Com um pé nas montanhas de gelo e o outro nas pistas de dança, Mitch Oliver é a prova viva de que, às vezes, a vida toma caminhos inesperados. Antes de se entregar completamente ao universo da música eletrônica, ele foi professor e competidor profissional de esqui por 15 anos e trabalhou também como contador. Mas o destino o levou para um ambiente completamente diferente, onde as melodias e os grooves substituíram a neve e os cálculos. Hoje, Mitch equilibra com maestria sua carreira na música com uma vida saudável, sempre priorizando seu bem-estar físico e mental.
Com base em Montreal, ele conquistou a atenção do cenário global com seus lançamentos emocionantes. Por muito tempo, esteve mais envolvido com a esfera do Organic House e lançou por labels como Tale & Tone, TRYBESof, Akbal Music, When We Dip e Sounds Of Sirin. Porém, nos últimos meses, passou a se aproximar de um som um pouco mais enérgico, sem esquecer, é claro, de suas origens orgânicas. Selos como Glasgow Underground e Renaissance Records abrigaram suas criações recentes, um som que mistura linhas melódicas sutis e atmosferas profundas com um groove mais potente.
Agora, Mitch está de volta com o novo single Out Of Space, faixa que marca sua estreia pela Get Physical Music. O interessante aqui é que essa relação não é de hoje — Mitch já havia feito parte da família do selo com lançamentos pela Kindisch no passado, mostrando que tanto ele quanto a gravadora evoluíram juntos ao longo dos anos. Neste trabalho, Mitch nos conduz em uma viagem por paisagens sonoras cósmicas, com uma linha de baixo pulsante que serve como âncora para as texturas flutuantes da faixa.
Para esta edição da Secret Files, Mitch abre seu repertório e compartilha 10 faixas essenciais que têm moldado suas apresentações e inspirações recentes. Prepare-se para mergulhar na seleção sonora de um artista que está em constante evolução.
RSquared – Brown Eyes
Essa faixa atinge o equilíbrio perfeito entre sensualidade e groove. O contraste entre a bateria e baixo profundos e intensos com os vocais agudos e cheios de alma, realmente faz com que ela se destaque para mim. Costumo usar essa faixa para surpreender o público e levá-lo mais fundo em meu mundo durante meus shows.
TMPLE – Guessing Game
O TMPLE tem sido uma grande inspiração para meu trabalho de produção no estúdio. Adoro como eles misturam ganchos vocais ousados e falados com pads vocais arejados e exuberantes em seus breakdowns, criando um enorme contraste e tensão. Essa se tornou uma das minhas faixas favoritas do ano passado e tem sido uma abertura obrigatória em meus sets, definindo perfeitamente o tom da energia que quero levar para a pista de dança.
Active Child, Dave K – Johnny Belinda (Pacific Coast Ride)
Essa faixa incorpora o som que eu adoro explorar durante apresentações prolongadas, como a minha recente sessão de 9 horas no Stereo. Há algo de mágico nela – parece uma verdadeira jornada musical que transcende. O groove é hipnótico. O vocal é um clássico, e Dave DK fez um trabalho fenomenal. É um hino de rave matinal.
Mitch Oliver – Tell Me What You Want
Fiz questão de criar músicas que funcionassem tão bem em um ambiente de clube quanto em um ambiente de festival, e essa faixa é a prova definitiva disso. É a minha música mais testada e aprovada pelo público, com a garantia de elevar a energia a um nível de alta octanagem. Sou incrivelmente grato pelo apoio que ela recebeu.
Emanuel Satie, Maga, Sean Doron, Tim Engelhardt – Mind Over Matter
Adoro mudar de gênero no meio do set e surpreender o público com músicas inesperadas, e essa música destaca o lado mais melódico do house em minhas apresentações. Emanuel sempre oferece hinos de pista de dança e essa faixa tem sido um elemento básico em meus sets, não importa onde eu esteja tocando.
Lexlay, Ruben Mandolini – The Organist
Essa faixa captura meu amor por aquela vibração do final da manhã, algo que só posso compartilhar no ambiente certo. É sombria, descolada e cheia de energia, mas mantém a “sensualidade” que busco em tudo o que toco. Tem sido um grande sucesso, principalmente na América do Sul.
Supernova, Cari Golden – A Good Day (Stefano Noferini & Alann M Extended Mix)
Essa faixa reflete minha paixão pelo Tech House sujo e sombrio – perfeito para as noites em que o público precisa de um groove forte para manter a energia fluindo. Ela tem sido uma presença constante em meus sets neste verão e tem causado um grande impacto.
She Knows – Every Feeling
Uma bela faixa. O vocal me leva a algum lugar toda vez que a ouço. Embora possa parecer adequada para o início da noite ou para um set de aquecimento, eu a utilizo com frequência durante os sets mais longos para dar ao público uma pausa dos momentos de alta energia e levá-los a uma jornada emocional. Ela também une minhas raízes do Organic House ao meu som atual.
Tom Middleton – Cicadas (Maya Jane Coles Remix)
Sou um grande fã do início dos anos 2010, época em que foram lançadas algumas das melhores faixas de Deep e Tech House. Essa faixa captura essa época era para mim – hipnótica, groovy e madura, com uma melodia simples que mostra como o minimalismo pode ser eficaz.
Guy Gerber, Albertina – Dripping Diamonds
Essa faixa é pura sedução. É hipnótica, mas suave, sutil, mas poderosa. Gerber vem criando sucessos há décadas, e essa não é exceção. Ela cresce gradualmente com o público, mostrando outra dimensão de músicas que adoro tocar.