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A música conecta

Around the World | Movement Festival, Detroit

Por Laura Marcon em Around The World 29.05.2020

Techno. Nascido no final dos anos 80, o Techno é, assim como a House Music, a vertente das vertentes. Fica até um pouco difícil conceituar e tentar explicar, não é mesmo? Porque ele é tão abrangente e multifacetado que até dá pra rotular estilos mais específicos dentro dele mas, no final, vai ser sempre Techno. Para quem não sabe, sua história começou em Detroit, Estados Unidos, a partir de quatro indivíduos – Juan Atkins, Kevin Saunderson, Derrick May e Eddie Fowlkes – que fundiram estilos como Funk, Soul, House, Electro e um pouco de Synth-pop europeu com a tecnologia da época. 

O resultado musical passou a influenciar outras vertentes da música eletrônica, mas também conseguiu manter sua identidade como gênero próprio, o que chamamos de Detroit Techno. E por que a gente te contou tudo isso nesta coluna? Porque neste novo episódio do Around the World nós passeamos pelo grande festival de Techno que acontece no berço do estilo e que está no hall dos eventos mais relevantes no calendário do cenário eletrônico mundial: o Movement Festival.

A primeira edição do festival aconteceu há 20 anos sob o nome de Detroit Electronic Music Festival, ou DEMF. Foi resultado dos esforços criativos do ícone do estilo e nativo da cidade Carl Craig em conjunto com a produtora de eventos Carol Marvin. Originalmente, o DEMF era um evento gratuito e sua primeira edição viu quase um milhão de fãs presentes para assistir os pilares do Techno, como o próprio Craig, Richie Hawtin e os cabeças Juan Atkins, Derrick May e Kevin Saunderson, conhecidos na época como Belleville Three

Algumas mudanças nos eventos seguintes (incluindo outras mudanças no nome e o início de uma versão paga pelo público) e a ausência de financiamento para sua realização resultaram na saída tanto de Carl Craig como de Carol Martin da produção do festival, abrindo espaço para Derrick May, que também passou o bastão para Kevin Saunderson que, acreditem, também saiu tempos depois. A produtora Paxahau, que já tinha trabalhado com os três artistas, assumiu a administração do festival, renomeando-o para Movement Festival, adicionando mais palcos e introduzindo mais artistas e gêneros fora do escopo do Detroit Techno.

Vinte anos depois, o Movement Festival continua reunindo milhares de fãs da vertente e levando ao público dos nomes mais clássicos e lendários até os artistas vanguardistas do estilo. A lista é tamanha e tão relevante que, honestamente, seria até injusto esquecer alguém. Se você pensou em algum grande nome de Techno em sua mente agora, saiba que ele já comandou alguma cabine do festival. 

Justamente quando o Movement Festival estava se preparando para comemorar seu aniversário de duas décadas a pausa no mundo do entretenimento forçou o cancelamento do evento, mas não da música. No último final de semana, entre os dias 23 e 25 de maio, a produção realizou uma versão online At Home que teve o apoio mais uma vez de ícones do cenário mundial, com um lineup caprichado para quem é fã de Techno e principalmente de boa música. A transmissão está disponível no YouTube e a gente recomenda. Que no próximo ano ele esteja de volta em sua versão original.

A música conecta.

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