Um dos grandes objetivos da Troally é mostrar artistas e profissionais que desenvolvem um bom trabalho dentro da cena e para a cena. Esse com certeza é o caso da ID Music Records de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul. Mais do que um bom trabalho, a ID representa e faz parte do excelente momento de evolução que a cena gaúcha vem vivendo nos últimos anos. Ednner Soares é o nome por trás da gravadora, nós o convidamos para participar da Troally com um mix exclusivo que vem acompanhado de uma interessante entrevista.
1. Quando e como foi seu primeiro contato com a música eletrônica?
Foi durante minha infância em meados anos 80. Meu irmão mais velho organizava pequenas festas com os amigos e por vezes me levava junto. Foi onde começou o fascínio pelos elementos eletrônicos, e as sensações eram incríveis. Em casa tínhamos um aparelho 3 em 1 de madeira, onde eu ficava horas com um fone no ouvido, sintonizando qualquer rádio com esperança de ouvir synths e beats eletrônicos, com um K7 engatilhado no REC. Foi assim que conheci Kraftwerk, Depeche Mode, New Order, Erasure, ABBA, Technotronic, entre outros.
2. Você em 2012 teve um feedback bem forte do Marco Carola, tocando duas tracks sua, como foi essa experiência?
Graças ao pen-drive que entreguei á ele em novembro daquele ano, na Beehive em Passo Fundo. Algumas semanas depois, eu decidi pesquisar alguns vídeos no youtube com a esperança de encontrar algo, que pra minha surpresa, encontrei. No terceiro vídeo da pesquisa, mostra ele tocando no Club MIDI na Romênia, as faixas “BANGALOS e em seguida a “CHULA”, ambos do meu projeto chamadoZIPMAN. Levei um susto, e fiquei muito feliz, difícil descrever a sensação que tive. Naquela semana era véspera de ano novo e decidi ficar em casa sozinho, refletindo.
3. Também em 2012 você criou a ID Music Records, gravadora focada em um som mais inteligente nas linhas de Tech House e Techno, como é trabalhar com ela visando essas vertentes com o Deep House em ascensão na cena?
Eu sempre gostei do Techno e Tech House, embora eu seja eclético….na verdade o que me atrai não é o gênero, e sim a criatividade, o diferente, eu gosto de ouvir coisas novas, é isso que me fascina. No início, a ideia era trabalhar somente com Techno e Tech House, mas encontrei muita coisa boa em outros gêneros. Se me agradar, eu lanço. O objetivo principal é lançar coisas diferentes e que eu possa tocar.
4. Com a gravadora nas mãos você com certeza recebe muitas demos e vê muitos artistas novos começando e buscando seu espaço na cena, tem algum em especial dessa nova geração que você aposta?
Sim, dos artistas que já assinaram comigo, eu aposto nos brasileiros Doneck, J. Millidiu e o Ellroy do Canadá, esse último foi destaque nas vendas em 2014 com o “EP Battle” onde ficamos 2 semanas em exposição no Beatport. Além desses, não posso deixar de citar nomes como Caia Lopes, Cereal, Vini Pacca, Fer Oliveira e The Cake, projeto do brother Thiago Cavalheiro. Esses ainda não lançaram no mercado, mas já estão bem avançados na produção. Aguardem!
5. Quais são as maiores influencias pra você tanto na produção como dj também?
Na produção é difícil citar, pois são centenas de nomes que admiro e que me passam algo positivo. Já no “djing” posso citar um grande amigo que me influenciou bastante nos anos 90, o Dj White, aqui de Novo Hamburgo. Entre 2002 e 2005 conheci o som do Fabrício Peçanha, que mudou bastante minha visão dentro do underground. E atualmente, Marco Carola.
6. E para finalizar, quais são os projetos pra esse ano de 2015?
Para 2015 pretendo lançar pelo menos um disco em vinil, produzir um videoclipe de uma de minhas faixas e principalmente produzir a festa da ID Music.