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A música conecta

Andre Lodemann é um DJ capaz de emocionar quando está em conexão com a pista

Por Alan Medeiros em Entrevistas 24.05.2017

Discotecando há mais de 20 anos, Andre Lodemann é um dos artistas com maior capacidade de explorar atmosferas emocionais dentro de uma abordagem house/techno. Seu estilo evoluiu ao longo dessa caminhada, mas sem deixar de lado a preocupação por criar algo que seja diferente dos padrões clássicos de construção musical. Talvez por isso, as pessoas costumam olhar para os sets de Lodemann como peças teatrais, aonde uma história se desenrola sob tensões.

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Andre é um DJ e produtor baseado em Berlim e de lá comanda seu selo, Best Work Records. Através da gravadora, teve oportunidade de trabalhar com nomes como Adriatique, dubspeeka, Luis Junior, Marc Romboy e Fabian Dikof. Inegavelmente a marca contribuiu para sua formação artística e também para a sua reputação enquanto um forte player do mercado internacional. Paralelo a isso, Lodemann mostrou seu lado mais brilhante ao impactar a comunidade com faixas que se tornaram verdadeiros hinos, como nos casos de Where are you now? e The Light, amplamente tocadas por uma gama vasta de bons DJs nos quatro cantos do globo.

Agora, Lodemann se prepara para o lançamento de um novo álbum que sucede Fragments, de 2012. O produtor alemão se apresenta no Brasil esse fim de semana, sexta-feira no D-EDGE e sábado na Sharp Movement em Cascavel, mas antes disso respondeu algumas perguntas de forma exclusiva para o Alataj. Confira:

1 – Olá, Andre! Obrigado por nos atender. Sua experiência na discotecagem ultrapassa a marca dos 20 anos e, certamente, você já viveu muitos momentos de transformação, não é mesmo? O que você leva de melhor dessa caminhada até aqui?

Sim, foi uma grande jornada do trance para o progressive, e vocal house para deep house e techno. Gosto do fato que atualmente me sinto livre para combinar todas estas diferentes impressões em meus DJ sets e produções. Começar a produzir música em 2001 definitivamente mudou meu estilo de DJing e minha visão da cena eletrônica.

2 – Entre os vinis que você já lançou, qual o seu preferido? Você acredita que o DJing é mais completo quando feito nessa mídia ou o que importa é a forma como você se comunica com a pista?

Eu não diria que tenho aquele preferido, estas três produções foram marcos pessoais para mim:

1. Where are you now? (BWR)

2. Vehemence of silence (RWAV)

https://www.youtube.com/watch?v=zM2jxhczpDw

3. Leaving the comfort zone (Innervisions)

DJing com disco é diferente quando você tem que lidar com o que está no registro. Sem loops, pontos de cue, apenas a faixa. Mixar pode ser um desafio, especialmente com técnicas antigas. Às vezes você tem que conduzir o pitch, além do mais, eu acredito que seleção das músicas e fluxo são mais importantes do que o formato de mídia.

3 – “Where are you now?” é um dos grandes sucessos desse século. Fale um pouco sobre o processo criativo da faixa e como você chegou nesse nome.

Minha intenção era criar uma viagem através de contrastes e surpresas, tensão e libertação. Você nunca sabe o que vem em seguida, o título “where are you now?” é uma pergunta para o ouvinte: pra onde essa faixa levou os seus sentimentos?

4 – Tracey Thorn, Omar, Akabu, Phonique e Vakula são alguns dos artistas que você já remixou. A posição de remixer te agrada? Na sua visão, o que não pode faltar em um bom remix?

Realmente gosto de trabalhar material de outros artistas enquanto sinto a vibe. O mais importante é que posso injetar um pouco da minha visão musical. Não gosto de remixes que parecem com o original.

5 – O que você sabe a respeito da música genuinamente brasileira? Há algum artista ou selo que tem chamado sua atenção recentemente?

Para ser honesto, música brasileira não era uma parte da minha socialização, entrei nela lentamente. Arthur Verocai produziu um dos meus álbuns favoritos de todos os tempos. Gosto muito dessa fusão de bossa e jazz com toque espiritual.

6 – Ano passado você esteve no Brasil e agora está de volta para mais uma tour. O que o nosso país tem de melhor na sua visão? Quais foram suas experiências inesquecíveis durante a última passagem por aqui?

Mais impressionante foi a vibração ensolarada das pessoas que conheci. Não há nada melhor do que um almoço em uma churrascaria na companhia de pessoas sorridentes e de espírito aberto.

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7 – Qual o impacto que Fragments causou em usa carreira? Trabalhar em um álbum abriu seus horizontes no campo da produção musical?

Fragments não foi produzido em uma peça, por isso eu não chamaria de um verdadeiro álbum de artista. Foi mais um showcase de material de diferentes períodos da minha carreira. O processo de criação de Fragments me ajudou a entender que eu estava instintivamente seguindo uma linha vermelha em minhas produções. Atualmente estou trabalhando em um novo álbum.

8 – Trabalhar a frente da Best Works Records fez você evoluir como DJ? Quais são os planos do selo para o restante do ano?

O próximo lançamento que vai sair na Best Works Records é meu novo release Birth incluindo remixes de Adriatique e Fabian Dikof. Nós também temos Luis Junior de volta com seu próximo EP.

9 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

A música é um abridor de coração. Ela me ajuda a refletir e me comunicar com as pessoas em um nível emocional.

A música conecta as pessoas! 

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