Lançado em fevereiro de 2018, o C12 trouxe novos ares para o cenário eletrônico da capital da Bélgica. Os motivos de sorrisos para o início desse projeto, que vai muito além de uma pista de dança, são muitos e englobam seu conceito, local, proposta ao público, programação e também quem encabeça a ideia.
Vamos a eles então: o C12 é um espaço amplo e multifacetado situado no coração de Bruxelas, aninhado nas profundezas da Galeria Horta junto ao Grand Place e à Estação Central. Quando se fala em multifacetas, a proposta aqui é trazer muito mais do que uma pista de dança para o público e, no caso do C12, a proposta e programação inclui shows, instalações de arte, concertos musicais, noites de clube e, por último, mas não menos importante, um mercado local.
Desde que iniciou suas atividades, o C12 virou o cenário noturno de Bruxelas de cabeça para baixo, com um conceito e atitude DIY, mente aberta e um bocado de vontade para trazer novidades ao público. A ideia é fazer do espaço um lugar seguro onde a liberdade, diversidade, criatividade e cultura alternativa são protegidas do mundo exterior restritivo e normativo, onde a paixão pela arte e música em todas as suas formas une todas as identidades.
O giro de 180 graus na cultura eletrônica deve-se também pelas noites bombásticas que já aconteceram em pouco mais de dois anos de funcionamento, já que o club teve de interromper as atividades por conta do covid. A programação foi acompanhada pelo som de artistas que vão de heróis e novos talentos locais e regionais, boas apostas da curadoria, até nomes conceituados do cenário em nível global como Laurent Garnier, Omar S, Jayda G, Midland, Stingrey, Raresh, Fumiya Tanaka, Honey Dijon, XDB, Barac, Antony Roter, Vlada, Kobosil, Motor City Drum Ensemble, para citar apenas alguns.
Tamanha qualidade de curadoria não poderia vir de amadores. No caso do C12, a ideia e execução de todo o projeto vem de uma turma bem conhecida do cenário eletrônico belga. Kevin Huerta van Ellinkhuizen, responsável pela Galeria Horta, se uniu a Mathieu Serra, Tom Brus e Ulysse Choner, mentes por trás da Deep In House, label que vem realizando um trabalho consistente há anos.
A pandemia veio, as aglomerações foram interrompidas, mas os trabalhos não pararam. O C12 lançou, em abril de 2020, o label que leva o mesmo nome, para compartilhar sons e incentivar artistas durante o período de inatividade das pistas de dança. House, Techno, Electro, IBM e outras sonoridades são encontradas nos VAs. Além disso, algumas apresentações online aconteceram no espaço vazio, mas levaram um pouco do carinho que a turma tem pelo cenário, na esperança de um retorno breve às atividades.
A música conecta.