações e os produtores transformavam essas melodias em música eletrônica, já para a pista, em seguida comecei a produzir já nesse beat e pegada, mas acabei deixando guardado muita coisa que criei por não combinar com o estilo do que toco atualmente. Agora quero lançar essas minhas composições musicais, da maneira que eu realmente sempre criei, mesmo que nem todas eu consiga tocar. Fly Away foi criada na pandemia de forma bem livre, e influenciada por minha amiga Curol acabou saindo nessa pegada Afro house”, conta sobre o estilo diferente apresentado no lançamento.
Outra característica que traz inovação para o catálogo de Barja é o direcionamento pelo Afro house, com linhas percussivas arrojadas e uma melodia profunda e sensível. Sobre as inspirações e a proposta da faixa, ela comenta: “estava enfurnada no estúdio na França onde passei quase toda a época de pandemia, e com tempo de sobra, tive a oportunidade de deixar mais livre as criações, não só pensando em pista, até porque não tínhamos nenhuma. Saiu um vocal com as notas básicas que criei de uma forma atípica do que costumo cantar, em seguida a letra veio natural numa viagem interna que tivemos de fazer neste período, depois acabei percebendo que era influência do vocal da sueca do The knife, com uma track de psy das antigas da minha época de festival: nada conectado com nada (risos). Havia acabado de comprar uma controladora midi que queria muito também. Sou do tato, não tem jeito. Então me empolguei e acabei viajando em diversos canais de melodia e muita automação, empaquei pelo excesso de informação e depois de um longo período tentando cortar melodias (acredite, tinha ainda mais, risos), consegui chegar no resultado atual de Fly Away. Eu particularmente amo a vibe dela e espero que vocês também”.
Fly Away está disponível no Beatport e Spotify.
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