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A música conecta

Around the World | Caos, Campinas

Por Laura Marcon em Around The World 30.07.2020

Antes de tudo, vem o caos. Você já parou para entender o que significa a palavra caos? Caos é uma confusão geral dos elementos da matéria antes da suposta criação do Universo, do aparecimento dos seres, da realidade ou da natureza. Esse é o conceito base que denomina um dos clubs que mais tem se destacado no cenário da música eletrônica brasileira pela curadoria apurada, qualidade estrutural e uma grande energia do público e sua relação com a pista de dança.

E se é de energia que falamos, nos permitimos trazer um pouco de mística e te contar sobre a Magia do Caos. Trata-se de uma filosofia originada no final dos anos 70 que consiste em nos despir de diversas crenças limitantes, as quais fomos condicionados ao longo da vida, e nos deixa livres, permitindo praticar qualquer ideia ou conceitos que nos abasteça para atingir nosso objetivo, focando no poder da nossa própria vontade. “Se funciona, use-a” – a Magia do Caos utiliza o estado de transe para sua concretização e este vem a partir de práticas como a meditação, ervas, dança e música. 

Ao nosso ver, ainda que um conceito trate da ciência e outro de misticismo, tomamos a liberdade de dizer que o club Caos, situado em Campinas/SP, tem um pouco de tudo isso, dessa “confusão” antes da realidade ao transe e liberdade. Mas depois de viajarmos um pouco vamos aos fatos: O Caos foi fundado em dezembro de 2017 por Eli Iwasa, Rodolfo Salin, Juka Pinsetta e Antonio Carlos Diaz em uma extensão do trabalho que já era desenvolvido no Club 88, palco de muitas noites importantes na cidade. O tamanho dos sonhos dos sócios era maior e eles gostariam de levar ao público de Campinas, São Paulo e outras cidades da região uma experiência ainda mais grandiosa. 

Isso não se resume apenas no tamanho do espaço, que hoje consegue receber 1.100 pessoas, mas também à possibilidade de proporcionar importantes e inesquecíveis momentos musicais. O local escolhido não poderia ser mais urbano, já que fica na região industrial da cidade e, sendo assim, traz toda a liberdade para que as noites virem dia e a música ecoe sol adentro ao som de artistas mundialmente aclamados. Apenas para sentir um gostinho, a noite de abertura recebeu ninguém menos que Carl Craig e, não muito tempo depois, Laurent Garnier, o qual proporcionou uma noite histórica para o club e que é lembrada até hoje.

https://www.instagram.com/p/BeqzTlgHrgj/

O Caos seguiu sua história mostrando força e consistência na sua curadoria. Dixon, Ben Klock, Nina Kraviz, Recondite, Marcel Dettmann, Adriatique, Marco Carola, Ellen Allien, Mind Against e DJ Tennis foram apenas alguns dos nomes que já se apresentaram por lá, além de figuras consagradas nacionalmente, parcerias com núcleos independentes, uma segunda pista que se materializa em noites importantes e outros detalhes que transformam o club em um projeto importante para o crescimento do cenário do Brasil e visibilidade do nosso potencial internacionalmente. 

Foto por Jorge Alexandre | @jorgealexandre 2020 ©

Grandes são os momentos de troca entre esses artistas e a pista de dança e nada disso seria possível se não acontecesse uma conexão profunda entre eles. Poderíamos chamar de transe? (olha lá nosso misticismo). O que sabemos é que o conjunto da obra é mágico e vale a pena experimentar. Viver o momento do Caos de forma livre para fazer sua vontade e depois retornar à realidade, sempre na espera de mais um encontro. Eis a nossa viagem entre a ciência e o mágico através da música. Que possamos viver tudo isso num futuro bem próximo. 

A música conecta.

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